quarta-feira, 11 de maio de 2011

Código de Conduta



Decorreu esta manhã uma cerimónia numa muito bem intencionada organização do Dr. Gotham Arya, Professor da Universidade de Mahidol e que teve como objectivo a assinatura de um Código de Conduta dos partidos políticos código esse que se quer implementado na próxima campanha.

Os objectivos são universais de encorajar os partidos políticos e os seus candidatos a praticarem o bem, a defenderem os interesses dos seus eleitores, a comportar-se com civismo e dentro do respeito dos princípios da democracia que se quer ver em qualquer eleição pelo mundo fora.

Associaram-se a esta cerimónia os líderes religiosos das três mais importantes comunidades, a budista, a muçulmana e a católica, que falaram a fizeram ver os valores que devem nortear a conduta daqueles que têm por missão servir o povo e o país que os elegem e que representam.

A cerimónia foi testemunhada por muitos elementos do corpo diplomático acreditado na capital mostrando o interesse com que vai ser seguido o próximo acto eleitoral e foi apadrinhado pelo actual presidente do Senado e pelo secretário-geral da Comissão Nacional de Eleições que receberam, cada um, um livro contendo o código devidamente assinado pelos 18 partidos que se quiseram associar a este acto.

O código em si é uma simples manifestação de valores sem qualquer efeito vinculativo mas é ao mesmo tempo um elemento importante da sociedade civil em querer fazer ouvir os seus valores e por isso se saúda.
Ficam contudo algumas notas da cerimónia. Dos principais partidos dois dos mais importantes actuais parceiros da coligação no poder e mais do que certo membros de qualquer coligação futura, Bhum Jai Thai e Chart Thai Pattana, não se fizeram representar. À parte alguns partidos sem expressão, actual e muito provavelmente futura, nenhum partido se fez representar por uma figura de topo a nível de direcção. Dois dos partidos que assinaram o código criam algum sorriso cínico nas caras das pessoas. O Partido da Nova Política, o braço político do PAD-Amarelo, que advoga a não participação no acto eleitoral por um lado e o Matubhum o partido liderado pelo autor do golpe de estado de 2006 ou seja liderado por quem agiu contra o processo democrático.

Louve-se o Ajarn Gotham pelo seu continuado esforço em prol de uma Tailândia melhor e as esperanças de actos como o de hoje deixem sempre algumas raízes que ajudem a fazer crescer a Democracia.

terça-feira, 10 de maio de 2011

3 de Julho

A dissolução do Parlamento foi anunciada e terá efeito a partir de hoje dia 10 de Maio.

Deste modo serão realizadas eleições no dia 3 de Julho com votação antecipada para 26 de Junho.

Na Tailândia, um país com uma grande percentagem de população migrante entre províncias, foi aberta a possibilidade de os leitores que estejam indisponíveis para votar no dia das eleições possam votar uma semana antes mas para isso têm de previamente fazer o registo da sua indisponibilidade junto de uma assembleia eleitoral do local onde se encontrem.

O processo acaba por prestar-se a algumas dúvidas pois sendo feitas e publicadas sondagens sobre esse voto antecipado tal pode de alguma forma interferir no processo eleitoral.

Começa agora a contarem-se os prazos para a "corrida" do dia 3 de Julho.,

Durante este mês de Maio terão de ser apresentados os candidatos. O processo eleitoral tailandês compreende dois tipos de candidatos. Os que concorrem e são eleitos numa lista partidária nacional (utilizando-se o método de Hondt para determinar o número de eleitos por partido) e os que concorrem nos vários distritos e são de alguma forma deputados pela província onde concorrem.

Recentemente, a 11 de Fevereiro foi alterada a Constituição criando-se constituências de um só deputado e não como anteriormente acontecia onde também se utilizava o método de Hondt em cada círculo eleitoral. Foi igualmente alargado o número de membros do Parlamento dos actuais 480 para 500 sendo que 125 são eleitos em lista nacional e os restantes um por cada círculo que foram redesenhados.

A campanha vai ser dura já que todas as sondagens até ao momento mostram que parece pouco provável haver uma maioria saída dos resultados destas eleições. Uma vez mais vão ser os pequenos partidos os que vão determinar quem será o próximo governo.

Uma das questões que mais se tem levantado recentemente é a de saber quem deve formar governo.

O partido na oposição, que de acordo com todas as sondagens, se apresenta como o favorito diz que deve formar governo e reclama que Abhisit assuma que assim deverá ser mas a posição do PM e de o seu mais importante aliado na actual coligação é que deverá ser dada a oportunidade a quem conseguir formar um governo maioritário, ou seja, atenta a mais que provável não existência de uma maioria, à actual coligação no poder. Nevin Chidchob o líder de facto do principal aliada de Abhisit já disse mesmo que se o Pheu Thai ganhar não poderá formar governo.


Entretanto o Pheu Thai irá apresentar como candidato a PM a irmã mais nova de Thaksin, Yingluch Shinawatra, numa tentativa de com esta escolha "matar dois coelhos de uma cajadada". O apelido dela atrai a população votante do ex PM e o facto de ser uma mulher, jovem, bonita e com grande sucesso no mundo empresarial constitui um trunfo para atrair eleitorado mais habituado ao modo urbano do actual PM Abhisit.