A Tailândia é como uma criança, incorrigível.
As eleições foram no passado dia 3, o governo só tomará posse em normais circunstâncias lá para meados de Agosto, portanto o governo de Abhisit continua em funções, mas parece que o país acordou virado para o lado contrário.
Alguns exemplos.
Hoje havia a primeira audiência do caso dos 19 membros da UDD acusados de terrorismo. A sessão marcada para hoje destinava-se a verificar os procedimentos de aceitação ou não das testemunhas de acusação.
A sessão foi curta e a decisão foi adiar para 1 de Junho de 2012, por acaso um dia bastante simbólico pois nesse dia estarão de novo em pleno uso dos direitos políticos os executivos do Thai Rak Thai que foram banidos na sequência da dissolução do partido em 2007.
Vamos a ver se agora os julgamentos contra os membros do PAD avançam enquanto a velocidade parece estar a ser reduzida quanto aos vermelhos.
A saga dos serviços de comunicação de terceira geração tem sido um dos grandes problemas do sector e arrasta-se há anos. A própria nomeação dos membros do regulador nacional das telecomunicações anda envolto em contestação desde 2000 e tudo tem funcionado de uma forma "ad-hoc" e sem uma clara direcção nem nenhum membro com efectivo poder, facto que convém a muitos. As várias companhias de telecomunicações móveis e também as fixas, acusam-se e interpõem acções judiciais umas contra as outras e o concurso para a atribuição de licenças 3G foi cancelado há um ano devido à suposta ilegitimidade do regulador, pelos factos que acima relatei, para lançar tal concurso.
Curiosamente ou não a AIS, empresa que pertencia ao ex PM Thaksin e que é o maior operador de telefonia móvel no país, embora sem nada oficial está neste momento a fornecer serviços 3G. Isso é bem visível nos telefones dos utentes dessa rede que vêm aparecer no mostrador o sinal de que estão a receber um serviço 3G e não Edge.
Outra questão, de certo menos controverso, é o facto do índice de felicidade no país, que subiu de 6,61 para 7,55, subida justificada pela expectativa de que este governo vai solucionar os problemas do país, quando na realidade nem sequer ainda existem nomes para os postos de ministros.
Outra questão ainda foi o facto de o Ministério dos Negócios Estrangeiros ter conduzido até à zona da fronteira com o Camboja vários diplomatas indonésios que inspeccionaram os locais onde os observadores daquele país irão estacionar. Lembre-se que a Tailândia e o Camboja acordaram a 22 de Fevereiro no envio de observadores para as zonas em disputa, facto que foi posteriormente rejeitado pelos militares e desde então nem a reunião mediada pela Indonésia a 7-8 de Abril conseguiu nenhuma alteração. Sem alaridos e com poucas notícias na imprensa a situação mudou embora, repito, sejam as mesmas pessoas que estão no poder.
A Tailândia é mesmo assim. Sempre a aproveitar o bom vento venha ele de onde vier