sexta-feira, 6 de junho de 2008

Entre Rios


Estou hoje na encruzilhada dos rios Mekong e Mun na Província de Ubon Ratchathani mesmo em frente ao Laos. Aqui os dois rios encontra-se e formam um só rio com duas cores diferentes.

O Thonsng Khongjiam Resort fica nesta encruzilhada de países e rios e tem uma vista deslumbrante.

Fica só este apontamento deste passeio pelo Nordeste Tailandês depois da visita ao Prasat Khao Phra Vihan ontem de manhã no Cambodja.

Prometo que quando chegar a Bangkok descreverei mais.

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Até já


Para aqueles que reclama aqui fica um pré aviso. Vou sair de Bangkok por quatro dias, desde Quinta de manhâ (cedinho como se faz aqui ) e regresso no Domingo.

Irei visitar várias províncias no Nordeste do País conhecidas por Issan ( mapa aqui ).

Começo por Ubon Ratachani, para onde voo ás 7 da manhâ, depois irei até Khao Prha Viharn, que já fica no Cambodja. De volta á Tailândia em direcção a Si Sa Ket, Roi Et, Maha Sarakham e Khon Kaen onde apanharei o avião de volta.

Khao Prha Viharn é um templo na fronteira que é foco de permanente disputas entre os dois países visto que o acesso só pode ser feita pela Tailândia embora o templo, em si, se situe no Cambodja. Um pedaço de terreno adjacente ao templo ainda é reclamado pelos dois países.Está no processo de ser registado como património da Humanidade pela UNESCO e, segundo dizem vale a pena ver.

Aqui vou então. Já agora aproveita-se para comer a comida local que é muito apreciada especialmente por quem gosta de comida verdadeiramente picante, como é o meu caso. Em baixo podemos ver dois dos mias importantes pratos: Larb Moo e Som Tam respectivamente em cima e á direita. O outro é pequenas costelas de porco frito. O primeiro uma salada de carne de porco picada e o segundo uma salada de papaia verde.


terça-feira, 3 de junho de 2008

UE e ASEAN




Já fui acusado hoje de me ter desleixado com a escrita por ainda nada ter dado à estampa.

Estou emocionado com tamanho elogio. Não sabia que os meus rascunhos eram tão apreciados que havia, já, quem desse pela falta deles. Se fosse em papel até pensaria que era por um eventual uso alternativo das folhas, mas não.

Vaidoso e lisonjeado lá vou tentar explicar o dia de hoje em Bangkok.

Contrariamente ao que se possa pensar até trabalhei e bastante. Desde cedo até perto das 10 da noite hora em que deixei os meus colegas de um Workshop sobre aspectos de Segurança em Energia entre a União Europeia e os países da ASEAN. O único não presente foi Burma, mas, sem desprimor para com as suas gentes, não fizeram cá falta.

Amanhã haverá mais e lá estaremos para tirar as conclusões destes dois dias de trabalho.

A ASEAN é um bloco ainda bastante diversificado embora conte já com quase 41 anos de existência. Na realidade "nasceu" aqui perto, em Bang Saen, em Agosto de 1967 mas o seu desenvolvimento como agrupamento regional, como a UE, ainda está a dar os primeiros passos. Na região as pessoas ainda não têm a consciência de pertencerem à ASEAN e ainda não viram o benefício dessa participação.
Ao contrário da UE, a ASEAN, não tem, ainda, mecanismos de apoio ao desenvolvimento e não criou nenhum orçamento comum que pudesse ajudar a equilibrar as disparidades. Na realidade co-existem dois dos países mais ricos do Mundo, como Singapura e Brunei-Darussalam, com alguns dos países mais pobres como Burma, Laos e o Cambodia. Co-existem o maior país muçulmano, a Indonésia, com o maior país budista, a Tailândia e um país eminentemente católico como as Filipinas.
Singapura, Malásia e a Tailândia, à sua maneira, são democracias com bastantes anos de prática e simultaneamente temos Burma, um regime ditatorial feroz, Laos um regime comunista moderno e o Cambodja onde ainda não há muitos anos imperava o terror dos Khmer Vermelhos de Pol Pot.
Construir uma comunidade com tantas divergências será obra mas com a adopção da Carta de Príncipios em 2007, que se espera seja ratificada por todos os Estados Membros até ao final do ano, vai ser dado um passo importante nessa criação.
O primeiro pilar será uma comunidade económica com data marcada para 2015 isto depois de este ano, ainda ser adoptado um hino para a ASEAN. Depois seguir-se à a organização dos Direitos Humanos e o pilar de desenvolvimento social e cultural. Ao mesmo tempo será fortalecido o pilar respeitante à defesa e segurança comum.
Até agora, e apesar do tempo que já mediou, a ASEAN conseguiu várias vitórias entre elas, a paz na região, e o facto de ser uma plataforma política de grande respeito na região e aquela que aproxima a China do Japão e da Coreia do Sul e vice versa. Estes três países não têm nenhum instrumento de diálogo entre eles e é na ASEAN+3 que se reunem e discutem problemas que respeitam à Ásia quer do sudoeste quer oriental.
A UE é o mais antigo parceiro da ASEAN tendo o ano passado em Novembro, durante a Presidência Portuguesa sido celebrado em Singapura os 50 anos da UE, os 40 da ASEAN e os 30 da parceria entre os dois blocos com uma cimeira de grande importância onde foi precisamente aprovada a Carta de Príncipios da ASEAN.

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Segunda-feira


O dia está calmo, as nuvens altas e sopra uma ligeira brisa e a temperatura não está muito elevada. Cerca de 32.

Deixo-vos a imagem acima do líndissimo Wat Arun, ou templo do amanhecer, mesmo á beira do Chao Praya o rio que passa por Bangkok. Por ela até parece que os deuses se abatem sobre Bangkok mas por vezes estes céus carregados têm eles mesmo imensa beleza.

Hoje só escrevo este pequeno apontamento porque a cidade o merece e porque estou tão ocupado que ainda não tive oportunidade sequer de ler as noticias mas parece que quem perdeu na guerra do fim de semana foi o PM pois os títulos dos jornais são sobre a situação periclitante com que saiu da guerra de palavras. O título do The Nation é interessante quando dizem " He said....... then he said" e mais á frente "Crackdown.....Backdown".

A pressão agora está a ser feita sobre os partidos da coligação para abandonarem o Governo e deixarem o PPP, do PM Samak, mas este tem sempre a possibilidade de dissolver o Parlamento e declarar o Estado de Excepção.

Amanhâ haverá por certo novos desenvolvimentos. Logo se verá.


domingo, 1 de junho de 2008

O dia de ontem


No meio de toda a tensão existente desde há uns dias o Primeiro Ministro, Samak Sundaravej, não achou nada melhor que anunciar logo de manhã na televisão de que a Polícia iria desalojar pela força os manifestantes "já que ( depois do recuo do Governo ) não havia mais razão para a manifestação".

Como se diz em bom português: o que foi ele dizer!!. Atirou álcool para a fogueira e as coisas estiveram bastantes quentes até este manhã quando ele veio "pedir desculpa" e, embora reafirmasse a necessidade de a ordem ser reestabelecida, disse que o Governo não usará a força para tal.

Ontem chegaram a ser enviadas para a capital forças militares com medo de que a polícia não chegasse para dar conta do recado. Como sempre acontece neste país a tensão abrandou e parece que nos próximos tempos vamos assistir a um regresso das forças em confronto aos seus lugares de partida.



Qual 25 de Abril

Já se diz que golpe só em Setembro. altura em que são, anualmente feitas as mexidas nas estruturas militares.

Como se vê há sempre tempo para brincar com a situação mas um dia os tailandeses ainda se magoam.

Os mais antigos poderiam lembrar-se da história em que por duas vezes já houve confrontações que acabaram por derramar algum sangue e isso é por certo o mais indesejável num país que quer continuar a estar na vanguarda do desenvolvimento no Sudoeste Asiático.

Tudo isto se passa num cantinho desta enorme metropole e se não se ouvir as noticias, se não se tiver nenhum amigo mais atento que nos telefone, ou algum pai mais nervoso e preocupado, não sabemos de nada. Ontem mesmo resolvi ir atè "ao local do crime", isto ainda antes da ameaça do PM, e a situação era mais parecida com a que se vive numa feira do que numa manifestação política.

A única coisa que notei ontem de diferente é que pela primeira vez, ao encher o depósito de gasolina do carro paguei, 2.000 bath ( cerca de 40€ ) quando ainda não há muito tempo pagava 1.300-1,500.

Isto, aliado à subida do preço dos produtos alimentares, é, sim, o que preocupa os Tailandeses.