quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Actualização


Enquanto a imprensa internacional continua a condenar os actos de anarquia perpetrados pelos manifestantes em Bangkok a situação parece estar a preparar-se para algum esclarecimento nos próximos dias.

O General Anupong, o todo poderoso homem na Tailândia, reafirmou que o exército não vai intervir, mas nos jornais em língua tailandesa as palavras são um pouco diferentes pois aí diz-se que "deu" ao PM dois dias para pensar o que queria fazer.

Por outro lado avisou que o PAD pretendia trazer o caos para Bangkok com ataques por toda a cidade especialmente nos locais onde o PM pode aparecer numa verdadeira perseguição a este.

A TV entretanto vai mostrando que afinal o PAD não está assim tão desprotegido e foca claramente um dos manifestantes trazendo uma bomba artesanal. O numero dos feridos atinge mais de 400 e os mortos são 3 entre eles a bombista que morreu vítima da sua própria actuação. Outro facto mostrado em imagens é a de que o homem que perdeu a perna na realidade já a tinha perdido hà muito pois tinha uma perna artificial. A guerra mediática também entra em cena.

Parece ser claro que o PAD, com o apoio que têm de cima, quer que os militares tomem conta do poder mas ou eu me engano ou se o General Anupong avança para um golpe não irá ser um grande amigo do PAD.

Entretanto movimentações dos grupos anti PAD são esperadas para o fim de semana o que poderá voltar a criar confrontações como as que assistimos em Setembro.

Estes grupos, PAD, DAAD, e outros têm uma componente que envolve algum perigo que é a falta de comando e a total anarquia que se regista quando começam as suas acções. Para além do mais cada um traz para a "guerra" as armas que quer e daí aparecerem estas bombas e armas sem nenhum critério ou controlo.

Este é um dos maiores perigos e as pequenas explosões em vários pontos da cidade ontem ocorridas são bem um exemplo disso. Os lideres do PAD ou de outras forças já têm pouco controlo sobre a multidão mas isso não parece fazer com que os tailandeses compreendam o que se passa é um surto de movimentos anárquicos e desorganozados e deixem as partes, pouco esclarecidas, degladiarem-se entre si próprias.

Ontem os médicos do Hospital de Chulalongkorn, um dos principais da capital, numa declaração que desonra a conduta ética que por certo juraram ao licenciarem-se, disseram publicamente que não tratariam elementos da Polícia ou do Governo se lã a aparecessem. Igualmente um Comandante da Thai Airways recusou-se a deixar embarcar três deputados do PP no seu avião. O conselho da companhia enviou-o para o médico para averiguação sobre a condição mental do senhor!

Num momento em que o mundo luta pela sobrevivência económica, em que os empregos de muitos estão em perigo, e os tailandeses que já viram este Setembro o que isso está a custar ao país, mais difícil se torna aceitar que pouco a pouco as pessoas assistam à destruição de uma Nação por um conjunto de alguns milhares de pessoas enquanto os milhões que lutam diariamente pela vida nada possam fazer para que aqueles respeitem lei e as instituições.

Custa ver altas pessoas neste país, como por exemplo Senadores, atiçar a fogueira da destruição em vez de serem uma voz de apoio para a solução.

É difícil de entender o que a pouca cultura Democrática faz ás cabeças dessas pessoas que só pensam nos seus privilégios e na defesa de valores que o Mundo já retirou da agenda há mais de cinco décadas.

O uso de armas

Afinal quem é que está a usar armas?

O PAD acusa sempre a Polícia de utilizar armas contra os "pobres" manifestantes mas ontem, dia 7, enquanto passavam num dos canais da Televisão tailandesa imagens dos acontecimentos vi com clareza, um dos manifestantes do PAD disparar tiros com um revolver sobre a Polícia. O Bangkok Pundit mostra o video do acontecido.

Condena-se a forma, como disse, extemporânea como a Polícia interveio ontem. Quanto a mim deveria ter esperado pela chegada dos Deputados e no caso de estes verem violados os seus direitos de entrar para o Parlamento para cumprir o seu dever, então sim, a Polícia deveria dispersar os manifestantes.

Não me parece que tenham tido essa calma e essa paciência e começaram a "operação de limpeza" antes do necessário. Ainda por cima ou não sabem ou são malévolos ao usar as granadas de gás lacrimogéneo visto que houve várias pessoas que viram essas rebentar junto de si com as tendo havido a perca de uma perna, um pé e uma mão por parte dos manifestantes, mas também , em consequência dos desvarios dos manifestantes houve dois agentes da Polícia trespassados com bastões de ferro encontrando-se ambos hospitalizados um deles em estado considerado muito grave como também está um manifestante que trazia no bolso uma pequena bomba artesanal que explodiu.

Refira-se que a Rainha reforçou o seu donativo de ontem com mais 200.000 bath para tratar as gentes do PAD. Penso que os Polícias tenham tratamento garantido pelo Estado!

Entretanto foi confirmado que a mulher, houve grande confusão se era uma mulher ou um homem, que guiava o carro que explodiu, transportava uma bomba artesanal que rebentou tirando-lhe a vida. De igual modo hoje rebentaram três pequenos engenhos em guaritas da Polícia que se encontravam vazias e por isso não houve vitimas.

O PAD intensifica a sua luta e em vez de usar como dantes a voz, a razão, as matracas como armas, agora usa bombas, revolveres, estiletes de ferro e outros que vão encontrando.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Visto de Fora


Cheguei hoje a Bruxelas e quando sai do avião dou de caras com dois grandes anúncios um do Banco Fortis e outro do Dexia.

O do Fortis rezava que "Live is a curve" e nunca tão certa foi a publicidade. O Fortis, que ainda não há um ano era falado como estando pronto a lançar uma OPA sobre o Millenium BCP está neste momento a ser retalhado e vendido a diferentes entidades devido à insuficiência de fundos para fazer frente às suas responsabilidades.

A crise que se instalou nos Estados Unidos e alastrou a todo o Mundo, com fortes incidências, agora na Europa, está a criar um clima de pânico difícil de ver onde e quando irá terminar. Apesar dos milhares de milhões de euros injectados nos mercados, apesar da medidas de confiança que são transmitidas aos depositantes o facto é que os mercados não cessam de cair sendo as percas hoje em dia infinitamente superiores aos triliões já injectados ou comprometidos.

O momento é diferente da crise de 1929 visto os mercados terem outra capacidade de mobilidade mas os sinais são ainda mais preocupantes dos que os desse tempo e as percas incumensoravelmente maiores.

Na Europa por outro lado o Euro continua a derrapar. A descida das taxas de juros, e o anúncio conjunto, hoje feito, pelos três bancos centrais, o Federal Reserve, o Banco de Inglaterra e o Banco Central Europeu de baixar 50 pontos as respectivas taxas de referência poderá criar agora alguma esperança de que os agentes financeiros consigam ter o necessário oxigénio para, por si mesmos e com o apoio dos seus depositantes, ainda conseguirem dar a volta por cima nesta crise.

O facto é que os contribuintes, os depositantes, no fundo os agentes silenciosos do mundo económico, estão de costas viradas com este por já não confiarem nele e querem sair, encontrar outras alternativas, como o ouro, em que tenham mais confiança. Nem as crescentes garantias dadas pela maioria dos Bancos centrais tem acalmado os afforadores.

Construimos, todos, um mundo onde o sistema financeiro tal como ele existe faz parte do nosso quotidiano, um sistema imperfeito e onde muitos, governos incluídos, se aproveitaram da euforia, do laxismo, da falta de transparência e supervisão para o tornar fictício, permissivo e viciado. O sistema vive de euforias de ilusões e baseado em poucas realidades concretas e palpaveis. A "Governance" das grandes instituiçoes financeiras mundiais a isso levou na escalada de concorrência e nos prémios absolutamente escandalosos atríbuidos a executivos fazedores de sonhos e não criadores de riqueza como deveria de ser.

Por certo todos se lembram no início deste século da crise nos mercados chamada a "bolha dot com". Quando empresas que ainda não tinham feito nada valiam montantes imensos, onde os mercados criaram expectativas impossíveis. Todos criticaram as empresas por essa "utopia" criada e responsabilizaram os, na maioria, jovens empresários pelo acontecido. O facto é que tal não passou de um breve sopro face ao claro tufão que se passa agora, e quem foram na realidade os responsáveis por essa "bolhinha" foram os mesmos vendedores de sonhos que são os responsáveis por aquilo que agora se passa.

Como referia, ao deixar o avião dei de caras com mais dois anúncios vendendo sonhos de vida fácil e ganhos de dois Bancos que estão prestes de deixar de ter autonomia para sequer falarem por si sós.

É este o sistema que temos de repensar, recriar para legar ás novas gerações algo de que não nos acusem de mais uma vez ter destruído o futuro deles. Já que não somos capazes de cuidar do nosso ao menos que não hipotequemos os dos nosso filhos e netos.

Entretanto na Tailândia a situação acalmou um pouco mas ali também torna-se necessário legar algo de novo para o futuro. ou seremos cúmplices da destruição. Contudo aí sou só espectador. Preocupado mas espectador.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Ultimas


O PM Somchai consegui sair do Parlamento escalando uma vedação para as traseiras e encontra-se neste momento no Comando Supremo das Forças Armadas reunido com as altas patentes militares. Ao entrar para essa reunião o General Anupong (CEME) afirmou que o Exército não vai fazer nenhum golpe mas "que os seus homens estão prontos para cumprir as instruções do Governo" (sic).

Entretanto o Genaral Chavalit demitiu-se de Vice-Primeiro Ministro assumindo a responsabilidade pelos acontecimentos desta manha. Foi conhecido que também dois polícias ficaram feridos com alguma gravidade em confrontos com os manifestantes.

Fazendo eco do ultimatum do PAD um grupo de 40 Senadores (lembre-se que 74 Senadores são nomeados e 76 eleitos) pediu ao Governo para retirar as forças da Polícia, castigar os "agressores" e dissolver o Parlamento "devolvendo o poder ao povo".

O PAD tem vindo a pregar a sua "New Politics for Thailand" em que continua a proclamar que, sendo o povo pouco literato e sujeito a vender o seu voto, eleições não são uma solução mas sim a criação de um estado de tipo corporativo onde cada uma das organizações da sociedade se fizer representar através de eleições entre os seus membros. Salazar tinha a mesma ideia de criar um estado onde só as classes cogniscientes pudessem exercer os seus direitos "para benefício do povo"

Como se sabe se houver novas eleições vai voltar a ganhar o mesmo Partido, com um novo nome mas com as mesmas pessoas por trás, ou seja Thaksin e aliados.


Os deputados e membros do Governo estiveram prisioneiros no Parlamento até à minutos quando a Polícia, de novo utilizando gás lacrimogéneo, abriu caminho entre a multidão para eles saírem.

Uma bomba explodiu junto à sede do Partido Chart Thai num carro conduzido por um homem facto que lhe causou a morte para além de prejuízos na vizinhança. Os jornais relatam que o carro pertenceria ao PAD.

De novo os sindicatos voltam a ameaçar com greves e corte de fornecimentos.

O país está ingovernável.

Black October

Memorial na Universidade Tammasat


O The Nation já denominou o que se está a passar como o Black October 2008 numa referencia a outros Black October em Bangkok, 1973 e 1976 respectivamente 14 e 6 de Outubro onde no último na Universidade de Tammashat morreram dezenas de estudantes que lutavam contra o regime.

Era o tempo dos comunistas no Vietname e no Cambodja e de uma série de governos fracos na Tailândia. Os estudantes também quiseram fazer ouvir a sua voz mas numa das manifestações foi queimada a esfinge daquilo que pareceu ser uma figura da casa real e isso foi o rastilho para que a polícia invadisse a Universidade e no seu campus e nas redondezas houve confrontos que deixaram muitos estudantes tombados. Samak que nessa altura tinha um programa de rádio foi acusado de incitar a polícia acusando os estudantes de comunistas e traidores do país. Quando chegou ao poder, em Fevereiro, Samak referiu, numa entrevista à CNN, que somente uma mão cheia de estudantes tinha morrido e que ele nada tinha a ver com o caso. Esta foi a sua primeira má saída no regresso à política.

Refira-se que Samak, se encontra actualmente hospitalizado com rumores de um cancro do fígado, e que irá para o Canadá para ser tratado. tendo em vista a qualidade superior dos serviços médicos aqui e a decisão do seu caso no próximo dia 21 os jornais já o acusam de partir para o exílio.

Um ponto final para lembrar que foi também em 29 de Outubro de 1929 que aconteceu outro Black October quando os mercados financeiros caíram dando início à grande depressão. Estamos, também neste domínio perante outro Black October muito provavelmente pior do que o anterior depois do que se passou ontem nos mercados bolsistas mundiais tudo é de prever por agora.

Confrontos Violentos


Como era de esperar a violência rebentou entre os manifestantes e a polícia.

Depois do cerco ao parlamento de de os manifestantes terem cortado o abastecimento de energia ao complexo a policia avançou sobre os manifestantes e disparou granadas de gás fazendo 116 vitimas entre os quais 21 em estado grave. Os manifestantes dizem que a polícia utilizou outro tipo de armas o que na realidade parece ter sido possível dado a violência dos combates e o estado de alguns dos feridos. Contudo por certo que muitas quedas e choques com as barreiras de ferro no momento da debandada, deixaram as suas marcas.

Numa medida sem precedentes a Rainha, mostrando-se muito preocupada com a situação dos feridos, decidiu doar ao hospital 100.000 bath (€ 2.100) para pagar as despesas médicas.


Entretanto o Partido Democrata decidiu cancelar todos os contactos com o Governo acusando este de intolerância para com os manifestantes. Isto faz cair por terra o plano acordado no Domingo para avançar com a revisão da Constituição.

O Parlamento de qualquer forma abriu para o debate do Programa de Governo, embora com iluminação de emergência e sem ar condicionado mas apesar de haver 320 Deputados presentes (o quorum faz-se a 311), só 307 votaram na primeira votação fazendo com que o Presidente interrompesse os trabalhos para consultar os assessores jurídicos sobre a constitucionalidade das decisões. Terminadas essas discussões o Programa de Governo foi aprovado mas é capaz de ser tarde demais. Deputados e membros do Governo estão "feito prisioneiros" dentro do Parlamento visto o PAD ter voltado a ganhar controlo do edifício. Como aconteceu em Agosto após a carga da Polícia todos condenaram esta e a consequência é que deixa de haver quem faça cumprir a lei. O General Anupong veio solicitar um inquérito no sentido de averiguar como é que houve tantos feridos se foram só disparadas cargas de gás lacrimogéneo e a Polícia impotente viu mesmo os manifestantes apoderarem-se de bastões e escudos que lhe pertencem.

Uma questão parece clara. A acção da Polícia foi superior à necessária tenham ou não utilizado armas.

O Chefe do Estado Maior do Exército convocou uma reunião de emergência dos principais comandos para seguir de perto a situação.

O PAD, com o seu "mártir" Chamlong segundo se diz pronto para iniciar uma greve de fome como já fez no passado até se descobrir que tinha um tubo que o alimentava, conseguiu voltar a trazer o caos ao país com o despropositado cerco ao Parlamento e não consigo vislumbrar como é que desta vez se vai encontrar uma situação que não envolva os militares e muito provavelmente o derramamento de sangue. O PAD deu entretanto um prazo até às 6 horas de Bangkok, meio dia em Lisboa, para que a Assembleia fosse dissolvida.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Ataque à DEMOCRACIA

É neste magnífico palácio que todos os anos se inicia o ano Parlamentar

A letra D perdeu todo o sentido na sigla do PAD.

Depois das detenções dos seus lideres Chaiwat e Chamlong e de terem feito um apelo aos apoiantes para defenderem o país, o Rei e a sua luta, resolveram "apoderar-se", da casa da DEMOCRACIA cercando o Parlamento para impedir que o Governo apresente o seu programa, na sessão agendada para amanhã.

Nesta mesma casa ontem, aqueles que representam a Democracia, os Presidentes do Parlamento, do Senado, o Primeiro Ministro e o Líder da oposição, decidiram apoiar a proposta do Governo de alterar o artigo 291 da Constituiçao de modo a permitir constituir uma Comissão de Redacção da Constituiçao independente e constituída por personalidades de reconhecido mérito e não só por Deputados como actualmente reza o texto constitucional.

Essa mesma casa que acolhe os eleitos pelo povo, aquela casa que é o símbolo vivo do poder do voto e da democracia está neste momento cercada, impedida de funcionar porque os apoiantes do PAD não conseguem admitir que a lei seja cumprida quando se trata de executar mandados de captura contra os seus lideres. Estes "defensores" do país e da Monarquia que dizem que o país não pode ter eleições como uma Democracia ocidental porque o povo é inculto, perdem toda e qualquer razão, se alguma tinham quando afirmam barbaridades tal qual fazia Pik Botha na África do Sul, querem continuar a gozar da impunidade para tudo fazerem e destruirem.

E isto tudo depois de ser voz corrente que a prisão do General na reserva Chamlong foi premeditada e preparada por ele para que o PAD tivesse um mártir depois do movimento estar a perder força devido á falta de objectivos por que lutar. Antes de sair para ir votar Chamlong escreveu uma carta, que pediu para ser lida só às 9 da manhã, hora a que ele sabia já estar preso, e onde dizia o que deveria ser feito no caso de ser preso. Depois dirigiu-se a uma secção de voto onde o esperava um General da Polícia que lhe deu ordem de prisão. Só faltou a televisão mas não faltaram os jornais para tirar fotografias. Perfeita encenação.

Agora já têm o mártir, que já compareceu a juízo e se considerou não culpado, sendo que ainda não é conhecido o veredicto mas a fazer fá no caso de Chaiwat, a quem foi confirmada a prisão, Chamlong ficará detido.

Vamos a ver se não aparece o seu amigo Gen Panlop que disse em 29 de Agosto que se Chamlong fosse preso ele tomaria conta da liderança do PAD e em dois dias acabava com tudo pois era "muito mais violento do que o General" (sic).

E são estes aqueles que apregoam a Democracia.

São a vergonha da Tailândia.

Tanto contestam Thaksin Shinawatra, bem que se poderiam ir juntar a ele pois não fazem falta neste país. Entretanto aquele a a mulher deram entrada do pedido de asilo político em Inglaterra.

domingo, 5 de outubro de 2008

Eliçoes em Bangkok e PAD




Hoje decorrem as eleições para o posto de Governador de Bangkok, em tempos ocupado por Samak, e o actual Governador, Apirak Kosayothin, membro do Partido Democrata, é o mais provável vencedor, apesar de durante o seu mandado à frente da metrópole pouco ou nada ter feito.

O tráfego pouco melhorou durante os anos no poder. os passeios continuam por arranjar, a recolha do lixo sendo muito artesanal e a sua campanha para um Green Bangkok pouco mais passou do que um conjunto de frases soltas propaganda com poucas realizações. Tem contudo um argumento de defesa. Apirak governou na capital ao mesmo tempo que no país o poder central passava por grandes perturbações e isso tem um forte impacto na atribuição de orçamento para as obras maiores que são necessárias na cidade. Veremos se agora no seu segundo mandado algo fará ou se só vai continuar a sorrir.
Apirak é bem falante, fazendo lembrar muito o estilo do ex PM Português António Guterres.
Chuwit, o ex-rei das massagens em Bangkok, por outro lado não ri. Gosta de ter uma postura agressiva e disso são exemplo os seus cartazes, onde sempre diz que está atento a tudo o que se pasa na cidade e que vai com determinação "dar cado de tudo".


Chuwit

Um destes dias Chuwit agrediu, em directo, a soco, um jornalista da televisão que o entrevistava por alegadamente ter duvidado da sua masculinidade e lhe ter faltado ao respeito. Depois de ter ido para a esquadra da polícia, onde foi acusado de agressão e de ter pago uma multa, disse que se sentia bem por ter dado uma lição e que "aquele já sabe quem é Chuwit". As acções da campanha de Chuwit são sempre aquelas que fazem as primeiras páginas dos jornais e toda a gente gosta dele pela frontalidade, mas ao memso tempo ninguém o leva muito a sério o que lhe tira as hipóteses. Contudo aparece em segundo lugar em todas as sondagens ultrapassando Prapat o candidato do Partido no poder.


Envolvido em mais uma luta interna sobre a escolha de quem deveria ser o eleito para contestar o posto a Apirak, o PPP só tarde começou a campanha e o seu candidato, sem bem que tenha um bom curriculum como Presidente do metro de Bangkok não vai ter hipóteses de chegar à vitória. Prapat tenta mostrar aquilo que já fez e a jovialidade do seu estilo de vida mas os opositores dizem que gerir o metro não é bem a mesma coisa do que gerir uma metrópole de mais de 10 milhões de pessoas.

Assim teremos Apirak mais quatro anos à frente da comunidade a não ser que os Democratas necessitem dele para a liderança do Partido. Abhisit Vejjajiva, o actual lider dos Democratas parece ter atingido o máximo que poderá fazer no Partido e muitas vozes começam a pedir uma renovação que permita o Partido chegar ao poder e não ser sempre o eterno segundo.

Entretanto, à pouco mais de uma hora, quando se preparava para votar o General Chamlong, um dos principais lideres do PAD a par com Sondhi, foi preso, na sequência da prisão acontecida na Sexta-feira de outro dos 9 cabeças do PAD com mandados de captura, Chaiwat Sinsuwong.

Chamlong preparava-se para votar quando a Polícia o prendeu. Depois de o deixarem cumprir o dever cívico foi levada para uma estação de polícia com informações contraditórias sobre o local.

Para nós europeus o que aconteceu é de aplaudir visto, finalmente, se ver a lei a ser imposta, contudo para os tailandeses, inclusive para o próprio Vice-PM Gen Chavalit, alguém anda a querer sabotar as conversações, por ele iniciadas, tendentes a encontrar uma solução pacífica para a divisão existente na sociedade na Tailândia.

As reacções à prisão de Chaiwat não foram muitas mas de qualquer maneira grupos organizados no Sul do país já anunciaram manifestações contra o PM Somchai, quando ele visitar as províncias em breve. Por certo que com Chamlong veremos um aumentar desses mesmos protestos.

Entretanto, também na Sexta-feira tropas tailandesas e cambojanas entraram em confronto junto da fronteira, na terra de ninguém, tendo sido inclusive sido disparados tiros e havido 3 feridos. Contudo esse incidente, que para nós é preocupante, foi de imediato desdramatizado pelas altas instâncias e houve um alto militar que me disse mesmo que tinha sido só uma mina que tinha rebentado "o que é normal num terreno ainda cheio de minas anti pessoais".

Depois de um muito bom começo do governo Somchai a temperatura voltou a subir.