segunda-feira, 19 de abril de 2010

Terroristas

Não quero entrar na questão levantada pelo Governo de que no meio dos manifestantes estavam terroristas e que foram eles os causadores das fatalidades no passado dia 10.

O governo entendeu que era esse a melhor maneira de abraçar o problema tendente a obter alguma cobertura para uma acção que está longe de ser clara.

Um facto que atesta essa evidência é que no Domingo 11 o governo anunciou a criação de uma comissão independente para investigar os incidentes para poucos dias depois, mesmo sem essa comissão ter sido formalmente constituída, ter atríbuido o caso ao Departamento de Investigação Especial da polícia, ou seja um orgão que não é independente.

Falando da polícia corre o rumor de que a operação falhada no hotel CS Park não foi tão falhada assim pois o seu objectivo era tão somente mostrar ao PM que não podia contar com a polícia. Recorde-se que esta força está desde o dia 1 de Outubro a ser gerida por uma oficial de forma interina pois Abhisit insistiu num candidato que foi por duas vezes chumbado pela comissão que trata das nomeações tendo inclusive o Vice Primeiro Suthep e o Ministro do Interior, entre outros, votado contra Abhisit.

Voltando à questão dos terroristas veio agora a terreiro o Presidente Executivo da Thai Reisurance, a maior resseguradora tailandesa, afirmar que a declaração feita no rescaldo dos incidentes qualificando os autores de terroristas não faz sentido e é desprovida de protecção jurídica de acordo com a definição internacional do que é um terrorista.

A resseguradora alerta o governo para a necessidade de clarificar a situação sob pena de as companhias de seguros não procederem á compensação que eventualmente é devida ás vítimas. Surachai Sirivallop acrescenta que a definição do que é um acto cometido por terroristas para efeitos de seguros é feita pela associação dos seguradores em Londres e não pelas companhias nos mercados domésticos.

Mais um caso daquilo que se chama meter os pés pelas mãos e que no fim acaba por ser o governo a intervir procedendo ás compensações à custa do erário público.

É fácil cometer erros quando se tem a almofada do orçamento do estado para pagar os erros pessoais.

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