A situação evoluiu de forma negativa e hoje a UDD, agarrando numa táctica que o PAD não chegou a pôr em prova decidiu começar a bloquear acessos a Bangkok e neste momento ocupa a praça do Victory Monument. Grande número de táxis, uma força sempre leal a Thaksin, iniciou um plano destinado a causar o caos na cidade bloqueando as vias de acesso. Victory Monument é o principal ponto de convergência de transportes públicos da zonas vizinhas de Bangkok, o local onde grande número de pequenas carrinhas chegam a toda a hora. Para além disso é um ponto importante de passagem para a zona Ministerial e onde se situa igualmente quer a Government House e a casa do Presidente do Conselho privado do Rei, General Prem, que se encontra de alguma forma cercado tendo tido de cancelar todas as suas actividades visto não poder sair de casa.
De igual forma a UDD, que segundo observadores ainda há pouco tinha na rua uma multidão de cerca de 75.000 pessoas, decidiu avançar sobre Pattaya para perturbar directamente a chegada dos participantes às cimeiras ASEAN+3 e EAS que se realiza naquela cidade a partir de amanhã.
O Hotel onde irão decorrer os trabalhos é fácil de proteger pela Polícia mas por certo que os manifestantes irão perturbar o trajecto das comitivas desde o aeroporto até ao local o que se tornará muito mais complicado de proteger. Entretanto os comerciantes de Pattaya já se manifestaram contra as manobras da UDD.
O Governo tenta á viva força entrar em contacto com Thaksin com o objectivo de o trazer de volta e segundo me afirmaram esta manhã tal será para que ele enfrente a justiça mas fundamentalmente para ver se existe, e na continuidade da proposta anteriormente avançada por Suthep, alguma plataforma de entendimento que permita o país regressar á calma e enfrentar as grandes tarefas que tem pela frente nomeadamente no campo económico que mais uma vez está a ser afectado.
Como referi Thaksin não tem nada a perder e vendo-se acossado joga todas as suas possibilidades numa tentativa de forçar mudanças que lhe sejam favoráveis e lhe permitam o seu sonho de regressar ao poder e "pôr mão" nos seus milhões retidos no país.
Abhisit a única afirmação que fez até agora, é de que a sua demissão ou a dissolução do Parlamento não são uma solução mas está previsto que fale ao país daqui a pouco eventualmente no noticiário das 8 da noite. Aguarda-se portanto aquilo que possa dizer sabendo-se contudo que a última palavra será sempre dos militares.
A UDD avança, desafia, na procura de confrontar as forças da ordem e obter alguma vitimização, e parece que o Governo lhes quer dar essa oportunidade. Abhisit , que acabou agora mesmo de falar numa curta mensagem ao país, afirmou de que amanhã será feriado dizendo que assim as forças da ordem poderão actuar mais facilmente contra os prevaricadores da ordem e não importunar as pessoas. Afirmou também que amanhã voltará a falar aos tailandeses. Pouca coisa mas o que disse não é de bom presságio.
Já recebi solicitações sobre informações de segurança mas aquilo que posso dizer limita-se a pedir ás pessoas que aguardem um ou dois dias para ver o evoluir da situação. Até agora a UDD tem sido pacífica mas é bem claro que procuram uma confrontação o que lhes daria um acrescido apoio. O Governo tenta manter-se calmo mas está a ver comprometida a sua imagem internacional e as suas instituições desprotegidas. Os dois dias que se seguirão serão indicativos. No Domingo é o inicio do Songkran e como disse pode ser que a água acalme os ânimos. A seguir