A presença pública do Rei foi também motivo para nos apercebermos que a intervenção cirúrgica a que foi submetido recentemente é coisa do passado e que o monarca está em franca recuperação como foi anunciado no 43 boletim médico do palácio.
quarta-feira, 25 de maio de 2011
Noticia do Dia
A presença pública do Rei foi também motivo para nos apercebermos que a intervenção cirúrgica a que foi submetido recentemente é coisa do passado e que o monarca está em franca recuperação como foi anunciado no 43 boletim médico do palácio.
Eleições Legislativas
Os cerca de 53 milhões de eleitores terá de votar duas vezes no próximo dia 3 de Julho ou a 26 de Junho dia para as votações antecipadas daqueles que não podem exercer o seu dever no dia agendado. Votam uma vez no candidato do seu círculo eleitoral (antes da revisão Constitucional de Fevereiro de 2011 havia vários candidatos em cada círculo) e uma outra no partido que preferem na lista nacional.
Acontece amiúde votar-se num partido a nível local e num partido diferente a nível nacional. A relação directa de um candidato com os eleitores do seu círculo eleitoral é por vezes mais forte do que a simpatia que esse mesmo eleitor possa ter por um determinado partido a assim acontece haver votos diferentes. Um dos casos que pude constatar directamente é o relacionado com candidatos do partido Bhum Jai Thai que nas eleições de 2007 foram eleitos pelo partido PPP (thaksinista). Muitos eleitores questionados sobre a tendência do seu voto diziam votar no candidato que anteriormente tinham eleito (embora actualmente sob diferente bandeira) mas ao mesmo tempo "queriam Thaksin" dizendo votar no partido que o apoia, o Pheu Thai.
Haverá, de acordo com a última revisão constitucional, 375 deputados eleitos em círculos uninominais e 125 deputados eleitos a nível nacional numa lista partidária única. O Pheu Thai é o único partido que concorrerá em todos os círculos eleitorais seguido pelos Democratas que irão falhar poucos círculos. De resto a maioria dos partidos concorrerá somente nos círculos onde esperam poder ter sucesso. A nível nacional haverá contudo muitos partidos a concorrer. No Parlamento recentemente dissolvido havia deputados de 9 partidos e no futuro não será muito diferente embora se apresentem dois ou três novos partidos com alguma possibilidade de elegerem um pequeno número de deputados.
A campanha avançou ontem no meio de acusações mútuas entre os dois principais partidos, o PT e os Democratas, fundamentalmente ao nível de segundos planos. Abhisit só se manifestou para mostrar o seu desagrado com a contestação que sofreu durante o dia de campanha por parte dos seus adversários solicitando à Comissão Eleitoral que tomasse medidas mas esta saiu em defesa dos opositores dizendo que a forma como protestaram era legítima e estava dentro do código de conduta eleitoral. O incidente fez com que o PM em exercício decidisse mudar por completo o seu corpo de segurança que desde hoje passará a estar confiado a um serviço especial em detrimento dos militares do Regimento de Infantaria 21 que prestavam aquele serviço até ontem.
Surpreendente foi uma sondagem, que vale o que valem as sondagens, publicada pelo The Nation (jornal bem próximo do poder) sobre as intenções de voto em Bangkok, onde tradicionalmente os Democratas vencem, e que mostrava, apesar de haver ainda uma maioria de 52% de indecisos, uma significativa vantagem da candidata do Pheu Thai. Os números são os seguintes: PT 25,8% vs Democratas 14,7% no que respeita a lista nacional. Quanto ás listas locais (Bangkok tem vários círculos) os números eram: 26,3% contra 15,2% favorável ao PT. Perguntados quem queriam ver como Primeiro-ministro os residentes de Bangkok entrevistados responderam: 26,9 % contra 17,4% a favor da jovem irmã de Thaksin. O comentário a esta sondagem, também repetido noutros jornais, era da dificuldade que os Democratas iriam ter para tentar manter a larga maioria de lugares detida na capital (30 contra 19 do PT).
Ainda faltam contudo cerca de 40 dias.
terça-feira, 24 de maio de 2011
Campanha Eleitoral
Também aqui há um candidato, à semelhança do MRPP-PCTP em Portugal, que só quer ser eleito para estar na oposição e ser uma voz diferente. Refiro-me a Chuvit o sempre energético candidato que se apresenta a várias eleições e recebe sempre alguns apoios devido á sua linguagem directa e pouco elaborada bem diferente daqueles que "têm de ser politicamente correctos" para ganhar os votos do povo.
Parece igualmente claro que nenhum dos dois principais partidos, o Pheu Thai (PT) e os Democratas (Ds) irá obter a maioria embora os seus líderes continuem a lutar por ela e dizerem-se confiantes de que a atingirão.
A última sondagem saída ontem e elaborada pela Universidade Assumption (católica), dava uma vantagem de cerca de 6 pontos ao PT sem que contudo isso significasse uma maioria.
Deste modo os partidos de menor dimensão, que se espera poderem obter cerca de 100 deputados num parlamento de 500, serão os pivots da formação da nova coligação que governará a Tailândia nos próximos 4 anos.
A actual coligação no poder, que tem todos os ingredientes para continuar, tem contra si o facto dos Ds muito provavelmente não conseguirem ser o partido mais votado e de uma forma normal em Democracias a primazia para a formação de um governo dever ser dada ao partido mais votado, questão aliás também muito debatida recentemente em Portugal.
Contudo a coligação que actualmente é feita com os Ds pode ser feita também com o PT embora seja conhecido que um dos principais partidos desta coligação, o Bhum Jai Thai (BJT) já tenha dito pela boca do seu líder que "mesmo que ganhe o PT não será autorizado a formar governo".
A subida do PT ao poder , e tendo em atenção a forte divisão existente na sociedade tailandesa e as experiências do passado, significará instabilidade e a possibilidade de voltarem práticas não democráticas de se fazer ouvir as vozes descontentes. O contrário é igualmente verdadeiro e se o PT ganhar e for impedido de formar governo o movimento vermelho que o apoia sairá decerto à rua eventualmente arrastando essa maioria de votantes, e o cenário não é muito promissor.
Uma eventual coligação dos 2 maiores partidos, muitas vezes falada e eventualmente desejada, parece muito pouco provável, e neste momento mais por parte dos Ds do que por parte do PT que é o único partido a colocar como item na sua agenda política a reconciliação.
Abhisit e a jovem Yingluck são assim os candidatos à cadeira do poder mas quem os irá lá colocar, para além da força dos votos que tiverem atrás de si, serão os pequenos partidos e, como amiúde tem acontecido no passado, aqueles que por detrás dos bastidores irão determinar o que se seguirá ao dia 3 de Julho.
A campanha será renhida e embora tenha sido assinado pela maioria dos partidos um código de (boa) conduta o facto é que ainda no Domingo um político regional foi abatido a tiro e o Chart Thai Pattana (CTP) advertiu que nenhum dos seus candidatos se deveria aventurar sozinho ou a fazer propaganda á noite. Outros casos têm acontecido. Nos últimos 15 dias houve já o caso de um Deputado do PT que viu o seu carro ser varrido por balas de M16 tendo ficado ferido com duas balas alojadas no corpo. No passado fim-de-semana o filho de um General da Polícia e ex Ministro de governos de Thaksin (PT) foi encontrado morto numa piscina sem que se conheça a causa.
Até ao dia 3 de Julho muitos casos irão acontecer e o papel, muito contestado por todos os partidos, da Comissão de Eleições vai ser vital para se conseguir levar a cabo eleições da melhor forma possível dentro dos condicionalismos existentes como o facto de o Internal Security Office Command uma agência militar que se concentra nas questões tidas como de segurança nacional, ter despachado para as províncias afectas ao PT milhares de efectivos para "assegurar a ordem" que no seu entender só é preocupante naquelas áreas. Bangkok, onde se têm registado os maiores confrontos dos últimos anos, e o Sul onde diariamente há atentados e morrem pessoas por esse facto (hoje foram dois militares) não estão neste momento nas preocupações do comando.
O fundamental será neste momento o comportamento dos políticos, à cabeça dos quais se colocam Abhisit e Yingluck, no sentido de darem corpo a uma campanha que ajude a resolver os diferendos no país e não seja pelo contrário mais um foco de conflito.
Este é o meu voto para o dia 3.