Na passada Sexta-feira o aeroporto da capital foi palco de mais um incidente difícil de explicar mas não difícil de entender porque acontece. O triângulo política, uniformes e interesses económicos de tudo é capaz e a impunidade ajuda.
Cerca de 200 homens vestidos de preto e de cabeça coberta tomaram de assalto um dos parques do aeroporto, controlando todos os acessos e saídas. Quem foi apanhado no meio veio a sofrer a indecisão de sabe o que ia acontecer, se violência ia ser utilizada, etc.
Os caixeiros foram pontapeados para fora do recinto e há notícias de passageiros terem de igual modo sido molestados inclusive intimidados com disparos.
E tudo isto aparentemente porque existe um conflito acerca de novas regra que a AOT (Airports of Thailand) quer introduzir no contrato entre esta companhia e o concessionário dos parques de estacionamento, uma empresa detida por um "cabeça de turco" de Nevin Chidchob. A AOT depende do Ministério dos Transportes, pasta pertencente á quota BJT ou seja Nevin.
Nada de novo no país onde tudo é comandado pelos interesses de grupos sempre intrinsecamente ligados á política e aos seus actores.
O importante é que, e de acordo com o que se relata hoje em
editorial no
The Nation:
"Nenhuma informação foi dado ao público, a AOT fechou os olhos e ou ouvidos ao acontecimento, a segurança do aeroporto não actuou deixando os "homens de negro" operar livremente, o CRES, o controlo operacional do Estado de Emergência (sim estamos sob o estado de Emergência por mais três meses), nada controlou, o ministro responsável pela segurança Suthep, nada disse, o patrão dele, o PM Abhisit, também não e as forças armadas, apesar desta enorme falha na segurança, nada comentaram igualmente."
Hoje vêm também a público que os 200 "homens de preto", tal qual os acusados pelo governo de durante os distúrbios de Abril-Maio actuarem ao lado dos vermelhos contra as forças do executivo, são nem mais nem menos do que militares dirigidos por um coronel do exército, homem forte em duas províncias do leste do país, contratados para actuar em defesa de interesses económicos suspeitos mas onde se encontram sempre uniformes em posições de destaque.
Conclui aquele editorial – alguns pensam que estes "homens de preto" intimidam e na Tailândia pós 19 de Maio isso para além de ser verdade é arrepiante.