sexta-feira, 8 de maio de 2009

Visakha


Hoje celebra-se o mais importante dia para a Religião Budista que coincide com a Lua Cheia do sexto mês do calendário lunar.

Relembro, de Luang Prabang, uma das grandes cidades Budistas, apesar de estar situada num pais comunista, o Laos, aquilo que escrevi em 2008 sobre este tão significativo dia na vida de um Budista.

Anteontem as Nações Unidas reconheceram este dia como um Dia da Humanidade numa sessão que reuniu todas as religiões na sede da ONU em Bangkok.

http://www.youtube.com/watch?v=3XfywCpi9xc

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Coroação



Ontem 5 de Maio é o dia em que celebra a Coroação do Rei Rama IX e foi aproveitado mais uma vez pelo movimento Stop Hurting the Country, os brancos, em mais uma referência cromática, para realizar na capital a maior manifestação dos últimos tempos.

Cerca de 300.000 pessoas, de todas as condições e vindas de todo o lado, decidiram, ao mostrar o seu amor pelo Rei Rama IX, dizer a vermelhos, amarelos, azuis e verdes, que o caminho não é aquele que esses têm seguido.

É certo que nada está resolvido, nada está esclarecido e muitos dos que andaram ali ao beija mão são capazes do pior mas mais uma vez a voz dos silenciados fez-se ouvir e bem alto mesmo sem palanques, sem Sodhis ou Jaturons a falar às multidões que arregimentam.

Da mesma forma que PAD e UDD têm todo o direito de se manifestar, mas devem fazê-lo ordeiramente e sem por em causa os direitos dos outros, aqueles que não têm causa, os silencioso, tiveram, como na Segunda-feira uma nova oportunidade para dizer: Basta.

A luta politica continua e o PM tem hoje um dia bem difícil pois está a preparar o orçamento para o ano fiscal 2010, que começa em Outubro 2009, e o que veio a lume é que os ministérios que vão ser mais afectados nos cortes orçamentais necessários pela contracção da economia, Defesa, Interior e Transportes, são exactamente aqueles que estão mais próximos de Nevin sendo os dois últimos claramente "controlados"pelos seus homens. Não é por certo por acaso que sai, também hoje, nos jornais que numa próxima eleição o Bhum Jai Party de Nevin seria o partido charneira e incontornável em qualquer coligação visto se prever que consiga obter cerca de 100 lugares no Parlamento.

Na mesma página existe um artigo de um dos chief editor titulado Abhisit may not last beyond August. A combinação das três notícias mostra claramente o poder, e o dinheiro, de que o grupo de Nevin está munido e as dificuldades que Abhisit enfrenta.

Mais do que as sondagens que já anteriormente referi, o povo mostra agora na rua, vestidos de branco e empunhando a bandeira da Tailândia, aquilo que quer.

terça-feira, 5 de maio de 2009

Outra Cor


Amarelos, Vermelhos, Azuis e Verdes têm tomado conta do nosso dia a dia neste arco-íris político, contudo desde sempre as sondagens realizadas pelos vários institutos demonstraram que a maioria ainda não tinha cor e estava calda como estão quase todas as maiorias: silenciosas.

Desde há meses que havia alguns indícios de movimentos transversais á sociedade capazes de vir a ter uma palavra dominante neste mar de ódios e disputas pelo poder que se tornou a cena política tailandesa.

No passado fim de semana estive no Norte do país e aí pude constatar como as gentes se dedicam á labuta diária tratando da sua vida e de ganhar o que comer, indiferentes a amarelos e vermelhos e desconhecedores de azuis e verdes. Esses pertencem ás elites políticas urbanas e mesmo na província só mesmo em Amphon Muang, ou seja na capital da província, se consegue entender algum interesse, ou conhecimento daquilo que ou por que se batem na capital.

Há cerca de duas semanas dizia-me um político de bastante peso no país que o que acontecia era que aqueles que eram válidos do ponto de visto intelectual ou da sua capacidade democrática ou não estavam interessados em se "misturar" com aqueles que agora estão no poder ou estavam impedidos de exercer direitos políticos. Não se pense que aqueles, entre os cerca de 220 que estão cerceados de direitos políticos, são todos sósias de Thaksin, bem pelo contrário, existe aí gente muito válida a par com algum "lixo".

Mas ontem saiu á rua uma nova cor, a cor da Tailândia o vermelho mas este misturado com o encarnado e com o branco, as cores da bandeira deste país, as cores dos grandes símbolos que os que prezam o seu país trazem consigo. O País, o Rei e o Budismo.


Grande numero de manifestações tiveram lugar em Bangkok pela harmonia, pela conciliação e pela paz política tão necessária.

è bom que estes movimentos se façam ouvir mas de nada servirão se não forem um aporta para a discussão dos problemas do país de uma forma aberta e frontal sem medo dos tabus e com respeito por todos.

É também necessário que as cliques que detêm ou querem o poder entendam e deixem este povo pacífico falar e fazer ouvir a sua voz. O país tem de avançar com liberdade e respeito. O controlo do poder de forma anti democrática e o exercício da autoridade desrespeitadora é sinal somente de fraqueza. Os países só se constroiem á volta de homens e mulheres fortes e conscientes dos seus deveres enquanto cidadãos livres.

Ontem dizia-me um cineasta tailandês que uma vez tinha pedido autorização para realizar umas filmagens sobre os caminhos de ferro na Tailândia. Tinha obtido autorização com a condição de dizer bem deles e do serviço. Assim não. Deixe-se desenvolver as mentes e as consciências.

Vivam as outras cores.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Um Ano

Este fim de semana fez um ano que comecei estes escritos. Um ano 11.400 "bisbilhoteiros" e bastante prazer em escrever e em ser um pouco útil aqueles que tiveram a pachorra de me ler.



Obrigado

Conferência de Imprensa ou Bomba ao Retardador?

A muito esperada conferência de imprensa de Sondhi deu brado e ainda vão haver ecos da sua voz por muitos tempos.

Aconteceu ontem e apontou o dedo, mencionando sem medo os nomes, a três pessoas colocadas em posições de grande relevo: Thanpuying Viriya Chavakul, uma dama ao serviço pessoal da Rainha, ex presidente do Comité das Comemorações das Celebrações do 60 Aniversário da subida ao trono do Rei Rama IX, Presidente de várias associções de caridade em que a Rainha é a patrona, e também envolvida com os serviços sociais das forças armadas. Para além dela o General Anupong Poachinda, o Chefe do Estado Maior do Exército e Prawit Wongsuwon o Ministro da Defesa. Nem mais nem menos!

Sondhi durante a conferência de imprensa nunca nomeou os títulos dos acusados tratando-os sempre por Khun (senhora ou senhor) mas não existem dúvidas que eram estes três titulares de cargos importantes, e não outras pessoas por um mero acaso com os mesmos nomes, que ele queria acusar.

Disseram-me, quem fala muito bem tailandês, que Sondhi utilizou todos os artifícios da língua tailandesa para tudo dizer sem na realidade acusar ninguém. Acrescentam que a conferência foi uma lição de como bem falar. Sondhi, por exemplo, disse que não acreditava que estas pessoas tenham tentado matá-lo visto todos o terem já de uma forma ou outra negado. Terminou dizendo que o que diziam eram presunções pois se fossem factos reais ele teria de estar rancoroso contra essas pessoas mas igualmente as teria já perdoado.

Acompanhado de muitos dos outros lideres, Sondhi depois de nomear aqueles que estiveram por detrás da tentativa de assassinato, referiu ainda que o próximo alvo era o próprio PM Abhisit. Acrescentou ainda que 4 dos 10 soldados que estiveram envolvidos no atentado já foram devidamente disciplinados e a expressão utilizada na tradução a que tive acesso refere "gotten rid of them" o que pode ser interpretado de muitas formas.

Interessante foi a sua declaração de "absolvição" de Thaksin dizendo ainda que ambos têm o mesmo objectivo comum de mudar a situação política no país. É sabido que foram sócios no passado mas os acontecimentos recentes tinham no separado radicalmente tendo Sondhi ajudado a deitar abaixo dois governos thksinistas.

Até ao momento a única pessoa que reagiu foi Thanpunying (um título semelhante ao de Dame em Inglaterra), negando qualquer relação com o caso e dizendo que ela própria quando vai ao Sul do país sento o que é o problema da insegurança e imediatamente ao saber do atentado sentiu grande simpatia por Sondhi. Disse ainda ser uma mulher só, sem marido, incapaz de fazer algum mal a Sondhi e que nunca lhe tinha passado pela cabeça assassina-lo (sic). Acrescentou ainda que a estavam a tentar desacreditar pois tinha referdido recentemente que Thaksin era um leal servidor de Sua Majestade. Os dois generais até ao momento não fizeram nenhuma declaração.

Para terminar a conferência de imprensa Sondhi disse que irai ausentar-se do país por um período pois necessitava de descansar. Irá em peregrinação para a Índia e Nepal e posteriormente para os Estados Unidos, afirmando não querer estar na Tailândia enquanto durarem as investigações no caso da sua tentativa de assassinato.


Logo a seguir á conferência, os outros líderes do PAD realizaram eles próprios uma conferência de imprensa e afirmaram estar o movimento contra a projectada reforma constitucional e a tão falada amnistia dos 220 políticos banidos do exercício dos seus direitos proposta pelo Primeiro-Ministro. De igual modo convocaram para os dias 24/25 de Maio próximo uma reunião dos seus apoiantes para discutir a possível resposta aquela iniciativa de Abhisit.

Mais uma dor de cabeça para o Governo e mais um objectivo para os amarelos lutarem, e o ano passado mostrou bem aquilo de que são capazes.