sexta-feira, 20 de março de 2009

The Nation sobre o Debate

Num artigo escrito por Tulsathit Taptin, editor adjunto do The Nation e que aqui pode ser lido, é tirada a conclusão, avant la fin, do debate da Moção de Censura que amanha terminará.
Tulsathit diz que este debate, que amanhâ será ganho no Parlamento através dos votos dos Deputados que apoiam a maioria, vai começar agora na cena política interna e internacional, pois as acusações feitas contra o Partido Democrata sobre o seu financiamento, evidenciados pelas cópias dos 27 cheques bancários que Chalerm mostrou no hemiciclo, se não tiverem seguimento judicial irão mostrar ao mundo que os casos anteriores contra Thaksin e os seus croonies foram politicamente motivados e não fundamentados em verdadeiras questões de direito.

Para que se entenda Tulsathit sempre tem sido um jornalista visto como próximo dos Democratas, como aliás a tendência geralmente evidenciada pelo The Nation, mas sempre batendo-se pela transparência de que aqueles eram depositários e da qual Abhisit é (era) o principal estandarte. Tulsathit é igualmente o autor do blog Thailand Jump the Shark.

Recorde-se, como refere no seu artigo, que Samak foi afastado do poder por uma decisão judicial no mínimo caricata (não está em questão as suas qualidades como PM, que as não tinha, mas tinha sido eleito para tal cargo) e que Somchai de igual modo acabou por ser destituído por outra decisão judicial em que por exemplo o Supremo se negou a ouvir as testemunhas de defesa alegando os factos serem suficientes para provar a culpa de Yonghyut, negando um dos mais elementares príncipios do direito que é o principio do contraditório.

Espera-se agora perante as evidências e perante as investigações já iniciadas pelo Departamento de Investigações Especiais (DSI), que o caso seja levado até ao fim com transparência e, que se for o caso de se provar que existe violação dos preceitos legais, o Partido Democrata seja dissolvido como está, muito claramente, escrito na lei.

O debate amanhã já terá pouca importância pois é quase que garantido que a Moção será chumbada mas o processo vai agora começar num fórum muito mais alargado e pelos vistos a comunicação social está pronta a fazer o seu escrutínio.

Moção de Censura


Ontem deu-se inicio ao debate da Moção de Censura no Parlamento e embora não seja esperado que o Governo caia o debate em si já está a provocar estragos na solidez dos Democratas e hoje os jornais de língua tailandesa, na sua grande maioria favoráveis ao governo, começam a falar da possível dissolução do Partido Democrata o que faria regressar o país a Dezembro do ano passado e aos contínuos jogos de bastidores disputando influências sobre os Deputados.

Com da primeira vez que falei da Moção referi estar a ser preparado um realinhamento do panorama dos partidos políticos referindo-me às movimentações de Nevin Chidchob e do "seu" Bhumjai Party (note-se que coloco o seu entre aspas visto Nevin estar, como Thaksin e muitos outros, embora tal não pareça, banido de direitos políticos até Maio de 2012). Acontece que agora já se fala, inclusive, da divisão do Próprio Partido Democrata em dois blocos, havendo mesmo um jornal que diz já terem sido constituídos esses dois novos Partidos, que como em Dezembro albergariam os Deputados nesta constante dança de cadeiras.

Para nós ocidentais que ligamos a pertença a um determinado partido politico com alguma convicção ideológica faz por vezes alguma confusão ver aqui os Deputados a saltarem de partido em partido sem outra razão que não seja a de manter "o tacho" totalmente alheios dos interesses dos seus constituintes. Na realidade em Portugal, que é o que melhor conheço, a situação não é tão diferente quanto possa parecer só que tem algumas subtilezas no que respeita à sua encenação. Os tailandeses são por natureza mais ingénuos (não sei se será a melhor palavra. Pode também usar-se pueris) na forma de se exprimirem e não raramente dizem abertamente coisas que nós ocidentais chamamos de pouco diplomáticas. Vá lá saber-se quem fala melhor.

O facto é que este sistema de "salto de barreira politica" não é nem nunca poderá ser um contributo para a consolidação de um poder democrático e limpo visto aqui o que está sempre em jogo é o dinheiro que se consegue obter através da posição que se garante.


Voltando à Moção e à sua discussão ela pouco acrescentou a não ser mostrar um PM calmo e sorridente de um lado e um líder da oposição Chalerm, o Capitão da Polícia com um passado nada limpo em nenhum campo e sempre com uma rudeza de modos que pouco agrada aos tailandeses. Chalerm falou durante 3 horas (!!!) mas nada de novo trouxe pois todos os pontos eram sobejamente conhecidos.

Acrescentaram aquilo que, no entender do Puea Thai, Abhisit fez, para fugir à tropa, ou seja falsificar documentos, ao qual o PM, mostrando uma fotografia sua vestido militarmente, disse ter cumprido o serviço militar. Na Tailândia funciona um sistema de bola branca bola preta em que os mancebos que tenham uma bola preta têm de cumprir o serviço durante cerca de 2 anos. Acontece que é universalmente conhecido que por 30.000 se resolve esse assunto. É tão sabido que funciona como uma taxa fixa. Abhisit não fez serviço militar mas foi professor na Academia Militar e o ex PM Surayud, o PM após o golpe de estado de 2006, passou um certificado dando-lhe equivalência por esse tempo passado como professor. Contudo este caso mancha fortemente o próprio PM.

Outro caso novo é o facto de após ter sido eleito PM, em Dezembro, Abhisit, numa clara violação de variados preceitos legais e constitucionais, ter enviado a 17 milhões de tailandeses um sms com uma mensagem pessoal de agradecimento. Não só violou a intimidade das pessoas como é acusado de as empresas de serviços telefónicos móveis terem sido isentas de pagarem o IVA naquele caso. Para agravar Abhsit, na tal ingenuideda (?) disse que não houve violação da privacidade visto o sms ter sido enviado uma só vez e as pessoas não eram obrigadas a responder podendo apagá-lo se desejasse. Pior a emenda que o soneto, diz-se em português.

Todas estas questões estão a deixar algumas manchas negras no corpo do PM mas o principal problema é o facto da doações feitas ao partido e o facto da Comissão Eleitoral já ter vindo a terreiro para dizer que existem indícios graves de violação da lei dos Partidos e que vai iniciar uma investigação. Nesta fase do debate Abhisit, com poucos argumentos, saiu a dizer, e passo a citar " a doação foi feita em 2004 quando era Presidente Adjunto do Partido e não tinha responsabilidades nas áreas financeiras. Desde que fui eleito Presidente todas as doações tem sido comunicadas à Comissão Eleitoral" , fim de citação. Completa sacudidela de água do capote. Ou por outras palavras os outros que sejam responsabilizados porque eu não tenho nada a ver com este caso.

Todo o estado-maior dos Democratas está em alerta máximo sobre a possibilidade de um veredicto futuro pela Comissão Eleitoral que implique a dissolução do partido (quase que uma moda no país), daí o terem saído para a rua os comentários de divisão no seio do partido.

Isso poderá ter alguma repercussão no voto da Moção de Censura, não o suficiente para ela ganhar, mas o mais importante é seguramente o aproveitamento que os abutres sempre fazem dos corpos em decomposição e Nevin and Friends nunca dormem.

quinta-feira, 19 de março de 2009

Aeroporto de Suvarnabhumi


O aeroporto de Suvarnabhumi, o recentemente inaugurado - 29-09-2006 - aeroporto de Bangkok, era até á não muito tempo o maior hub asiático. Isto devia-se não só ao grande volume de tráfego que demanda a Tailândia mas também ao facto de este ser um ponto obrigatório de passagem para quem demanda o Laos, o Cambodja, Burma e vários outros pontos na região para além de quase todos os aviões da Europa para a Austrália e Nova Zelândia fazerem escala aqui.

Também muitos aviões cujo destino final era Jacarta, Taipé, Manila e até mesmo Singapura aqui faziam escala não só devido ao posicionamento de Bangkok em relação á Europa mas pela qualidade e funcionamento do aeroporto

Ontem foi apresentado um estudo feito pela Associação dos Agentes de Viagem da Região Ásia/Pacífico (PATA) onde se mostra o facto de, devido aos problemas ocorridos com a ocupação dos aeroportos e o consequente apetite dos concorrentes para darem "uma dentada", Suvarnabhumi perdeu 30% da sua ocupação.

Aeroportos como o de Singapura, Kuala Lumpur e Hong Kong de imediato ofereceram melhores condições aos operadores que demandavam anteriormente Bangkok e que na altura não puderam aterrar, e desde esse momento e até agora 30% do tráfego, carga e passageiros, não regressou à Tailândia.

Para além destas cidades também o Vietname desenvolveu as suas infraestruturas e passou a oferecer soluções para aqueles que demandam o Laos e o Cambodja poderem utilizar quer Hanoi quer Ho Chi Min.

Outro factor foi o grande crescimento dos operadores low cost, com a Air Aisia à cabeça, que passaram a oferece muitos mais voos cruzando os céus da Tailândia mas sem por aqui pararem.

A queda de chegadas de turistas foi outra das consequências com uma quebra de 28% no mês de Janeiro o que não está de modo algum recuperada, e Associação prevê que no final do ano, apesar do turismo em geral na Ásia dever crescer numa taxa moderada de 2%, a Tailândia continue afectada e registe um crescimento negativo nas entradas de turistas.

Apesar do estudo do Banco central que calculava os prejuízos num número inimaginável como aqui já várias vezes referi o facto é que como dizia o Presidente da PATA "Foram só 10 dias mas provavelmente serão necessários 10 anos para sarar as feridas dos incidentes"

Como os Números Enganam


A Balança Comercial tailandesa sofreu um impulso positivo bastante significativo em virtude de ter havido uma quebra das importações de 40,3%, a maior queda registada nos últimos 11 anos. Por seu lado as exportações sofreram um baixa menos significativa de somente 11%.

Deste modo a Balança Comercial apresentou um superavit de 3,58 mil milhões de dólares o que é significativo e parece bastante bom para o país.

Na realidade este desequilibrio, positivo, agora verificado deve-se fundamentalmente ao facto de a Tailândia estar a importar menos petróleo e matérias primas que, depois de transformadas e onde é incorporado valor local, são exportados como produtos acabados.

Por outro lado significa também uma quebra no consumo no país nomeadamente de bens importados, significativamente mais caros. Neste particular é interessante ver que o Governo anda fortemente empenhado numa campanha anti proteccionista, um dos temas principais do discurso de Abhisit recentemente no encontro com Gordon Brow, sendo a Tailândia um país altamente proteccionista, basta ver as pautas aduaneiras. Mas essa queda de importações também tem o seu reverso que é a quebra das receitas aduaneiras, como referido, significativas pelas altas taxas que são cobradas. Um exemplo é o vinho de mesa que em regra geral, há várias graduações e excepções, mas em regra, dizia, paga 420% sobre o valor ou da factura ou de um valor mínimo determinado pelos serviços fiscais portuários.

Na economia cada vez mais tudo é um sistema de vasos comunicantes e nunca existe só fases más como nunca existem só fases boas.

As "fases boas" vimos atá há cerca de uns meses atrás onde o mundo cor-de-rosa das facilidades de crédito fazia entender que o único caminho era o continuado crescimento das economias e consequente aumento dos PIB per capita.

Também as "fases más", como a que atravessamos agora e da qual números são um minúsculo exemplo, não são só más e a Tailândia é um bom exemplo disso pois sendo um país com enormes reservas no sector agrícola, auto suficiente no plano alimentar, um dos raros no Mundo, a capacidade de regeneração e de encontrar alternativas que lhe permitam levar a crise de uma forma mais leve existem e são reais.

O maior inimigo do país é a instabilidade política, o mais que deficiente sistema judiciário e fundamentalmente a corrupção que come muito dos recursos que este povo generosamente constroi dia a dia.

Morto, fundamentalmente, este polvo a Tailândia pode e deve preocupar-se com estes ou outros números, mas pode enfrentar o futuro com aquele sorriso que fez este país a terra dos mil sorrisos.

quarta-feira, 18 de março de 2009

Moção de Censura


A Polícia prepara-se para enfrentar os camisas vermelhas, mas estes vão estar ausentes dizendo que querem que o povo se concentre em ouvir e entender o debate sobre a Moção de Censura que a partir de Sexta-feira, e até Domingo, sim os Deputados aqui trabalham ao Domingo quando é necessário, começa a ser debatida, para segundo a oposição ser derrubado o Governo de Abhisit Vejjajiva.

Dada a confortável maioria que a coligação no poder dispõe no Parlamento não é de esperar que a Moção venha a ser aprovada mas o facto é que ela está a fazer danos colaterais ao à coligação e essencialmente aos Democratas.

Os pontos em que se baseia a Moção são os seguintes:

1 - Existe uma investigação em curso sobre a transferência de 258 milhões de bath de uma empresa TPI Polene para uma outra empresa Messiah Business and Creation alegadamente para pagamento de uma campanha publicitária. Esta não foi visível e o dinheiro foi dividido entre pessoas muito próximas de vários Deputados do Partido Democrata. Isto passou-se em 2005

2 - No mesmo ano o mesmo departamento que investiga este caso encontro traços de 23 milhões de bath transferidos do Partido Democrata para a tal dita Messiah, como pagamento de material publicitário. Este dinheiro tinha vindo directamente do Estado de um fundo de apoio aos partidos políticos e igualmente não há traço visível da campanha.

3 - Uma candidata Democrata da província de Samut Prakan, às portas de Bangkok, foi desqualificada por compra de votos (aqui isso significa na verdade compra ou seja transacção de dinheiro). O Puea Thai pretende ligar este caso com os directores do partido o que levaria á dissolução do Partido Democrata como aconteceu com os Partidos ligados a Thaksin Shinawatra.

4 - Por fim vão continuar a insistir na não qualificação do Ministro dos Negócios Estrangeiros mostrando vídeos da sua participação directa na ocupação quer da Government House quer nos aeroportos.

Todos estes casos não parecem suficientes para levar á queda do Governo até porque na sua maioria estão ainda em investigação, e portanto o Governo pode sempre alegar que espera serenamente pelo desenrolar das averiguações e mesmo o caso de Kasit Piromya, o MNE, não parece vir a ser crítico a não ser que acabe por haver qualquer acordo e este venha a ser sacrificado, como aliás por várias vezes já foi sugerido.

Contudo no preparar para esta Moção muito tem acontecido fundamentalmente nas negociações atrás dos bastidores e naquilo que está em curso que é o redesenho do mapa partidário tailandês.

Já aqui referi os movimentos de Nevin Chidchob, o ausente pelo facto de não ter direitos políticos, sempre presente, que não para de através das negociações sobre quem apoia quem e quem vai votar como, de engrossar o Bhumjai Party. Hoje na comunicação social vinha referido que quem estaria na calha para se aliar a Nevin era nem mais nem menos o General Sondhi, o autor do golpe de Setembro de 2006, aliás como já tinha referido em Janeiro. Para além de Sondhi (general mão o do PAD embora não andem muito distantes) falava-se em Khunying Sudarat a única mulher que um dia foi apontada como possível Primeira-Ministro, aliada de Thaksin e "controleira" das bases de Bangkok que a estes eram fieis, mas inimiga de Nevin (como se isso fosse algum impedimento o facto de se ser inimigo).Nevin ao que parece estará prestes a fazer uma aliança com um dos partidos da coligação o Prachathai e têm sido intensas as negociações para que os Deputados que controla estejam alinhados com os de Snoh, o líder do Prachathai.

A Moção por si mesma é um sinal de alguma fraqueza dos Democratas e embora pareça seguro que esta não seja aprovada o facto é que lateralmente está dar a oportunidade para o realinhamento das forças políticas enquanto Abhisit continua a sua campanha isolado como porta bandeira de uma coligação que tem mais brechas do que cimento.

segunda-feira, 16 de março de 2009

O Homem que pode ser Primeiro-Ministro


Já muitas vezes falei de Nevin Chidchob, o homem que dizem ter nove vidas como um gato (aqui dizem 9 e não 7 como nós porque o número da sorte é o 9), merece hoje um título na primeira página da secção política do The Nation como o que titula este post.

Nevin tem sido sempre um segundo, sempre manobrando na sombra, sempre ao lado do líder, a maior parte do tempo, Thaksin Shinawatra.

Sem direitos políticos desde Maio de 2007 quando o Thai Rak Thai Party foi dissolvido e levou na enxurrada 111 executivos entre eles Thaksin, Nevin, como a maíoria dos sobreviventes que quer voltar à cena, retira, reagrupa e ataca.

Andou desaparecido, embora se relatasse algumas das suas viagens para conversações com o "chefe" após este ter fugido do país em Agosto de 2008, mas a pouco e pouco foi compreendendo o poder de manter fiel as suas tropas, os cerca de 30 deputados que continua a pagar, para, a partir do seu poder de voto, vir a assumir posição de relevo na cena política como está de novo a acontecer.

Aquando da formação dos governos quer de Samak quer de Somchai a sua mão era sempre visível mas nunca a sua cara. O seu trabalho foi manter-se junto à sua base de eleitores. assegurar que "os seus homens" fossem escolhidos e depois tivessem lugares condizentes e assegurar os necessários meios de financiamento necessários para a sua grande aventura de se tornar no novo Thaksin.

Mais do que ser o futuro Primeiro Ministro, Nevin quer ser o novo Thaksin, quer ser o homem que controla e beneficia dos poderes neste país.

Como é dito no artigo que hoje lhe é dedicado ele é um político que volta sempre ao topo dos acontecimentos. Nevin always bouces back, assim reza.

Quando Abhisit, empurrado pelos militares e por Suthep, fez o pacto, altamente fotografado, com Nevin, era como que um pacto entre Deus e o diabo, como que Judas beijando Cristo.

Nessa altura Nevin estava só a "emprestar os seus" Deputados para ajudar á paz no país e á solução dos problemas criados com a divisão existente, assim o dizia. Nessa altura falou para os jornais dizendo que tinha dito ao "boss", a forma como denominou Thaksin, que era tempo de separarem os caminhos.

Desde então tem-se dedicado, e vendo o sucesso da sua estratégia, a construir o seu futuro. Financeiramente, primeiro para assegurar que vai continuar a poder atingir os seus objectivos e organizacionalmente para que esses se possam materializar.

O financiamento para além das contribuições que consegue de alguns dos antigos apoiantes do "patrão" que vêem nele o futuro, as posições que conseguiu no governo permitem-lhe, através dos seus nominee, acesso a orçamentos importantes que acabam grande parte deles em empresas que posteriormente fazem generosas doações ao sue grupo. De igual forma as políticas de distribuição de dinheiro às populações rurais, que lhe são atribuídas visto ser um especialista neste tipo de políticas (muito aprendeu com Thaksin), fazem com que uma grande parte desse dinheiro possa cair em zonas que lha são favoráveis. Do ponto de vista organizativo Nevin é o pai do Bhum Jai Party que o próprio Sondhi disse ser o principal candidato a vencer as próximas eleições. Este partido tem vindo a crescer e é neste momento o mais importante, em número de Deputados, na coligação no governo para além dos Democratas. Por outro lado, como é sabido que Nevin sempre "olha bem" pelos seus homens o número de deputados do Puea Thai que tentam mudar é importante. Este fim de semana Thaksin, em três telefonemas feitos para outras tantas manifestações dos "vermelhos" solicitava aos seus aliados que se mantivessem fieis ao Puea Thai tentando conter a previsível hemorragia interna.

Newin tem assim a máquina a funcionar e financiada e começou este fim de semana com o lançamento de uma campanha de outdoors publicitários de grandes dimensões na região de Bangkok. Igualmente contratou 5 horas diárias de tempo de antena em 150 rádios locais no interior do país para durante um tempo ainda indeterminado.

Ataque em força e no momento como referi em que variadas forças atacam os Democratas.

Abhisit, que parece estar noutro Mundo e ser ele próprio um político que não pertence a este "circo", está assim a ser atacado e corroído por fora e por dentro. Por muito que os jornais falem do seu excelente desempenho em Oxford, onde não se coibiu em enfrentar o fugitivo Professor Ji Ungphakorn, que de camisa vermelha e com uma matraca em punho o contestou, o facto é que Abhisit é cada mais um homem isolado na política na Tailândia.

Abhisit mostra-se ao Mundo, representa o país nos fóruns internacionais, e bem, mas a velha política interna está como dantes o talvez pior visto que não há pior cego do que aquele que não quer ver.

Nevin tem um problema para resolver que é o facto de estar inibido de direitos políticos até Maio de 2012, mas como mais de uma vez já referi quase tudo é possível acontecer na cena política tailandesa.
Como dizia outro dia. Venham os meus inimigos que de amigos já estou farto dirá Abhisit, por isso talvez se tenha dado tão bem este fim de semana com Ji "Gilles" Ungpakhor em Oxford.