terça-feira, 23 de novembro de 2010

Amarelos de novo na Rua


Os camisas amarelas, desta vez multi-coloridos, ou PAD voltaram à rua desta vez para se manifestarem em frente ao Parlamento tailandês contra a decisão do Governo de avançar com uma proposta de alteração de dois artigos na Constituição.

Desde sempre o PAD tem dito estar contra qualquer alteração do texto pois alegam que por detrás das alterações está sempre a ideia de avançar com uma amnistia que beneficie o antigo PM Thaksin Shinawatra.

Sondhi L. o principal líder amarelo "atira-se" ao seu aliado o PM Abhisit dizendo que ao avançar com o projecto de revisão constitucional Abhisit está a mostrar a sua verdadeira cor (supostamente o vermelho) e que os seus apoiantes ficam a saber que ele não trabalha para o povo!

Em questão está a alteração do artigo 190 e de um conjunto de artigos 93 a 98. No primeiro caso pretende regular-se de uma forma mais clara quais são os tratados ou acordos internacionais que necessitam de prévia aprovação do Parlamento e no segundo caso a alteração tem a ver com a mudança no número de Deputados e na criação de círculos diferentes passando a ser eleito um só Deputado por círculo. Com esta última alteração o parlamento passa dos 480 lugares para 500 sendo que o número de Deputados eleitos em listas nacionais passa para 125 contra os 100 actuais.

A mudança para um Deputado por círculo vem de alguma forma favorecer os pequenos partidos (supostamente na coligação governamental) pois se conseguirem ter candidatos bem interligados com os votantes têm mais capacidade de ganhar e esse facto tem causado alguma insatisfação no seio do partido Democrata. Por outro lado o aumento do número de Deputados a ser eleitos em listas partidárias nacionais favorece os maiores partidos (Pheu Thai de Thaksin e Democratas de Abhisit) visto serem estes os partidos com uma maior representação e força a nível nacional.

Como se vê as mudanças não são substanciais nem sequer mexem com nenhum dos tabus existentes na Constituição (amnistia para os golpistas de 2006 – art. 309 – ou retirada de direitos políticos aos executivos dos partidos – art. 68) e por isso a manifestação do PAD nada mais é do que uma manifestação de propaganda e com outros objectivos bem escondidos.

Está agendado para o curto prazo a sentença sobre as acusações pendentes sobre os líderes do movimento pela ocupação dos aeroportos da capital há dois anos e por isso torna-se necessário mostrar que o movimento está vivo e é capaz de retornar às ruas se necessário. Por outro lado existe nele um certo descontentamento com o Governo de Abhisit que dizem ser demasiado conciliador.

Parecem ser mais estas as razões que levam que hoje se "mostrem" de novo ao público de Bangkok embora segundo informações prestadas pela comunicação social o número de manifestantes não ultrapasse os 1.000.

Um forte contingente da polícia foi destacado para o local fazendo que haja na zona mais polícias do que manifestantes.

Desta vez o Comandante-chefe do Exército não disse que uma manifestação era perigosa ou indesejada como o fez na semana passada a propósito da manifestação dos vermelhos.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Educação e Formação

O país está horrorizado com a descoberta na morgue de um templo de milhares de fetos humanos provenientes de clínicas de aborto clandestinas.

No país a prática da interrupção voluntária da gravidez só é permitida em casos de violação, incesto ou de haver perigo para a vida da mãe.

Todos os outros casos são ilegais mas com o crescendo número de menores que acabam engravidando o recurso ao aborto ilegal é comum especialmente nessa população jovem e estudantil.

Esta questão é sempre uma questão extremamente dificuldade de ser resolvida ou mesmo discutida devido aos tabus culturais, sociais e religiosos vigentes.

Se por um lado é condenável pelo outro ao ser consumada o melhor é que seja feita com todas as garantias médicas e psicológicas para todos os envolvidos.

No fundo a questão tem é de ser resolvida através da prevenção e de acções formativas e educativas.

A educação das pessoas é sem dúvida a melhor medicina para praticamente 100% dos males das sociedades actuais.

Informação correcta e independente, acesso generalizado e sem medos a essa informação aconselhamento eficaz dos professores e da família e acima de tudo bons exemplos capazes de mostrarem às gentes jovens o caminho certo são os grandes ingredientes para que a sociedade obtenha um colectivo pleno de capacidades e fortalezas para enfrentar os desafios diários.

Como em todos os cantos do Mundo aparecem agora imensas propostas para rever a lei sobre a interrupção da gravidez mas ainda não li nenhuma proposta para introduzir na escola mais informação e formação específica sobre as condutas perigosas que poderão abrir as portas para actos indesejados como estes..