sábado, 13 de março de 2010
Sábado 13
sexta-feira, 12 de março de 2010
Ás 3 da tarde
Na realidade houve várias concentrações de "camisas vermelhos" ao fim da manhã nos locais préviamente anunciados, mas foram poucas as pessoas que mal se fizeream notar o que terá sido a real razão para esta mudança tática. O maior grupo terá sido provávelemnte em Nonthaburi, alguns milhares, mas no resto resumiram-se a centenas.
O governo continua com a sua campanha de (des)informação e a última mensagem que recebi, vinda de meios militares, era para comunicar às pessoas que não deveriam andar de táxi porque os taxistas as poderiam fazer reféns. Sem comentários.
Falei pessoalmente com as pessoas que estão em contacto de ambas as partes e estas confirmaram o facto embora se queixassem de que a outra parte não era flexivel, o que se compreende. Negociações nunca foi uma coisa que começa por um acordo. Começa~se normalmente bem afastado para se chegar a um ponto de equilíbrio. Se não fosse assim não era necessário negociar, bastava anunciar intenções~.
O positivo, como já referi, é existir o diálogo.
Sexta 12
quinta-feira, 11 de março de 2010
Os Brancos
Enquanto de um lado são dados os últimos preparativos para a Marcha Vermelha e do outro para a contrariar, vâo surgindo movimentos, que por certo representam a maioria do povo que não quer nem uns nem os outros e quer ver o seu país em paz e a progredir.
Um dos movimentos chama-se Stop Hurting Thailand e apelou aos cidadãos que a partir de amanhã usem uma banda branca na sua indumentária como símbolo de paz. Mais uma cor para o arco-irís politico-social do país.
Numa conferência de impremsa ontem organizada solicitaram aos vermelhos que não bloqueassem a cidade e que se manifestassem com total respeito pela lei. Igualmente um dos seus membros, um General e director do King Phrajadipok Institut, apelou ao governo para respeitar a Constituição quanto ao direito à diferença e à manifestação e para assegurar que os militares exercem o seu dever com o total respeito pela lei e pelos direitos dos cidadãos..
Aconselhou as duas partes a criar uma hot line para poderem seguir constantemente a situação e evitar qualquer mal entendido que possa fazer descarrilar as acções de ambas as partes para o lado da violência.
Note-se neste particular que o Presidente do Parlamento já se ofereceu para ser o mediador entre as partes, mas não obteve até à data nenhuma resposta.
Outro movimento, com um nome mais radical já que o que ele prenúncia não me parece estar de forma alguma em cima da mesa, The People that Not Accept a Civil War, convocou uma manifestação para hoje, da qual não sei ainda promenores, mas que se destinava igualmente a repudiar acções violentas e aconselhar calma e contenção às partes.
Gotham Arya, um muito respeitado activists dos Direotos Humanos e professor da Universidade Mahidol, encontrou-se ontem com o principal líder da UDD, e hoje com o Governo, para transmitir uma mensagem de paz e de conciliação, que por certo será ouvida dado o peso do Professor.
Os jornalistas foram igualmente alertados para o dever de não tomar parte e de serem um elemento essencial na produção de um clima de calma e conciliação, facto que diga-se não tem sido o caso tal forma são partidários nas suas análises e relatos.
Exemplo disso era a primeira página do The Nation de hoje que falava do corte de imensas ruas na capital, tendo lançado o pânico, e quando eu próprio telefonei para o jornal perguntando qual tinha sido a fonte, depois de ter ligado os telefones de emergência da polícia, governo e município, foi me dito que não havia cortes mas talvez, talvez, repito, operações de controlo das viaturas. O próprio jornal contradiz aquilo que escreveu na sua primeira página em letras bem grossas.
Este mesmo jornal, fazendo referència à conferência de imprensa, dirigida ás duas partes e que aqui refiro, titulava " Grupos pedem aos vermelhos para não serem violentos", quando na realidade o apelo à calma foi feito para as duas partes.
O papel da comunicação social é crítico numa situação destas pois podem criar o caos ou desenvolver a paz. A eles de decidirem aquilo que querem.
Saudam-se sim os movimentos de cidadãos que querem levar a Tailândia para a frente com a cabeça erguida e com os respeito de todos e por todos.
quarta-feira, 10 de março de 2010
Segunda Actualização
Nada de muito novo foi dito embora se possm realçar os seguintes pontos:
Os militares estão em controlo total da situação. Uma das partes disse-o de uma forma negativa a outra confirmando que o ISOC, Internal Security Operational Command, é o ponto focal de coordenação de todos os movimentos.
Esta noite deverão ser movidas para Bangkok as tropas que ainda não estão na cidade.
Serão impostas fortes restrições ao movimento de pessoas e carros e abolida a utilzação de equipamentos electrónicos em zonas a definir amanhã pelo ISOC.
Embora não confirmado fala-se que os táxis serão proíbidos de circular no Domingo, os postos de gasolina fechados e que os carros com matrículas fora de Bangkok serão impedidos de aceder à cidade.
Evoluir da Situação
O exército veio agora falar de que tem 100.000 homens preparados para reagir a qualquer incidente que venha a acontecer. o custo desta operação vai neste momento em 319 milhões de bath.
Ontem o MNE Kasit informou a comunidade diplomática dos preparativos do governo, que parecem normais. mas tudo está a ser feito criando alguma tensão e ansiedade nas pessoas. Nesse mesmo debriefing Kasit disse que o governo tinha instruído o tribunal para não prender os dirigentes vermelhos que estão em liberdade condicional numa total e absurda confissão de interferência do poder executivo no poder judicial.
O PM Abhisit veio a dizer que o aumento do consumo de gasolina e de garrafas vazias era um sinal de que estariam a ser preparados cokctails molotov para serem usados contra os edifícios do governo. É uma afirmação insensata a quem se pede sensatez. É normal que as pessoas consumam mais gasolina visto estarem com medo de um, também anunciado, encerramento dos postos de gasolina, e gostaria de saber onde o PM consegue ver que aumenta o consumo de garrafas vazias? Onde é que elas se compram? Quem faz a estatística?
O governo igualmente pôs em vigor 18 leis diferentes que lhe dão a possibilidade de actuar para contrariar a marcha vermelha.
A Polícia enviou ontem para muitos e variados faxes na cidade o plano de cortes de ruas que irá entrar em vigor a partir do meio dia de Sexta-feira. A cidade de alguma forma vai ser bloqueada com um particular incidência na zona norte.
É este ambiente de tensão que não se deseja e que nada favorecerá que o fim de semana decorra, por certo com alguma alteração da vida normal ou não venham para Bangkok de acordo com as estimativas do governo 200.000 manifestantes, de uma forma pacífica e que cada um faça fazer ouvir os seus pontos de vista com razão mas sem paixão.
As forças próximas dos "vermelhos" puseram a circular uma série de imagens da televisão que mostra o Vice-Primeiro Ministro Suthep a dar ordens aos "camisas azuis" de Nevin Chidchob durante os acontecimentos de Pattaya em Abril passado. Nevin, também nas imagens, foi igualmente visto no local nessa altura viajando numa moto e misturado com os seus homens que tomaram parte activa nos disturbios.
A intervenção de forças interessadas a provocar o caos parece ser o grande problema para este fim de semana mas quando se reunem centenas de milhares de pessoas uma simples discussão menor poder inflamar o todo.
terça-feira, 9 de março de 2010
A Marcha Vermelha
Até um certo momento tive algumas dúvidas sobre a capacidade de mobilização e de organização e portanto, como mais do que uma vez aconteceu, a “grande marcha” seria adiada ou cancelada ou alterada no seu formato.
Parece agora seguro que tal irá acontecer com “1 milhão” de pessoas a convergirem para a capital a partir da próxima Sexta-feira. O número parece ser uma meta não atingível mas por outro lado é crível que sejam centena ou centenas de milhares as pessoas que virão de todo o país exigir a demissão de Abhisit e a convocação de eleições.
Os planos estão bem elaborados ao ponto do porta-voz de Abhisit tal ter reconhecido. A UDD começou já desde a passada semana a mobilização e pode dizer-se que a marcha está em andamento. Os manifestantes virão de todos os pontos do país, não só do Norte e Nordeste, tradicionais pontos de apoio dos “vermelhos” e entrarão na capital por dez pontos definidos. Depois no Domingo irão convergir para a zona onde quase sempre acontecem as manifestações ou seja o distrito de Dusit onde se encontram a sede do Governo, o Parlamento, o Conselho Privado do Rei, etc.
Aí ficarão a exigir a dissolução do governo e a convocação de eleições, o fim daquilo que sejam o poder aristocrático e burocrático e do sistema de dois pesos e duas medidas existente fundamentalmente no que respeita a aplicação da lei e da justiça.
O governo anda em grande azáfama para preparar a “contra-ofensiva”. O PM viu-se obrigado a cancelar a viagem que iria começar á Austrália e ao Borneo Dar es Salaam, foi decretado a aplicação a partir de Quinta-feira e até ao dia 23, do Internal Security Act, lei que atribui aos militares o controlo da situação.
O Genaral Kanit, o comandante da mais poderosa região militar no país, parece estar a ditar ordens já que invulgarmente deu a cara e afirmou ter colocado 50.000 militares em estado de alerta para o fim de semana.
Serão montados controles nas principais entradas da cidade, aliás já visiveis nalguns pontos da capital desde o passado Sábado, de modo a afunilar a chegada dos manifestantes da UDD para os seus pontos de convergência. Escolas, bancos e outros estabelecimentos foram autorizados a encerrar portas se assim entenderem como conveniente.
O governo está determinado a não usar a violência, bem como a UDD, mas a manter a lei e a ordem usando para isso todos os meios ao seu dispôr. Hoje o representante da Human Rights Watch solicitiva a ambas as partes, UDD e Governo, o respeito pelos Direitos Humanos na condução da manifestação e medidas de controlo.
O clima de grande instabilidade está assumido como o disse o Ministro das Finanças ontem num jantar com empresários e embora todas as vozes neutrais e independentes apelem a ambas as partes para operarem a de forma ordeira e pacífica, uma simples “ovelha negra” pode criar situações de confusão ou até caos.
Entretanto, e contráriamente ao que tem acontecido o PAD, os “amarelos” para quem já não se lembra autores da ocupação do Palácio do Governo durante 192 dias e dos aeroportos durante uma semana, veio reclamar actuação firme por parte do governo contra os “vermelhos” visto estes violarem o artigo 68 da Constituição ao quererem, com a manifestação, derrubar o governo. Fraca memória têm os seus dirigentes já que nem das próprias acções se lembram.
A situação está frágil e propícia a grandes cuidados e contenções.
Entretanto ontem ao fim da tarde PM Abhisit avistou-se com o Rei para o informar da situação. Não deixou de ser notado que o Rei mostrava estar bem de saúde.
Assunto a seguir com atenção.