quinta-feira, 25 de setembro de 2008

O Governo de Somchai Wongsawat



Ontem à noite foi aprovado pelo Rei o Governo de Somchai Wongsawat, o 26º na Tailândia, que tomará posse ainda hoje.

Para amanhâ está agendada a primeira reunião do gabinete que deverá apresentar o seu programa no Parlamento na próxima semana.

Depois das muitas negociações, como já tinha referido, deu à luz uma versão não muito diferente daquela que já andava a circular.

Os comentários na imprensa são, todos, sem excepção, negativos, como "os fantasmas estão de volta", "ara Somchai a contagem decrescente começa no primeiro dia", "ao chega ao Ano Novo", etc.

Convém reter os seguintes pontos.

É claramente um governo feito por Thaksin Shinawatra, de fio a pavio. No topo como dois Vice-Primeiro Ministro são colocados o Presidente da Universidade Shinawatra, ex Vice-Chairman da Shin Corp, ex Presidente do Audit Commitee da Shin Corp e o último Ministro da Saúde que é fundador de uma das principais empresas de construção e desde há muito que advogado da causa dos mega-projectos infraestruturais lançada por Thaksin.

O ex PM General Chavalit, com 76 anos, regressa ao Governo, com a missão de resolver o conflito com o Cambodja e a instabilidade no sSul, dizem, de suceder a Somchai quando este Governo cair. Devido à sua postura agressiva é de prever conflitos com o novo Ministro dos Negócios Estrangeiros, anterior Minsitro da Justiça, e com o Ministro do Interior.

Chalerm, um Capitão da Polícia que foi Ministro do Interior no primeiro alinhamento de Samak, mas saiu pressionado em Agosto, regressa agora na pasta da Saúde!! Além disso é pouco estimado devido às atribuladas aventuras dos seus filhos um dos quais foi acusado de homicídio e por isso fugiu do país vindo mais tarde ser ilibado porque as testemunhas alteraram o seu depoiamento. Chalerm enquanto Ministro do Interior colocou os rebentos um num Ministério e outro readmitido no exército de onde tinha sido expulso.

A facção que ainda á dias criticou Somchai foi penalizada e viu reduzida a sua quota. Diz-se que o Master em Londres não gostou que atacassem o cunhado. Quem saiu a ganhar foi a facção dominada pelo nova Primeira dama, aúnica mulher que conseguiu ter o marido e o irmão Primeiro Ministros, que viu vários dos seus, aides de camp, serem recompensados pela lealdade mostrada.

Entretanto o PAD está calado. Talvez ainda estejam pasmado de terem tantos alvos para atacar.

O Senador que levantou a questão que determinou a queda de Samak, começou entretanto a atacar Chinnicha, filha de Somchai e a mais nova Deputada no Parlamento, pondo em dúvida a clareza da sua declaração de rendimentos. Um caso a seguir.

Num evento lateral Samak perdeu hoje um caso no Tribunal da Relação. Há mais de um ano, Samak foi condenado a dois anos de prisão efectiva pelo crime de difamação devido a afirmações feitas aquando apresentava um Talk Show na televisão. Hoje perdeu o apelo e agora tem 30 dias para o último recurso. Bem se pode dizer que a televisao é a perdição de Samak. Foi o caso do seu programa culinário que o levou a deixar o Governo e agora muito provavelmente vai acabar na cadeia por outro facto ligada com a sua presença na televisão.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Crise Económica e a UN


Apesar do pacote de emergência solicitado pelo Presidente Bush que trouxe alguma acalmia e esperança aos mercados, tão rapidamente dissipada na imediata corrida ao ouro e na subida sem precedentes do preço do crude, o debate sobre as medidas a seguir e da sua eficácia ainda está no início.

Neste mesmo momento começou a Assembleia Geral das Nações Unidas, palco onde todos os anos Chefes de Estado e/ou Governo fazem os seus depoimentos, este ano dominados, como seria de esperar pelo momento turbulento que vivemos. Até a crise da Geórgia passou para segundo plano. Aquilo que é chamado as "Non Tradicional threats" é hoje em dia um problema porventura mais importante para a segurança das nações do que intervenções militares.

O presidente Sarkozy, com a dupla responsabilidade da França e da Presidência Europeia, apelou a um "Regulated Capitalism" enquanto o Líder Iraniano, Almadinejad, anunciava estar-se próximo do fim do "império americano". Interessante de ouvir que, numa entrevista paralela que concedeu a Larry King, abriu as portas ao restabelecimento de relações com os Estados Unidos após a tomada de posse da nova administração em Janeiro. Sarkozy igualmente apelou à condenação dos responsáveis. Entretanto é sabido que o FBI está a investigar um largo conjunto de instituições financeiras a operarem no mercado americano. É indiscutível o benefício de responsabilizar aqueles que contribuíram com o embelezamento de situações para esta crise sem precedentes, mas é bom não esquecer que ela está em muito ligada a uma regulamentação frouxa, ineficaz e permissiva por parte das autoridades de supervisão dos mercados. A facilidade com que o mundo financeiro e empresarial em geral entrou em soluções de alto risco sem a devida ponderação, unicamente com o objectivo de encontrar liquidez e produzir ganhos rápidos num mundo tão competitivo como aquele que vivemos.

Muitos ainda se lembram quando em 1995 Nick Leeson, o então broker do mais antigo banco do Mundo, o Barrings, fundado em 1762, acumulou perdas de cerca de mil milhões de libras que levou aquela casa á falência e a ser comprada por um dolar pelo ING. Foi também um caso de fraca supervisão mas um facto isolado. Contudo isso não impediu que mais tarde variados outros casos semelhantes acontecessem e que hoje estejamos, de novo, perante uma situação em que, mais uma vez, as autoridades de supervisão e regulatórias tenham ficado longa de ter cumprido o seu dever.

A Associação dos Contribuintes Americanos começou o seu lobby junto de Capitol Hill no sentido de defender a contribuição dos taxpayers americanos que está estimada em 23.000 US$ por cabeça. Essa pressão sobre o Senado foi feita de uma forma responsável, não negando a importância de uma intervenção mas tentando obter dela o máximo benefício, quer para a economia em geral quer inclusive para os contribuintes, sobre os eventuais ganhos a prazo, do investimento que o Estado Americano irá fazer. Henry Paulson, fortemente pressionado, só quer ver o plano aprovado com rapidez, mas está a sofrer, conjuntamente com Bernake, um difícil frente a frente com a U.S. Senate Banking Committee pois esta parece entender a necessidade de parar e pensar antes de decidir. Sendo os representantes dos Americanos têm de ouvir todos os grupos de pressão que funcionam em Washington.

É dever de todos nest momento aprender e corrigir, para acertar.

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Novo Governo


Somchai Wongsawat provavelmente não acreditaria quão difícil iria ser formar um governo baseado num Partido que é um "ajuntamento" de agrupamentos em coligação com mais cinco Partidos.

Para além do mais, embora o novo PM se tenha mantido sempre em silêncio, um grande contraste com a fogosidade de Samak, os rumores, as dicas, as informações cruzadas são tantas que por exemplo para o posto de Ministro dos Negócios Estrangeiros já foram apontados pelo menos 4 nomes e vamos lá a ver quem sai na rifa.

Depois há os casos como o da mulher de um Deputado que veio dizer que estava muito contente por o seu marido ter preenchido a papelada necessária para ser membro do governo dizendo que ele "já bem o merecia" depois de ser Deputado tantos anos.

Ao que parece a lista do gabinete foi enviada para o Palácio para obter o consentimento do Rei, uma formalidade, mas só após isso é que se vai saber na realidade quem lá está e onde está.

Continua-se a dizer que quem primeiro aprovou a lista e as mexidas foi Thaksin para o que foram enviados a Londres dois mensageiros. Perguntei a um pundit porque não enviavam simplesmente um fax ou telefonavam e a resposta que obtive era que assim se perdia o poder de negociação que só o cara a cara permitiria.

Fala-se também que um dos Partidos na coligação vendeu o seu lugar principal no alinhamento do gabinete, por bom dinheiro a uma das facções do PPP.

Entretanto aquele que, aparecido de lado nenhum como o Dom Sebastião, é apontado para Ministro das Finanças, embora com um Vice-Ministro a coordenar o sector económico, foi eleito anteontem como o líder do novo Partido, Puea Thai, que será aquele que irá receber os deputados do PPP após a dissolução, mais do que certa, deste partido e da purga que se vai seguir.

Assim Somchai, ao qual serão retirados os direitos políticos por ocasião dessa dissolução, vai ter no seu gabinete o seu potencial sucessor ou esse, Suchart, será somente um ponta de lança para este momento.

Como me dizia hoje uma alta figura da cena política, com quem almocei, " o mais previsível na Tailândia é a imprevisibilidade". Na mouche.

Entretanto o PAD parece andar à nora por falta de alvo. Não podem atacar o Somchai, pois ainda não começou, o Samak já se foi embora e sem grandes sloganes os manifestantes começam a dispersar. Começaram a atentar apresentar uma nova concepçao da "New Politics for Thailand", mas para além de isso não motivar as "tropas", parece evidente haver alguma divisão entre os seus lideres. Devem estar ansiosos porque Somchai comece a trabalhar para ver se lhe apanham algum ponto por onde recomeçar. Entretanto o novo PM, com sentido de inteligência, logo no dia a seguir a ser eleito fez uma chamada para um dos lideres, Sondhi, de alguma forma abrindo a porta a conversações e manietando o PAD a esta via, porque o público continua a mostrar o seu cansaço com a stand off na situação.

Entretanto na Quinta-feira, Samak pode ir para à cadeia. Em tempos foi condenado pelo crime de difamação em dois anos de cadeia. Quinta o Tribunal aprecia o seu recurso e a sentença não terá recurso. A vida vai de mal a pior para o ex PM.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Intervençao Americana

Felizmente a ajuda é em US$



O Governo dos Estados Unidos decidiu intervir junto dos mercados financeiros com uma medida extraordinária que no total ascende a 700 mil milhões de US dólares o equivalente a 1/4 do PIB Inglês e Francês, a soma dos PIB de Portugal, Finlândia a Republica Checa, enfim uma quantia de dinheiro que utilizada no combate à fome, à Sida, à Malária, eventualmente as erradicaria e ainda era capaz de sobejar para um ou outro pilar para uma AIG qualquer.

Contudo devemos entender que a não intervenção do Governo Americano teria consequências por ventura ainda piores para este Mundo que está desesperadamente a necessitar de uma injecção de algo diferente para ver se consegue criar uma nova ordem para o funcionamento das instituições. A excessiva especulação em volta das empresas, e as fragilidades do sistema financeiro, alimentadas pela nossa fome de consumismo criou um mundo empresarial que muitas das vezes vive muito, mesmo muito, acima da realidade dos seus recursos.

No mundo ocidental em geral habituamo-nos a viver acima daquilo que a nossa produção permite. O nível de endividamento pessoal por norma é superior ou próximo dos 100%, o que implica a existência de enormes quantidades de dinheiro, não real, existente no mercado e por consequência envolvendo também as próprias empresas nessa fragilidade.

O donimó é total e em todas as direcções pois se essas empresas não tivessem essa riqueza, a maioria das vezes aparente, não haveria emprego, aumentaria, a dependência, a criminalidade, a insegurança genérica no Mundo e a pobreza.

Interessante é ver que nestes momentos de crise quem continua sempre a ganhar e a florescer são os sectores mais escuros da sociedade, os sectores do dinheiro fácil, visto que por norma são sectores que funcionam na base do "cash". Nos "basfonds" da sociedade não funciona o crédito. A norma é a "chapa batida" e estes momentos acabam por ser propícios para todo o tipo de aventureiros e portadores de dinheiros duvidosos florescerem e multiplicarem os seus teres.

O Mundo está carente de uma nova ordem de valores e de regras de funcionamento mas a carteira vazia não é boa conselheira para pensar e parar pelo que a intervenção Americana pode ser um importante momento para se ponderar naquilo que andamos a fazer e evitar que daqui a alguns anos (os ciclos da economia irão encurtar) estejamos a necessitar de outra forte dose de soro revitalizante como são estes milhões de milhões.

Que saibamos entender o que se passa e saibamos encontrar a porta correcta para a saída.

domingo, 21 de setembro de 2008

Food & Hotel Thailand 2008

As garrafas já com os devidos selos

Surpresa, surpresa afinal, ainda, havia, no concurso de vinhos, outra decisão que classificava os blend e os quatro Vinhos portugueses que se apresentaram a concluso só conseguiram conquistar .... quatro medalhas. Duas de Prata e duas de Bronze e no dizer de muitos o melhor dos vinhos portugueses que estava presente não se apresentou pelo facto de os organizadores pedirem a entrega de seis garrafas de cada marca presente a concurso e não haver o suficiente do Vinha Pan 2003 de Luis Pato.

4 em 4. Pleno bem merecido pelo esforço dos exportadores em se apresentar e pela Seacross pela iniciativa de os juntar e se apresentar como uma frente comum independente.

Parabéns e desculpas pelo meu pessimismo no outro dia quando só foram anunciados os resultados sobre os mono varietais.