Esta noite realizou-se no Foreign Correspondents Club of Thailand (FCCT) uma conferência sobre a presente situação no país.
Era uma conferência onde falavam os professores Thanet de Thammasat, Gotham de Mahidol (que tem tido algumas iniciativas de mediação), o médico chefe do Hospital que acolheu a maíoria das vítimas do dia 10 de Abril e o Embaixador da Suécia.
O FCCT fica em plena Vermelhândia, em Chitlom, e como é impossível ir para lá de carro tomei o BTS em Saladaeng.
Quando cheguei ao BTS deparei com uma manifestação dos Sem Cor maior do que no dia anterior e logo antevi perigo. Disse a um amigo meu isso mesmo. Hoje há mais manifestantes e isso cheira a problema. As duas noites anteriores embora o grupo dos manifestantes fose pequeno já tinham mostrado isso.
Cheguei contudo sem problemas ao FCCT. Depois de ser mostrado o último filme feito pelo reporter japonês, meu consócio no FCCT, que morreu nos confrontos no dia 10 de Abril e feito um momento de silêncio, começou a sessão O primeiro a falar foi o médico que começou por avisar que teria de sair rápido pois havia incidentes e tinha sido chamado do hospital. Sem que ele acabasse de dizer isso comecei a receber todo o tipo de mensagens dando conta do rebentamento de bombas em Silom.
O local onde estivera há pouco mais de 20 minutos era agora palco do rebentamento de variadas bombas. Uma delas rebentou com o sítio onde tomei o meu pequeno almoço no Domingo passado, no Au Bon Pain.
Conclusão até ao momento: 3 mortos, 75 feridos, 8 dos quais em estado grave.
Não vale a pena neste momento estar a fazer muitas conjecturas de como é que aconteceu. Aconteceu e foi isso. Uma questão é certa. Quem está a lutar neste momento, vermelhos, amarelos, verdes ou qualquer outra cor que seja, não brinca.
Lembrei-me do vídeo feito pelo Hiro no qual se vê muitas coisas que são difíceis de acreditar aos nosso olhos ocidentais. Um exército a fugir totalmente descomandado quando há um rebentamento, recolhendo os seus feridos sem nenhum apoio médico. Uma organização onde se vêm civis misturados com militares. Estes andando cad um em seu sentido. Há uma parte onde se vê militares, no mesmo sítio, a andar nas quatro direcções possíceis. Civis, neste caso vermelhos, com armas artesanais e rudimentares a cobrirem-se com os escudos que roubaram aos militares. Enfim uma confusão generalizada que claro só podia acabar em snague, já que como disse os outros que andam interessados no caos não brincam. Por esse vídeo fica claramente a ideia de que nem uns nem outros, militares e vermelhos, sabem bem o que estão a fazer,
Toda a zona de Silom está selada pelo exército e o tempo é de calma. Infelizmente Suthep veio já dizer que as granadas foram disparadas do lados dos vermelhos. Não me parece o momento para tais declarações que únicamente têm um intuito político e são criadoras de mais ódios. O momento deverá ser de silêncio e ninguém, mesmo ninguém, deve querer lavar as mãos a não ser para tratar dos feridos.
Numa feliz sentença o tribunal decidiu favorávelmenete uma providência interposta, não sei por quem, no sentido de que o governo utilizou a força contra os manifestantes em violação das convenções internacionais e portanto está impossibilitado de utilizar a força contra os vermelhos em Rajaprasong.
Que se encontrem soluções políticas para um problema que é político e não militar, como sempre diz Anupong e hoje foi referido várias vezes no FCCT.
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