quinta-feira, 9 de abril de 2009

O Dia D


A situação evoluiu de forma negativa e hoje a UDD, agarrando numa táctica que o PAD não chegou a pôr em prova decidiu começar a bloquear acessos a Bangkok e neste momento ocupa a praça do Victory Monument. Grande número de táxis, uma força sempre leal a Thaksin, iniciou um plano destinado a causar o caos na cidade bloqueando as vias de acesso. Victory Monument é o principal ponto de convergência de transportes públicos da zonas vizinhas de Bangkok, o local onde grande número de pequenas carrinhas chegam a toda a hora. Para além disso é um ponto importante de passagem para a zona Ministerial e onde se situa igualmente quer a Government House e a casa do Presidente do Conselho privado do Rei, General Prem, que se encontra de alguma forma cercado tendo tido de cancelar todas as suas actividades visto não poder sair de casa.

De igual forma a UDD, que segundo observadores ainda há pouco tinha na rua uma multidão de cerca de 75.000 pessoas, decidiu avançar sobre Pattaya para perturbar directamente a chegada dos participantes às cimeiras ASEAN+3 e EAS que se realiza naquela cidade a partir de amanhã.

O Hotel onde irão decorrer os trabalhos é fácil de proteger pela Polícia mas por certo que os manifestantes irão perturbar o trajecto das comitivas desde o aeroporto até ao local o que se tornará muito mais complicado de proteger. Entretanto os comerciantes de Pattaya já se manifestaram contra as manobras da UDD.

O Governo tenta á viva força entrar em contacto com Thaksin com o objectivo de o trazer de volta e segundo me afirmaram esta manhã tal será para que ele enfrente a justiça mas fundamentalmente para ver se existe, e na continuidade da proposta anteriormente avançada por Suthep, alguma plataforma de entendimento que permita o país regressar á calma e enfrentar as grandes tarefas que tem pela frente nomeadamente no campo económico que mais uma vez está a ser afectado.

Como referi Thaksin não tem nada a perder e vendo-se acossado joga todas as suas possibilidades numa tentativa de forçar mudanças que lhe sejam favoráveis e lhe permitam o seu sonho de regressar ao poder e "pôr mão" nos seus milhões retidos no país.

Abhisit a única afirmação que fez até agora, é de que a sua demissão ou a dissolução do Parlamento não são uma solução mas está previsto que fale ao país daqui a pouco eventualmente no noticiário das 8 da noite. Aguarda-se portanto aquilo que possa dizer sabendo-se contudo que a última palavra será sempre dos militares.

A UDD avança, desafia, na procura de confrontar as forças da ordem e obter alguma vitimização, e parece que o Governo lhes quer dar essa oportunidade. Abhisit , que acabou agora mesmo de falar numa curta mensagem ao país, afirmou de que amanhã será feriado dizendo que assim as forças da ordem poderão actuar mais facilmente contra os prevaricadores da ordem e não importunar as pessoas. Afirmou também que amanhã voltará a falar aos tailandeses. Pouca coisa mas o que disse não é de bom presságio.
Já recebi solicitações sobre informações de segurança mas aquilo que posso dizer limita-se a pedir ás pessoas que aguardem um ou dois dias para ver o evoluir da situação. Até agora a UDD tem sido pacífica mas é bem claro que procuram uma confrontação o que lhes daria um acrescido apoio. O Governo tenta manter-se calmo mas está a ver comprometida a sua imagem internacional e as suas instituições desprotegidas. Os dois dias que se seguirão serão indicativos. No Domingo é o inicio do Songkran e como disse pode ser que a água acalme os ânimos. A seguir

quarta-feira, 8 de abril de 2009

A Situação


Não estando em Bangkok não tenho seguido a situação muito de perto embora a minha caixa de correio esteja cheia de informações que os amigos me enviam de lá.

Ainda há poucos uma amiga minha, quando eu lhe dizia que regressava a 15 dizia esperar que o aeroporto não fosse de novo bloqueado.

Não me parece que a fase actual da luta amarela-vermelha veja a repetição daquilo que aconteceu em Dezembro.

A luta neste momento está muito mais centrada nos fundamentos do estado tailandês e nas suas figuras representativas.

Há já quem chame a esta a luta final de Thaksin. Como um cão acossado e acantonado ladra e a todos ameaça morder e vai incendiando os que lhe estão próximos. E o que fazem aqueles que poderiam domar essa besta como ele próprio disse recentemente ser, Um "cão doméstico" e domesticável.

A luta de Thaksin é a luta pelos seu 2.2 mil milhões e pelo eterno desejo de voltar ao poder. Para além disso tornou-se numa luta por uma nova Tailândia onde os alvos principais são os Conselheiros Privados do Rei, envolvidos, como sempre se soube, no golpe que derrotou o fugitivo ex PM em 2006,e de entre eles o seu Presidente a "mão invisível" de todas as manobras políticas como sempre tem sido considerado e desde há já muito tempo.

A situação está quente e ao rubro, como é a cor da UDD, e fazerem-se previsões é difícil e por certo falível.

Abhisit entretanto tenta ver passada esta "batalha final" de Thaksin e se assim o conseguir pode vir a manter-se no poder mas porventura ainda mais "hipotecado" a Nevin que ontem fez um lancinante e teatral apelo para que o seu antigo patrão, Thaksin, pare de atacar, aquilo que ele diz ser um ataque à monarquia.

Songrkan, o ano novo tailandês, o festival da água, aproxima-se e por certo vai trazer algum espaço para se respirar e pode ser que a água que se usa para molhar as pessoas arrefeça os ânimos e os humores acalmem-se já que a verdadeira solução para os problemas políticos que o país enfrenta são mais complexos do que a própria situação.

A Situaç