sábado, 1 de maio de 2010

Indesculpável

Mais um tiro no pé da UDD e mais uma manifestação de que a vermelhada é incontrolável.

Na Quinta-feira depois de conversações com o director do Hospital de Chulalongkorn, cuja entrada fica dentro do acampamento vermelho, e visto estes suspeitarem que estaria a ser usado para que tropas os pudessem atacar por detrás, esse mesmo director autorizou que um grupo da UDD pudesse fazer uma busca dentro do estabelecimento para se certificarem de inexistência de soldados.

Acontece que em vez de ser um grupo de poucas pessoas e organizado como deveria ter por certo acordado pelo director do hospital, uma massa de arruaceiros entrou estabelecimento adentro provocando o caos e o pânico, totalmente justificado, entre doentes e acompanhantes.

Foi uma acção totalmente indesculpável, e se o posterior pedido de desculpas do Dr Weng, um dos líderes do movimento e ele próprio um médico, se aceita e era o mínimo possível, ela não apaga a mancha nem a brutal violação dos direitos dos pacientes provocada pele turba vermelha.

Lutar pela Democracia é uma causa nobre, arruaçar, ameaçar indefesos, actuar como o fizeram é um acto de barbárie totalmente condenável.

A direcção do hospital acabou por ordenar a transferência de todos os doentes, entre os quais se encontra o Supremo Patriarca tailandês, pois apesar de todas as desculpas não tem, e com razão, confiança na palavra do movimento.

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Dantes como Agora










Dantes com o PAD tal como agora com a UDD. Um estado dentro de outro estado. Convém que as pessoas não se esqueçam e saibam entender os malefícios da anarquia.

E não há situações anárquicas boas e outras más. São todas más todas violações da ordem que é um dever de todos para todos.

Podiam aqui acrescentar-se as imagens dos disturbios causados pelos vermelhos em Abril do ano passado mas os que causam agora são suficientes, bem conhecidos e estão nos olhos de todos. Não devemos contudo esquecermos aqueles como os do PAD que já não vemos senão em fotografia.

E ainda ninguém do lado amarelo.foi acusado de nada, e do vermelho também ainda estamos pouco mais do que em promessas.

A autoridade do Estado quer-se democrática mas forte senão estes movimentos de rua tomam em suas mãos a criação e aplicação da lei deles.

Abhisit e a Polícia


O Bangkok Post titula hoje na primeira página que o PM Abhisit está desagradado com o facto de a Polícia não obedecer ás suas ordens para que a lei e a ordem sejam impostas em Bangkok. O cartoon que também publicam, é um excelente exemplo da liberdade de acção da vermelhada enquanto a um canto o Polícia dorme.

Nesse sentido foram sondados alguns dos comandos da Polícia para passarem a estar representados no CRES e se envolverem nas decisões aí tomadas. Até ao momento nenhuma resposta foi dada.

Há que lembrar que desde Agosto, no momento em que Abhisit demitiu o anterior comandante geral da Polícia, general Patchawarat, irmão do actual Ministro da Defesa, que a instabilidade se instalou dentro da corporação. Por duas vezes o PM tentou nomear o seu candidato e por duas vezes foi derrotado. A luta pelo controlo do posto principal na Polícia foi inclusive referida como uma luta muito mais intensa do que o que aparecia á superfície e levou à demissão do secretário do PM Niphon Prompan, que era tido por ser o emissário de uma das partes.

Abhisit acabou por nomear comandante interino o seu candidato, General Pateep e assim se mantém o comando da Polícia até á data. Toda a cadeia de comando exerce-o interinamente com a consequente dificuldade para fazer impôr as ordens, como se observa. O general Pateep não foi nenhum dos três generais sondados para colaborar no CRES sinal de que Abhisit já lhe terá tirado a confiança.

A inacção das forças da Polícia tem sido uma constante na sua actuação preferindo os "homens de castanho" o diálogo e a não confrontação do que qualquer acção que possa colocar em perigo as suas promoções e carreira. Como há tempos me disse um comandante da Polícia. O importante é contentar o nosso chefe, mas o chefe a que ele se referia não era o topo da pirâmide mas o chefe próximo. E contentar significa que da acção da Polícia não cause nenhum problema, nenhum conflito.

Para agravar esta situação ontem o CRES teve de admitir que o indivíduo que foi apanhado com um saco com 63 granadas na refrega em Viphawady, na quarta-feira, onde morreu um soldado, era um polícia e não um vermelho como rapidamente tinham acusado, e que as granadas tinham vindo de arsenais do exército.

O homem em questão, um sargento da Polícia, nada mais era do que um traficante de armas que vendia cada granada a 1.200 bath (25 euros).

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Dia 29 de Abril

A tensão de ontem acabou por diminuir e a noite foi calma depois dos acontecimentos no norte de Bangkok em que morreu 1 soldado e ficaram feridos 17 civis e 2 soldados. O soldado como já referi acabou por ser vítima de um erro dos colegas das forças de segurança.

Nos vídeos que existem do incidente não fica claro se foi a polícia ou os militares quem disparou sobre esse soldado. Esta manhã falando com um comandante da polícia ele confirmou ter sido um erro mas não confirmou quem disparou. A UDD afirma que foi a polícia mas com o objectivo de fazer crer que a polícia disparou deliberadamente contra o militar em mais uma das lutas internas nas forças de segurança.

As fotos e vídeos mostram outra vez alguma confusão na forma como as disputas se desenrolam com soldados e vermelhos por vezes misturados, com o trânsito a circular por meio das balas, enfim num ambiente propício a acidentes como o que aconteceu.

Entretanto a UDD decidiu como acção para hoje vir fazer uma visita á Delegação da União Europeia para entregar uma carta solicitando a atenção da EU para a luta em que está empenhada e para denunciar aquilo que chamam os abusos e violações dos direitos humanos e da lei por parte do governo. A carta solicitava que a EU enviasse observadores para ver, in loco, a situação e apreciar a forma pacífica como a UDD luta pelos seus objectivos. Assim rezava a missiva.

A visita acabou por ser muito calma pois só 4 camisas vermelhas vieram até aos escritórios da delegação numa batalha de intermediação que durou toda a manhã. Inicialmente estava previsto haver uma manifestação de centenas de vermelhos com toda a sua máquina de propaganda mas conseguiu-se que isso diminuísse para uma simples visita, testemunhada pela comunicação social, e sob a vigilância muito discreta da polícia.
Tenho de dar os meus cumprimentos ao comando da Esquadra de Lumpini da Polícia pela forma altamente profissional e competente como assistiram em toda a operação.

Apesar de haver cerca de 300 elementos da polícia no local, todos equipados para conter multidões, a descrição como todos actuaram foi de louvar. Recebi pessoalmente o principal responsável da UDD com o comando da polícia e pude ver a forma extremamente cortês como tudo se passou. O plano que estava estabelecido e acordado faria com que tudo se passasse com grande discrição.

O que irá sair na comunicação social poderá ser por certo diferente pois, contrariamente ao plano inicial, três dos representantes acabaram por subir ao 19 andar, onde se mantiveram durante 40 minutos, e posteriormente poderão dizer á comunicação social a versão deles.

No comunicado transmitido á imprensa a EU apelava mais uma vez ao diálogo e à moderação.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

A Situação

Acabo de vir de uma reunião de emergência sobre a situação e pode adiantar-se o seguinte.

Existe uma tensão acrescida na cidade com grandes movimentos de tropas, polícia e militares concentrando-se nas zonas mais críticas.

Os próprios vermelhos fortaleceram as suas barricadas como pude ver numa mesmo à porta do escritório. O tráfico é caótico por toda a cidade com anúncios, mas que não consigo confirmar, de várias ruas e avenidas fechadas.

Houve um incidente entre vermelhos e tropas ao norte de Bangkok no qual morreu um soldado e ficaram feridos dezoito pessoas entre manifestantes e militares. O soldado está confirmado foi morto pelo tiro de um colega. Outro dia vi um vídeo dos acontecimentos do dia 10 de Abril e mostrava essa mesma situação em que um soldado avançou a disparar enquanto os outros se quedaram no lugar onde estavam e o "aventureiro" realizou que estava para aí uns bons 5-10 metros á frente dos colegas e todos disparando. Nada aconteceu daquela vez.

Os Estados Membros da União Europeia solicitam a todos os seus nacionais que se registem no respectivo consulado de modo que se possa saber o paradeiro das pessoas.

A Sky News informava à pouco que um ataque estava em preparação para esta noite e recebi semelhante notícia de um jornalista, de outra agência, no terreno. Outros falam que um golpe de estado estará já em andamento com a mais que possível instauração da Lei Marcial.

Impasse e Anarquia

O impasse é total.

Diariamente recebo a sagrada pergunta: Então como vai isso? Já se resolveu?

O mundo não compreende como é que foi possível deixar chegar a situação ao caos actual e como é que não é imposta a ordem.

O Ministro dos Estrangeiros Kasit Piromya dizia ontem que a comunidade internacional está preocupada com a situação política e que tem havido várias ofertas de mediação (Secretário-geral da ASEAN, Presidente de Timor-Leste e MNE da Indonésia, que eu saiba) e que isso tinha um impacto negativo no país. Entretanto chamou o decano do Corpo Diplomático para lhe dizer do seu desagrado pelo facto de ter havido vários diplomatas que visitaram o acampamento dos vermelhos e que se reuniram com "gente que quer acabar com a monarquia". Por acaso os diplomatas que ali foram reuniram-se com os mesmos que fizeram parte de delegação da UDD que teve conversações com o Primeiro-ministro.

O Governo encetou uma campanha mediática tentando criar o fantasma de que há um plano orquestrado para acabar com a monarquia no país e o Vice Suthep acaba de anunciar que será emitido um mandado de captura contra o General Chavalit se este se recusar a prestar declarações à comissão que foi encarregue de investigar este caso, já que ele é um dos principais visados. Chavalit, que serviu o país nos mais altos postos, quer políticos quer militares, há dias solicitou uma audiência ao Rei e logo foi acusado, entre outros por Abhisit de querer envolver o reverendo monarca em questões políticas. Abhisit, o próprio enquanto líder da oposição, e fazendo eco dos apelos do PAD, apelou ao Rei para que, no uso da competência que lhe dá o artigo 7º da Constituição, destituísse o governo de Samak Sundaravej e nomeasse um outro. No entendimento de Abhisit e dos seus aliados do PAD isso não constituía envolvimento do Rei em questões políticas.

Este mesmo tipo de tácticas foi utilizado no passado com péssimos resultados. Defender a monarquia é seguir o exemplo do Rei sempre próximo e a acompanhar o seu povo, como um deles, na realidade como o pai que o povo vê nele.

Abhisit disse há pouco que resignaria se sentisse ser um obstáculo político para a reconciliação nacional para logo acrescentar que o actual problema não é político mas de segurança nacional.

Há cinco ou seis semanas atrás o problema era claramente político e nada foi feito para o resolver. Ainda agora se a dissolução do parlamento for decretada, como os vermelhos pedem, eles não terão mais razão para continuar na ocupação selvagem da cidade visto ser essa aquela que dizem ser a única demanda. Portanto é empacotar e sair.
Do mesmo modo que Samak e Somchai, os dois anteriores PM durante os 192 dias de manifestações do PAD, Abhisit falhou até agora na imposição da ordem e na criação de um clima de confiança junto da população. Diz-se que não tem poder, que os militares fazem orelhas moucas aos seus pedidos, o que em parte é verdade, mas o PM tem a capacidade de destituir os líderes militares. A lei dá-lhe essa prerrogativa e não deve dizer, como ainda hoje o fez, que a imposição ou não da Lei Marcial é uma decisão dos militares. Não é verdade a lei atribui esse direito ao poder político. Só numa situação de golpe de estado, onde o poder democrático já foi subtraído é que tal está nas mãos de outrém.

Numa sociedade democrática o povo quer líderes fortes, líderes capazes de exercerem o poder que lhes foi conferido através do voto com autoridade e dentro dos princípios do respeito pelas leis do país e das convenções internacionais de que o país é signatário. É para isso que existem governos e outras instituições. A sua falta é a anarquia.

A sua falta só ajudou a insurreição vermelha a estabelecer-se como um estado dentro do estado. Quando era um grupo em Phan Fa o governo fechou os olhos. Agora que a mancha se espalhou na cidade causando tremendos prejuízos qualquer solução é muito mais complicada.

Do mesmo modo como aconteceu com o PAD em 2008, altura em que todos sabiam que o PAD estava a caminho para bloquear o aeroporto e ninguém agiu, mesmo com os pedidos do PM da altura e do governador da província da Samut Prakhan, também agora a UDD anunciou que se ia mudar para Rajaprasong e todos taparam os olhos como que convidando os vermelhos a instalarem-se onde actualmente estão.

Agora como os tirar de lá sem ser com um banho de sangue?

terça-feira, 27 de abril de 2010

Avisos e Protecção Consular

O dia nasceu sombrio não tanto por causa das nuvens mas pela quantidade de militares e polícias que foram destacados para reforçar as tropas nos locais em redor das concentrações dos vermelhos.

Há neste momento grande quantidade de soldados naquilo que se pode considerar posição de ataque à base vermelha de Rajaparsong, tentando cercá-la por todos os lados. Entretanto o CRES anunciou, inclusive mostrando um esboço à comunicação social, que está em curso um plano para derrubar a monarquia tentando assim criar não só uma causa para um possível ataque mas também uma onda de apoios para isso.

A ampla divulgação de um artigo escrito por académicos, extremamemnte detalhado, sobre as divisões entre os militares estará também na raíz das movimentações.

A UDD tinha anunciado que deixariam a sua posição defensiva e que passariam hoje à ofensiva. Até agora sabe-se da confusão e o mal entendido que levou a paralisar o BTS durante 4 horas. Os vermelhos colocaram pneus na estação de Ploenchit perto da base deles de Rajaprasong. Quem conta um conto acrescenta um ponto, como se diz em Portugal, e os pneus "voaram até aos carris" o que na verdade não aconteceu fazendo parar toda a rede. A administração do BTS já confirmou que se tratou de um mal entendido e o serviço está restabelecido desde as 10 da manhã. Outra acção menor foi o facto de terem cortado o trânsito em Lang Suan uma das ruas de acesso à base de Rajaprassong.

Entretanto a maioria das missões diplomáticas na capital prepara planos de apoio aos seus nacionais. Residem em Bangkok, embora nem todas as embaixadas tenham proporcionado números, cerca de 30.000 europeus. A este número há que acrescentar os turistas dos quais só se pode fazer uma estimativa visto a grossa maioria não se registar nos respectivos consulados. Um rápido apanhado indica que poderão estar em Bangkok cerca de 5.000 turistas europeus.

A maioria dos países têm planos de emergência preparados e aconselha todos os nacionais a entrarem em contacto com os respectivos serviços consulares para se registarem.Ontem o Embaixador dos Estados Unidos reunium com a comunidade americana residente em Bangkok e fez os mesmos tipo de alertas

Todos os países da União Europeia alteraram o seu aviso de viagem prevenindo os seus nacionais de que deverão evitar toda e qualquer deslocação para Bangkok, embora o aeroporto seja considerada uma zona calma e o trânsito possível.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Alerta?

À 15 minutos a UDD apelou à chegada de reforços anunciando que está em curso um ataque pela Polícia na áerea da Rajaprasong.

Não consigo confirma mas há grande barulho vindo do palco em Lumpini.

Houve ainda anúncios de incursões da Polícia por três frentes, Pathumwan, Silom e Suanlum e de gás lacrimogéneo sendo usado em Phanyanthyn. Jatuporn apelou, no palco de Rajaparsong aos vermelhos dos dsitrictos vizinhos que bloqueiem os movimentos das tropas.

Contudo parece que a situação voltou a acalmar.E a UDD anunciou que foi um exercício das forças da ordem para testar o estado de alerta e histeria dos vermelhos.

Tailãndia não é só Rajaprasong

Tem-se falado muito sobre a ocupação de Rajaparasong e do sector do parque Lumpini mas as atenções hoje estão mais concentradas no resto do país.

Há já bastantes dias que vinham a acontecer pequenos incidentes fora da capital provocados pela insurreição vermelha.

Hoje isso está mais na ordem do dia devido á torrente de incidentes que aconteceram nas últimas horas fora das acima referidas zonas.

Vou tentar enumerar só os mais salientes: Polícia ou Militares cercados em Chachoengsao (Este de Bangkok), Pithsanolook (Norte), Udon Thani (Nordeste), Ayuthaya (perto de Bangkok na direcção Norte), Khon Kaen (Nordeste), Pathum Thani (ás portas Norte de Bangkok), Payao (Norte).

Ataques com bombas ou granadas: Chiang Mai (quartel da polícia bem no centro da cidade), Pathum Thani (depósitos de combustível que abastecem o aeroporto), Ayuthaya (central eléctrica), Bangkok (casa do líder de um partido da coligação no poder – 1 ferido grave).

Outros incidentes: o corte da emissão televisiva durante 9 minutos quando o Primeiro-ministro estava a falar.

Caravana de líderes e outros muçulmanos de Songkla presumivelmente em direcção de Bangkok.

Nos cercos a polícias e militares há indicações de que armas terão sido apreendidas mas não posso confirmar a informação.

Em várias áreas do Norte e Nordeste do pais em várias estradas os vermelhos locais estabeleceram controlos de acesso e não deixam passar quem pendam poder vir para Bangkok para ajudar em qualquer acção contra os acampamentos vermelhos.

Abhisit autorizou os Governadores de Província a impôr o Estado de Emergência na sua região e o PAD disse que o governo deveria aplicar o Estado de Emergéncia a todo o país e aplicar a Lei Marcial nalguns locais, presume-se que Bangkok e zonas adjacentes.

Não me parece ser esta a solução que o país necessita.

Sem uma solução política não será possível estabelecer a paz que todo o país necessita. Torna-se urgente entender-se isso.

Dia a Dia a Vermelho








Deixo aqui algumas fotografias de várias fontes sobre o dia a dia pintado a vermelho.

domingo, 25 de abril de 2010

Mapa da Zona de Silom

Suthep, o melhor investigador tailandês tão rápidas são as suas conclusões, na noite de Quinta-feira pelas 23 horas veio dizer que os vermelhos atiraram granadas M79 de detrás da estátua do Rei Rama VI dentro da zona que ocupam, e a ASTV, a televisão de Shondi L, o líder amarelo, que do hospital Chulalongkorn foram feitos disparos na direcção da estação de Saladaeng. Suthep acrescentou que as pessoas se deveriam recolher pois as M79 atingem um máximo de 400 metros.

Na imagem acima vê-se a zona vermelha, com os pontos dessa cor e no meio dela a estátua equestre do Rei. Do lado esquerdo, com uma cruz no topo o hospital. Onde está M79 e umas palavras em tailandês é o local da estação onde ocorreram as primeiras explosões.

Acrescente-se que os prédios na esquina do lado esquerdo, em frente ao hospital, terão para cima de 20 andares.

Parece-me que Suthep mais uma vez falou depressa demais.

Continuo a acreditar nas palavras do general Apichart. Aliados dos vermelhos fizeram os disparos mas eles não foram do acampamento, apesar de se dizer que as câmaras do metro mostram disparos de M79 (que possam mostrar disparos ainda acredito mas que sejam tão explícitos é altamente duvidoso) mas sim de outros locais bem mais perto da ocorrência. Do hospital ainda mais duvidoso. Primeiro como é possível alguém entrar com um lançador de M79 num hospital e depois como teria o engenho e habilidade para fazer com que a granada dessa as voltas necessárias para chegar onde chegou.

As granadas lançadas de detrás da estátua de Rama VI, segundo Suthep, teriam para além da distância a percorrer de passar sobre a ponte Thai-Japan, elevada sobre a avenida Rama IV e sobre a própria linha do BTS que fica ainda mais acima.

O Governador de bangkok Sukhumbhan disse, na Televisão, que os engenhos que causaram as explosões foram lançados de edifícios altos.


O correspondente da Associated Press em Bangkok falou deste assunto num dos seus relatos e recordo ter lido que disse ter recebido respostas aos seus pedidos de informação dos seus colegas no Iraque, Afeganistão e na faixa de Gaza, reporteres habituados aos cenários de guerra, que depois de terem analisado os dados que lhes enviou, foram unânimes em dizer que não seria possível do local indicado por Suthep lançar uma granada M79 para a estação de Saladaeng.

Um lançador de granadas M79 não é um "instrumento" que se meta debaixo do braço e se vá passear para a rua com ele é um equipamento que necessita de treino profissionalizado o que faz acreditar outra vez nas palavras de Apichart, e hoje Anupong, quando dizem haver militares a lutar contra militares.

Silom há 5 Minutos

Quem vem de Chong Nonsi e entra em Silom passa por um verdadeiro arsenal militar com equipamentos de todo o tipo e militares de sobra. Chega-se por volta da rua Convent e passa a dominar a polícia embora até à intersecção de Thanya ainda se vejam alguns militares.

Arame farpado, algum já ferrugento, em quantidade que faria a felicidade de muitos sucateiros.

Chega-se à intersecção com RamaIV e a presença da Polícia é feita básicamente através de uma companhia estacionada na esquina do Hotel Dusit Thani e de um carro celular, a fazer uma barreira de protecção em relação à Vermelhândia. Ontem à noite eram três os carros ali estacionados.

Do outro lado entra-se noutro território e os vermelhos alargaram e fizeram subir a barricada. Avançou até ocupar uma faixa de rodagem da Rama IV e subiu à altura de um segundo andar.

E assim estamos nestas bandas.

Entretanto em Udon Thaini, na parte norte do Nordeste tailandês, uma coluna da 178 polícias que se destinava a Bangkok foi cercada e impedida de prosseguir pelos vermelhos. Quem pensa, como parece ser o caso do governo, que a questão é somente relativa a um grupo que se manifesta em Bangkok está enganado pois os incidentes no resto do país são diários.

Neste momento que estou a escrever estão a acontecer explosões, som de disparos, parece-me que da zona Silom-Rama IV, mas não sei do que se trata. Só ouço o barulho.

Acabei de saber que o barulho das explosões não veio de Silom mas de várias granadas que foram lançadas por um helicoptero junto ao prédio Maneeya em Rajaprasong.

Abhisit na Televisão

O Primeiro Ministro veio à Televisão, como o faz todos os Domingos, para nada dizer, ou seja para ecoar aquilo que já se sabia. A sua intervenção foi cortada por momentos na estação NBT e o governo está neste momento a investigar o incidente.

Não à proposta da UDD, que ele diz não saber se é genuína, e usando os argumentos que já ontem relatei. Nem sequer viu que as agências noticiosas internacionais e os principais jornais e televisões que relatam com meios próprios, punham sempre em título, quando se referiam à situação no país, " PM rejeita proposta dos camisas vermelhas". Depois Abhisit disse continuar a aceitar uma solução política apara a crise mas não avançou com nada de novo sobre o ques empre disse. Dissolução em 9 meses e depois eleições, ou seja 1 ano.

Aliás a presença matinal foi gravada ontem como todas as preparações que uma acção de propaganda requerem

O principal objectivo não foi o interesse imediato de encontrar uma solução para o país mas tentar mostrar que Abhisit e Anupong estão de boas relações, o que as palavras do General desmentem diáriamente.

Aliás Anupong desde há três anos que é assim portanto nada de novo. Diz sempre nim, ou seja disse que o exército está apto e unido para ajudar a polícia a dispersar os manifestantes. Reconheceu haver alguma divisões e que houve militares no activo e já reformados envolvidos nos dois incidentes, dias 10 e 22, mas as divisões são casos isolados.

Abhisit foi mais longe ao acusar o general Chavalit, um dos militares na Tailândia que serviu o país em práticamente todos os postos, de estar envolvido nas acções dos vermelhos. Como o PM sempre as apelida de acções terroristas presume-se que estará a chamar ao velho, quase 78, general um terrorista.

A única opação deixada por Abhisit terá sido o uso da força já que a sua proposta em nada diverge da sempre apresentada e que é sabido a UDD não aceita. Logo se verá o que irá fazer Anupong, ou seja, para utilizar as suas palavras, o que vai dizer "se o PM lhe pedir para levar a cabo uma acção ilegal".

Os Outros

Este relato publicado no New York Times, após os incidentes de Quinta-feira em Silom onde morerram 3 pessoas (a notícia fala ainda de uma), e houve dezenas de feridos, encontrando-se ainda no hospital 27 dos quais 3 em estado de coma, vale a pena ser lido.

O artigo faz uma relato fiel daquilo que pessoalmente também vi não só nesse dia como nos dois dias anteriores e mostra uma particularidade da situação. A acção foi perfeitamente e conscientemente planeada e financiada.

Vi com os meus olhos quer na Terça quer na Quarta, junto do grupo dos Multi Cor, indivíduos que o único objectivo que tinham era o de criar problemas, o caos e incitar à indisciplina e ao ataque aos vermelhos.

As manifestações que este grupo tem tido em todos os locais fora de Silom, são manifestações com um objectivo positivo e pacíficas. Apoiar o governo em que acreditam, o seu Primeiro Ministro e dizerem bem alto que são contra a dissolução do Parlamento.

Os poucos manifestantes que se juntaram em Silom naqueles dias, com o único objectivo de dizerem abusos verbais e não só (vi um virar o rabo para os vermelhos depois de baixar as calças), atirarem pedras, garrafas e outros objectos, não são mais do que arruaceiros a soldo de alguém.

Em relação a estes o governo já não investiga de onde vêm os fundos pois sabe muito bem quem os paga. Nem sequer os apelida de terroristas pois não lhe convém dizer que há dessa gente que serve os interesses de Abhisit e companhia. Na Quarta-feira vi, já que me encontrava a não mais do que uns 20 metros do local onde se agruparam, como vieram preparados para uma missão. Criar problemas, provocar o caos e vítimas com intuitos que nem são os do movimento, nem os do país. Do lado vermelho passa-se exactamente o mesmo.

Em ambos os campos existem infiltradas pessoas que nada mais querem do que o caos. São estes inimigos da nação, bem pagos pelos respectivos financiadores, que querem estragar e impedir o desenvolvimento das consciências políticas e democráticas na Tailândia.

Por alguma razão o Dr Tui, o líder do movimento Multi, nunca esteve em Silom nem deu nenhum apoio a este grupo. Deveria expressamente distanciar-se e não deixar que a imprensa, alguns "escrevinhadores" (também a soldo de interesses que não os do país) e o governo utilizassem o incidente para ainda criar mais clivagens na sociedade e servir de argumento para o derramamento de mais sangue.

Pena foi que na Quinta-feira tenham atraído para ali, centenas de pessoas que inocentemente queria manifestar-se pacíficamente e algumas acabaram a noite no hospital ou na morgue. A maíoria das pessoas que nesse dia se reuniram eram honestos manifestantes vindos de vários pontos da cidade, conforme constatei, que foram "abusados" pelos cobardes arruaceiros sem rosto.

Os próprios movimentos deveriam ser capazes de cortar cerce com esses parasitas que vegetam no seu meio.