quinta-feira, 11 de junho de 2009

Voar para a Tailândia

A Air Asia, a maior companhia low cost a actuar na região, e uma das maiores no Mundo, acaba de lançar um repto ás autoridades tailandesas no sentido de repensarem a estrutura de custos aeroportuários no país se pretendem aumentar o fluxo de turistas.

A Air Asia actualmente transporta cerca de 24 milhões de passageiros anualmente (para comparação o objectivo da TAP para este ano é de 9 milhões) e é indiscutivelmente o grande operador no sector turístico na região.

Para a TailAñdia são actualmente transportados 5,2 milhões mas Tony Fernandes, o malaio, por certo de origem portuguesa, que é o fundador e presidente da companhia, quer aumentar esse número para 20 milhões em 2013.

Contudo para que tal aconteça e que a Air Asia possa ser o grande veículo dinamizador do turismo na Tailândia, torna-se necessário que as taxas aeroportuárias estejam dentro daquilo que é praticado na região.

Já uma vez aqui referi que aquando da ocupação e encerramento do Aeroporto de Bangkok os principais concorrentes, Hong Kong, Singapura e Kuala Lumpur, ofereceram a muitas companhias condições excepcionais para aí fazerem escala e que muitas delas não regressaram a aterrar em Suvarnabhumi.

Na realidade, e pode observar-se no quadro anexo, as taxas por passageiro na Tailândia, neste caso em Bangkok, são significativamente superiores ás praticadas pelos principais concorrentes fazendo com que os bilhetes de avião para esses outros destinos sejam invariavelmente mais baratos e desviando assim o fluxo turístico para outros países.

Compete ás autoridades tailandesas reagirem com celeridade pois é sabido que quando os operadores turísticos se habituam, e criam canais com um determinado destino, só com alguma dificuldade introduzirão outros destinos.


10 de Junho em Bangkok

Porque o Miguel Castelo Branco fez uma bela reportagem do dia de ontem aqui vos deixo, com a devida vénia, o link

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Panda

A nova casa dos panda com neve para um melhor ambiente



Já gatinha ou já pandinha!

O Ataque à Mesquita

Anteontem, dia 8 de Junho, um número ainda não identificado de atiradores (2-5) entrou numa mesquita em Cho Airong na Província de Narathiwat, sul de Tailândia e matou pelo menos 12 pessoas ferindo ainda outros tantos quando dispararam indiscriminadamente sobre os crentes que assistiam a um serviço religioso.

As três províncias mais ao Sul no país, Narathiwat, Yala e Pattani, são palco de permanentes incidentes violentos, especialmente desde 2004, e já morreram mais de 4.000 pessoas quer em atentados quer em confrontações entre as forças militares e militarizadas e grupos de rebeldes que lutam por um modo de vida diferente, uns e por questões autonómicas, outros. As três províncias são maioritariamente Muçulmanas, cultural e etnicamente muito próximas da Malásia e desde os tempos do colonialismo inglês no Sul. Também a confrontação das forças da ordem e as populações, como o recentemente relatado caso de Tak Bai, tem sido uma das causas não só de mortes mas também da fúria das populações.

Os sucessivos governos posteriores a Thaksin sempre anunciaram intenções de resolver o conflito pela via do diálogo e da integração da minoria budista nos costumes muçulmanos no Sul e dos muçulmanos no geral do pais, mas a oposição permanente dos militares tem sido um obstáculo para tal. Abhisit quando chegou ao poder uma das medidas que anunciou foi a intenção de desmilitarizar o Sul e de criar uma agência civil com coordenação de toda a gestão das questões tendentes a uma melhor integração das sociedades, mas nunca tal conseguiu sair do papel do programa do Governo e das suas boas intenções.

Desde o dia 5 de Junho 19 pessoas morreram na região onde se deu o ataque à Mesquita e mais de 40 ficaram feridas algumas com gravidade. Estes ataques atingem as comunidades muçulmanas e budistas de igual forma e cada vez mais são um desafio entre o Estado em Bangkok e aqueles que no Sul lutam por uma forma diferente de entender as diferenças sociais, étnicas e religiosas. Por detrás disto começam a aparecer alguns sinais do fundamentalismo islâmico que até há pouco tempo estava fundamentalmente ausente no conflito. É sabido que parte de juventude local vai frequentar madrassas no Paquistão e Afeganistão e isso não são sinais positivos para o futuro de um diálogo que se pretende poder vir a existir em breve.

A Tailândia nunca quis “internacionalizar” o conflito tentando mantê-lo sempre dentro das suas fronteiras e as deslocações de diplomatas ao Sul do país deverão ser sempre feitas com prévia autorização do Ministério dos Negócios Estrangeiros mas a falta de um avanço no encontrar de soluções vai pondo em questão essa política de isolamento.

Abhisit com a decisão de Tak Bai e com o incremento dos ataques fica cada vez mais dependente daqueles que ele se queria ver livre ou seja dos comandos militares que, ao abrigo de entenderem existir um estado de conflito permanente na região, obtêm uma lei marcial e um decreto de estado de emergência que lhes permite actuar a seu bel-prazer e sem escrutínio, como se viu na sentença do caso Tak Bai. O controlo de todo o tipo de tráfico que é feito na fronteira com a Malásia é por demais importante para que os grupos que aí actuam, a coberto das autoridades, deixem que os políticos de Bangkok se intrometam nas suas actividades.

Assim vai um conflito sem fim à vista e no qual o grosso das populações só quer é encontrar uma forma de viver a sua cultura e a sua religião ao lado dos outros que são diferentes, mas irmãos.