sábado, 17 de outubro de 2009

Chiang Mai


Faz hoje 142 dias e vejam como está crescida.

Ainda só está visivel para visitas oficiais razão pela qual, embora esteja em Chiang Mai, só vejo Lin Ping em fotografias.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Ainda Mariza

John Clewley, o jornalista que tem uma coluna no Bangkok Post chamada “World Beat”, voltou a escrever sobre o concerto de Mariza no passado dia 8 em Bangkok e parte do Festival de Música e Dança da capital tailandesa.

Tinha sido o mesmo autor que há três anos tinha dito “One of the best concerts I have seen” (lembro-me de ter lido não um dos mas o melhor) e agora repete a frase afirmando que o do dia 8 “was even better”.

Por vezes temos, em Portugal, uma noção um pouco restrita daquilo que são as conquistas conseguidas no estrangeiro por artistas com o peso de Mariza e outros lutando por dar a conhecer a nossa cultura e os nossos valores e muitas vezes sem a pompa promocional que outros paises conseguem produzir.

Na passada Sexta-feira tive um jantar em casa do Embaixador Belga na capital e, como o tinha visto no concerto, perguntei-lhe se tinha gostado do espectáculo. Para meu espanto afirmou-me já ter visto a Mariza actuar ao vivo 6 vezes e que tem todos os seus discos, fazendo-me corar pois eu só a vi duas vezes e tenho uns meros 4 discos.

Mariza conquistou as gentes de Bangkok e só é pena que os discos dela não estejam acessíveis ao público aqui.

Vale a pena dar uma vista de olhos sobre o artigo do Bangkok Post que aqui fica.

Também o The Nation relatava hoje, sobre o concerto do dia 8, num artigo intitulado Fado's Beating Heart e a alturas escreve Michael Smithies que - os espectadores vêm "comer-lhe à mão" devido a forte personalidade e ao encanto de Mariza - Fala igualmente da magia da cantora ao ter conseguido transformar a enorme sala de espectaculos de Bangkok numa pequena Casa de Fado (taberna como ela lhe chamou), onde todos couberam e viveram Lisboa por uns instantes.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Rumores e mais Rumores

A falta de informação é a maior amiga do Rumor.

Os Rumores alimentam todo o tipo de mentes sejam elas as mais esclarecidas seja, elas as mais influenciáveis.

A capital está cheia de Rumores.

Nada de anormal já que por exemplo Rumores sobre golpes de estado são mais frequentes que os próprios golpes tão frequentes que já poucos lhes ligam.

Não deve haver nenhum mês em que não passe pela cabeça das pessoas, e porque são induzidas através dos rumores, que um golpe está para sair à rua. Uma vez que também embarquei num dessas rumores, ou boatos numa linguagem mais vulgar, disse a uma amiga minha que tivesse cuidado visto estar eminente a saída dos militares para as ruas ao que ela me respondeu que se eram os militares era o Rei e por isso estava descansada.

O que ela me disse é para além de tudo um sinal do conforto que o Rei transmite ao seu povo que muito o ama.

Mas os rumores desta vez são sobre a saúde do próprio Monarca o que põe milhões de corações ansiosos.

A estadia de Sua Majestade no hospital é a mais longa que a maioria das pessoas tem memória. Em 2007 esteve hospitalizado durante 25 dias na sequência de um pequeno problema cardíaco mas desta vez está hospitalizado há já cerca de 1 mês e os boletins que são diariamente emitidos pelo seu Secretariado são de alguma forma pouco elucidativos.

Ontem a Bolsa caiu mais de 4% e hoje voltou a baixar 2% sendo que um dos títulos mais penalizados foi o do Siam Commercial Bank, um banco cujo maior accionista é o Crown Property Bureau. Tal facto foi claramente assumido por jornais de língua tailandesa como um sinal de preocupação sobre a situação no país e o Presidente da Bolsa teve de vir esclarecer que tal não era justificavel.

O papel inigualável que o Rei conseguiu junto do seu povo ao longo de mais de 60 anos de reinado, faz com que qualquer pequeno problema ao seu redor seja sentido pelo país de uma forma intensa como o demonstram o já cerca de meio milhão de assinaturas nos livros que estão à disposição no hospital onde se encontra para que cada um possa desejar as melhoras ao reverendo Monarca.

Será importante que o Royal Household Bureau consiga mostrar rapidamente ao país que os cuidados médicos ministrados ao Rei estão a resultar e que ele está a ganhar forças para de novo poder acenar com carinho ao seu povo.

Como Bangkok é Grande!

Anteontem dizia-me uma amiga que vive na zona leste de Bangkok, para ter cuidado ao guiar pois a chuva era torrencial e tudo à sua volta estava “debaixo de água” o que a impedia de sair de casa.

Respondi-lhe que onde me encontrava nem sequer chovia embora mais tarde tal tenha acontecido.

Na realidade choveu bastante mas nada que “fizesse parar o trânsito” aqui no centro da cidade.

Acontece que desde essa altura tem continuado a chover com profunda intensidade ali na zona leste se bem que noutras áreas o tempo esteja calmo.

Ontem pela tarde o tempo aqui no centro era mesmo extremamente bom com o céu limpo, azul e uma brisa ligeira. Atravessei a pé todo o parque Lumpini, mesmo ao lado do escritório, e o clima era mesmo de Primavera.

Estamos no mês onde é natural haver cheias em Bangkok mas essas cheias são normalmente devidas ao facto do Chao Praya, o rio que banha a capital, sair das suas margens por força de dois elementos que se conjugam em paralelo. Vir cheio do Norte devido ao acumular das águas das chuvas e a maré do Golfo da Tailândia atingir o seu ponto mais alto tornando mais dificil o fluxo das águas para Sul.

O Governador de Bangkok já encomendou uns milhões de sacos de areia que estão a ser colocados nos pontos mais sensíveis ao longo das margens do rio para obviar à situação. Agora o que o Governador de Bangkok não estava por certo a contar é que teria de arregaçar as calças para andar na zona de Srinakharind onde há três dias consecutivos a água tomou conta das ruas.

Hoje um jornal trazia uma fotografia muito engraçada que mostrava uns garotos, a brincarem na água, como é normal nestas situações, mas estes estavam à pesca de peixes e mostravam já uma das suas capturas.
Temos assim um aparte de Bangkok “debaixo de água” e outras com sol , qual eira e nabal.


quarta-feira, 14 de outubro de 2009

O Dia da Polícia

Comemorou-se ontem em Nakhon Phatom, a Oeste da capital, o Dia Nacional da Polícia mas as comemorações de ontem tiveram uma particularidade bem demonstrativa do momento que a corporação atravessa.

Os cadetes e outros oficiais desfilaram numa parada como sempre acontece nestes dias. Para assistir à parada por norma deverão estar os oficiais de maior patente a começar pelo comando da corporação.

Com a confusão que tem havido desde o início de Agosto na guerra das polícias, como aqui já se chama, acontece que não foi ainda aprovada a lista das nomeações para os diferentes sectores.

Todos os anos, no dia 1 de Outubro, entra em vigor a lista das promoções e das novas funções para os três ramos militares e para a polícia, Todos os que atingiram os 60 anos de idade passam compulsivamente à reforma e são reorganizados os organigramas funcionais das forças de segurança preenchendo-se as vagas e procedendo-se às promoções de patente.

Este ano, e pela primeira vez na sua história de mais de 100 anos, a parada não teve na tribuna os comandos visto muitos já se terem reformado e os novos ainda não foram nomeados.

Quem presidiu foi o comandante interino, que tem mesmo esse carácter de interino pois neste momento é mais que seguro que não será o nomeado para assumir a posição depois de já ter sido derrotado, ele e Abhisit, por duas vezes. Igualmente não esteve presente, como é hábito, o membro do governo que tem o pelouro da corporação que neste caso seria o Ministro do Interior, Chaowarat e/ou eventualmente o Vice-Primeiro Ministro Suthep, encarregado das questões de segurança, e tal compreende-se visto ambos terem votado sempre contra o General Prhateep.

Uma força que se quer forte e coesa está neste momento, fruto da luta política em volta de quem tem mais poder para nomear o “seu” candidato, enfraquecida e insegura.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Terreno Instável

Politicamente o país está numa encruzilhada ou num marasmo como preferirem, visto o PM estar cada dia mais isolado, mas por outro lado ninguém o querer derrubar já que ninguém quer assumir a sua posição. os interesses individuais e dos grupos estão assegurados e assim Abhisit continua a gerir, a ter as dores de cabeça enquanto os outros têm os benefícios.

Ontem num almoço com um dos conselheiros do partido no poder ouvi mais uma vez a confirmação desse mesmo isolamento.

Hoje vem a lume que o suposto braço direito do PM, Suthep, confessou a um amigo, por certo para que esse viesse trazer o assunto para a praça pública, que o PM tinha atraiçoado a ele e ao já retirado ex Secretário-geral da Presidência, Niphom, ao teimar em nomear o General Prateep para o comando da Polícia.

Abhisit já não sabe como sair desta embrulhada em que se meteu e que é a muito leve ponta do grande icebergue que existe no Reino. Icebergue esse que, como muitos pelo Mundo fora, vai a pouco e pouco derretendo e fazendo com que as suas águas se tornem visíveis no exterior. Os ingleses têm uma palavra que ilustra de forma perfeita aquilo que quero transmitir. Leaks, é isso que vai acontecendo e que está a criar grande tensão na classe política tailandesa, fundamentalmente na classe urbana, dita civilizada.

Em contraste com essa luta de poder existente nos bastidores na capital, realizaram-se este fim-de-semana, um pouco por todo o pais, eleições para aquilo que podermos designar Juntas de Freguesias, os representantes mais perto do povo, e nem uma linha foi escrita sobre o assunto pelos jornais “eruditos” da capital.

Escreveram sim acerca da viagem que Abhisit fez a Ubon Ractchatani, saltando de povoação em povoação de helicóptero, mostrando a dificuldade que tem em "sentar-se á mesma mesa que o povo", para entregar alguns cheques a idosos por compensações devidas a lutas que têm há mais de 30 anos contra a construção de uma barragem.

Acontece que é a terceira tentativa que o PM faz, sempre junto de idosas em aldeias da província de Ubon, e das três vezes acaba por se sair mal. Da primeira a Grandma Nium morreu dias depois de ter sido visitada por Abhisit, Agora foi lembrado ao PM que durante a luta da Grandma Hai, que recebeu um cheque de cerca de 25.o000 Euros, houve vários governos Democratas que nada fizeram e a terceira Nong Yarak, neta da primeira, deu um anel ao PM que este vai ter de restituir visto já ter sido acusado de receber um presente que, pelo seu valor, viola as leis sobre ofertas a titulares de cargos públicos.

Dizia-me o meu amigo, que já referi, ao almoço: Abhisit é demasiado inglês (recorde-se que nasceu em Inglaterra e foi educado em Eton e Oxford) para ser PM na Tailândia e demasiado tailandês para ser PM em Inglaterra. Será por isso que ontem Abhisit recebeu o seu novo carro, um Range Rover blindado, feito no seu país natal?

Abhisit segue o seu caminho, só, embora amparado por todos, para que não tropece, enquanto os velhos políticos e o país, como aqui se relata, seguem fazendo as suas negociatas e mantendo inteiros os seus interesses que, se bem que possam parecer diferentes, são na realidade muito semelhantes.

Servirem-se a si e não servirem os outros.