Já por várias vezes me referi ao caso Santika como um exemplo de mau serviço à Justiça.
Relembrando: na noite de 31 de Dezembro de 2008 na zona de Ekkamai em Bangkok muitos celebravam o entrada do Ano Novo num clube com o nome Santika. O fogo tomou conta da velha instalação, houve pânico, pessoas tentando encontrar as saídas de emergência, enfim o normal numa situação daquelas e tudo terminou com a destruição do edifício a morte de 66 pessoas e ferimentos e queimaduras em muitas mais algumas das quais ainda hoje estão desfiguradas e não conseguem retomar a vida normal que até esse momento tinham.
A Polícia tomou conta da ocorrência, iniciou as investigações e tudo se arrastou até ontem. Entretanto na altura o Ministério do Interior elaborou também um inquérito onde se fazia referência à total falta de regras de segurança no local, à não existência de licença para operar e ao facto de estarem envolvidos no funcionamento do clube altas patentes da Polícia (o que sempre acontece) e funcionários da municipalidade.
As investigação começou a criar a ideia no público que tudo tinha sido causa da inadvertência do líder da banda que actuava no local (com o nome fatídico de Burn) nunca se referindo nem à falta de inspecção pelos bombeiros ou outros agentes de segurança do governo de Bangkok nem ao facto de serem conhecidas muitas e variadas irregularidades no funcionamento legal do clube.
Ontem o Tribunal decidiu o caso condenando o responsável da empresa que instalou o sistema de som e luz no local e um dos gerentes (fala-se que na realidade era o arrumador de carros do clube) do clube a 3 anos de cadeia e 20.000 baht (500 euros) de multa sendo que saíram ambos em liberdade com uma caução prestada na altura.
Conseguir uma pena de três anos de cadeia, com liberdade condicional, pela morte de 66 pessoas e a desfiguração e destruição da vida de muitos, dá para pensar não só em termos absolutos como em termos relativos com outro tipo de penas que são aplicadas no país.
Quem ousar dizer ou escrever algo que a elite dominante no país não gostar arrisca-se a pelo menos 15 anos de cadeia e há presentemente muitos exemplos disso. Quem possuir umas gramas de drogas arrisca a pena capital ou pelo menos 20 anos de cadeia. Há neste momento cerca de 700 pessoas no "corredor da morte" e a grossa maioria é por casos relacionados com drogas. Agora mesmo há 60 pessoas, camisas vermelhos "menores" ou simplesmente porque estavam no local errado no dia errado e que foram apanhadas no meio da confusão dos incidentes de Abril/Maio de 2010, encarceradas ainda sem acusação e os "senhores" do Santika são libertos.
Esta "justiça" dá muito que pensar!
Relembrando: na noite de 31 de Dezembro de 2008 na zona de Ekkamai em Bangkok muitos celebravam o entrada do Ano Novo num clube com o nome Santika. O fogo tomou conta da velha instalação, houve pânico, pessoas tentando encontrar as saídas de emergência, enfim o normal numa situação daquelas e tudo terminou com a destruição do edifício a morte de 66 pessoas e ferimentos e queimaduras em muitas mais algumas das quais ainda hoje estão desfiguradas e não conseguem retomar a vida normal que até esse momento tinham.
A Polícia tomou conta da ocorrência, iniciou as investigações e tudo se arrastou até ontem. Entretanto na altura o Ministério do Interior elaborou também um inquérito onde se fazia referência à total falta de regras de segurança no local, à não existência de licença para operar e ao facto de estarem envolvidos no funcionamento do clube altas patentes da Polícia (o que sempre acontece) e funcionários da municipalidade.
As investigação começou a criar a ideia no público que tudo tinha sido causa da inadvertência do líder da banda que actuava no local (com o nome fatídico de Burn) nunca se referindo nem à falta de inspecção pelos bombeiros ou outros agentes de segurança do governo de Bangkok nem ao facto de serem conhecidas muitas e variadas irregularidades no funcionamento legal do clube.
Ontem o Tribunal decidiu o caso condenando o responsável da empresa que instalou o sistema de som e luz no local e um dos gerentes (fala-se que na realidade era o arrumador de carros do clube) do clube a 3 anos de cadeia e 20.000 baht (500 euros) de multa sendo que saíram ambos em liberdade com uma caução prestada na altura.
Conseguir uma pena de três anos de cadeia, com liberdade condicional, pela morte de 66 pessoas e a desfiguração e destruição da vida de muitos, dá para pensar não só em termos absolutos como em termos relativos com outro tipo de penas que são aplicadas no país.
Quem ousar dizer ou escrever algo que a elite dominante no país não gostar arrisca-se a pelo menos 15 anos de cadeia e há presentemente muitos exemplos disso. Quem possuir umas gramas de drogas arrisca a pena capital ou pelo menos 20 anos de cadeia. Há neste momento cerca de 700 pessoas no "corredor da morte" e a grossa maioria é por casos relacionados com drogas. Agora mesmo há 60 pessoas, camisas vermelhos "menores" ou simplesmente porque estavam no local errado no dia errado e que foram apanhadas no meio da confusão dos incidentes de Abril/Maio de 2010, encarceradas ainda sem acusação e os "senhores" do Santika são libertos.
Esta "justiça" dá muito que pensar!