Depois de a UDD ter dado um passo à frente, pequeno mas em frente, com a oferta da dissolução do Parlamento em 30 dias o que significaria a realização de eleições em 90 dias, o Primeiro Ministro Abhisit Vejjajiva, que hoje recebeu a visita da sua mulher, veio dizer Não.
E justificou o não devido ao facto da UDD utilizar "violência e intimidação" e pelo facto de a dissolução do Parlamento não poder "servir só os vermelhos mas tem de servir todo o país".
Não consigo compeender esta última afirmação do PM visto que a dissolução do Parlamento significará eleições e isso é sempre no interesse de todo o país. Nunca num regime democrático se devem recuasar eleições e o próprio PM disse em finais de Janeiro que todas as informações que tinha indicavam que o partido Democrata teria a maíoria de Deputados no Parlamento.
Foi o PM o primeiro a falar de eleições recentemente!
Hoje tive a oportunidade de me encontrar com três pessoas que "estão a par" do que se passa nos bastidores e todos me confirmaram de que estavam em curso conversações entre a UDD e os seus opositores. Uso esta palavra pois quem estava a coordenar essas negociações não era o governo mas outra pessoa que agora não vem a caso referir. Quase coincidente com este rumor Korbsak anuncia que "não sou eu quem negoceia pelo governo", o que ainda dava mais credibilidade ao facto de algo estar a acontecer.
É sobejamente sabida a posição do General Anupong, como ontem referi, avesso a uma intervenção militar de grande escala sabendo ele que qualquer avanço sobre os vermelhos acabará por ser um banho de sangue. Para além disso os acontecimentos em Silom no dia 22 mostraram que o campo vermelho ou os seus aliados, como ontem o General Apichart disse, estão bem organizados e "não brincam em serviço".
Abhisit deu mais uma ordem para que Anupong procedesse à desocupação dos vermelhos da zona de Rajaprasong mas tanto quanto se sabe o General não a recebeu.
Amanhã Abhisit irá aparecer na televisão com os comandos militares e veremos então se Anupong verga ou se Abhisit tem a coragem e o apoio para demitir o general, como Thaksin fez antes do golpe que o vitimou.
Poderá também ser uma encenação no sentido de fazer aumentar a capacidade negocial.
As duas "tropas" estão em alerta e preparadas. Espera-se que saibam manter-se nos seus postos de vigilância e não ousem avançar.
Entretanto o movimento Multi Cor realizou hoje duas manifestações, ao que se relata bem concorridas, e felizmente foram em locais bastante afastados daqueles ocupados pelos vermelhos o que só se saúda. Tudo o que seja evitar atear fogueiras é de aplaudir e apoiar pois poderemos estar, se este fim de semana passar sem incidentes, perto de encontrar uma solução.
É difícil mas é ainda possível.
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