sábado, 15 de maio de 2010
Ainda Sábado
Sábado 15
Resumo do dia
sexta-feira, 14 de maio de 2010
Sexta 14 de Maio
Seh Daeng
O renegado General continua em estado crítico num hospital da capital fortemente guardado por blindados e centenas de soldados como se o seu corpo metesse medo.
Actualização
quinta-feira, 13 de maio de 2010
O Bloqueio - Última Hora
Sitiados
quarta-feira, 12 de maio de 2010
A Outra Guerra
Actualização da nota anterior
O principal facto, já mencionado, é a decisão do governo de "selar" a zona de Rajaprasong, cortando água, electricidade e bloqueando todos os acessos.
Contrariamente ao previamente anunciado tal medida poderá não entrar em vigor á meia-noite de hoje visto estar neste momento a decorrer uma reunião tendente a afinar o plano já que o que foi comunicado no Ministério envolveria o corte numa zona extremamente alargada afectando para além de 17 Embaixadas milhares de escritórios.
O Ministro, presume-se que em tom de brincadeira disse aos diplomatas presentes, talvez uma centena, que os aconselhava a realojar os serviços das suas missões e que pessoalmente os aconselhava a ir para Pattaya. Não sei se também em tom de brincadeira mas referiu que esta medida seria "the final act".
A sessão acabou com uma troca muito amarga de palavras entre um dos Embaixadores presentes e o Ministro que se recusou, explicitamente, a responder a uma pergunta que lhe foi feita. Um mau exercício da diplomacia.
Espera-se assim por essa cena final nesta trágico-comédia que dura há exactamente dois meses.
Acções e Palavras
Mais um ultimato da parte de Abhisit, como o que emitiu no Domingo dando 24 horas para que dispersassem, que por certo não irá ter grande sucesso.
Primeiro estou curioso em saber como será possível cortar água e electricidade sem prejudicar todos os outros residentes e negócios (os pequenos negócios continuam abertos e florescentes como há dias referia uma reportagem). Além disso é sabido que a UDD dispõe de geradores e de grandes reservas de água. Basta ver os descomunais tanques que têm dentro do acampamento.
O ultimato foi feito anunciando que seria efectivo a partir da meia-noite próxima o que por outro lado dá tempo para que abastecimentos cheguem ao local durante o dia.
Entretanto a UDD continua a dizer que "levantará âncora" no momento em que Suthep se apresente perante a polícia, para ser acusado de ordenar o ataque sobre civis no passado dia 10 de Abril, e não como o fez ontem num orgão de investigação sob seu comando.
Mais do que palavras, anúncios, ultimatos o que se requer é acção.
terça-feira, 11 de maio de 2010
Retoques no campo Político
Hoje, Thanong o editor chefe do jornal The Nation conhecido por ser ferozmente anti-thaksinista, escreve no seu blog, parte dos The Nation blogs, uma coisa que para muitos poderá parecer impensável.
Exactamente acerca dessa aliança de contrários a que fiz referencia ontem.
Thanong avança que existe uma clara aproximação entre Abhisit e o Phue Thai partido que de alguma forma encarna o ideário do antigo PM Thaksin Shinawatra.
Fala também do incómodo que está a sentir Nevin Chidchob, que sente que os "seus" 33 deputados são sempre essenciais em qualquer acordo político e que este terá dito que sem ele não há "road map", numa referência ao facto de Abhisit não o ter consultado para avançar com o plano de reconciliação, agora apelidado por muitos não de road map mas de Red Map.
Nevin e o seu pai Chai, o Presidente do Parlamento viraram rapidamente a sua atenção para se tornarem ainda mais devotos á defesa da monarquia, um facto que sempre consegue ter eco e ficar bem junto de certos sectores da sociedade. Nevin, o antigo braço direito e esquerdo de Thaksin, que tem como único propósito na carreira política o enriquecimento e o controlo do número suficiente de votos que lhe permita estar sempre em cena, com a ajuda quer do seu pai quer do Ministro do Interior Chaowarat, montaram uma máquina de controlo das próximas eleições de modo que aquele objectivo continue a ser uma realidade.
Por outro lado viraram o seu discurso somente para a "defesa da monarquia". Desde Outubro do ano passado que Nevin as únicas vezes que fala, e que são poucas, é só para louvar a monarquia ou para mostrar o seu desagrado contra algum facto que no entender dele(s) pode merecer a atenção da comunicação social como uma ofensa á monarquia. De política nunca fala, aquele que é um dos principais actores da cena política tailandesa.
Agora dedicam-se a não entenderem como existem "tantos sítios de internet contra a monarquia" e que irão devotar o seu tempo e energia a lutar contra esta causa.
Também o PNP (o braço político do PAD) volta a atacar o governo por entender que o que se passa actualmente é uma telenovela onde o escritor do guião anda á procura de como escrever o final feliz pois tudo tem de acabar bem para todos. Condena violentamente o "namoro" entre os dois campos e volta a apelar à intervenção contra os vermelhos.
Hoje o Vice PM Suthep apresentou-se na polícia para ouvir a acusação, devido a uma queixa das famílias das vítimas do 10 de Abril, de que é responsável pela morte de inocentes. Antes a UDD tinha dito que se Suthep se rendesse e que se o mesmo tratamento fosse garantido aos seus líderes, acabavam com a manifestação, mas agora dizem que querem que Suthep se apresente na Divisão de Supressão de Actividades Criminais e não no Departamento de Investigação Especiais onde foi! O mesmo pedido foi feito pela UDD em relação a Abhisit mas este tem de requerer o levantamento da imunidade parlamentar. Suthep no ano passado demitiu-se de Deputado depois de uma investigação ter concluído que ele violara o regulamento sobre a detenção de acções em empresas estatais por membros do parlamento.
Noutras notas soltas, o MNE Kasit chamou ao Ministério o Embaixador dos Estados Unidos para apresentar queixa por "interferência nos assuntos internos" do país por um alto funcionário americano, Kust Campbell, como ontem referi, se ter reunido com a oposição ao governo. É a segunda vez em pouco mais de duas semanas que Kasit tem um "desacordo" com os diplomatas acreditados em Bangkok. Kasit está por certo esquecido que a 12 de Abril, na Universidade John Hopkins, em plenos EEUU, comparou Thaksin a Hitler e acusou três países de o acolher: a Rússia, a Suécia e os Emiratos Árabes Unidos. Dois entendimentos do que é ingerência.A Tailândia tem nos EEUU um dos sue mais antigos aliados (177 anos) e o gesto por certo terá consequências em Washington.
Os nomes dos negociadores por ambas as partes andam já nas bocas de muitos e, a serem verdade, mostram que as negociações estão a ser muito mais feitas entre Thaksin e Abhisit do que entre a UDD e os Democratas.
segunda-feira, 10 de maio de 2010
Abhisit e a UDD
Basta lembrar o apoio dos americanos aos talibãs do Afeganistão na guerra deles contra os soviéticos, como um dos melhores exemplos disso.
A Tailândia é também pródiga em exemplos de partidos e indivíduos a mudarem de posicionamento e encontrarem acolhimento em campos opostos. Os actuais colegas da coligação no governo estavam todos com o partido de Thaksin antes de saltarem a barreira. Veera, o principal líder da UDD foi um proeminente membro do partido Democrata de abhisit actualmente no governo. Sondhi L., o mais mediático líder do PAD era uma dos principais sócios de negócios de Thaksin, etc, etc.
Neste momento em que as duas principais partes em conflito continuam a gerir uma guerra mediática enquanto negoceiam nos bastidores o conceito acima referido pode muito bem ser aplicado.
Quer Abhisit quer a UDD, pelo menos a liderança moderada e por certo a grossa maioria dos manifestantes, querem uma saída para esta crise, mas uma saída que lhes permita alguns ganhos políticos.
A UDD quer sair de Rajaprasong em caravana vitoriosa e de forma organizada sem que ninguém fique isolado e sujeito a ser preso ao mesmo tempo que todas as armas que eventualmente possuam (há ainda um considerável número de armas apreendidas durante o 10 de Abril que não foram devolvidas), saia sem terem de passar por controlos da polícia ou militares. Os seus líderes não querem ser presos a uma qualquer "porta" da manifestação mas querem sim apresentar-se no dia 15, como já anunciaram, na esquadra para iniciarem os procedimentos de defesa. Por outro lado não podem chegar ao palco e dizerem ás pessoas. Ganhámos e agora vão todos para casa: isso terá de ser feito com alguma pompa e com hinos de vitória que acompanhem o movimento de saída.
Do lado do governo Abhisit também luta pela sua sobrevivência e sabe que tem de lutar só. Os militares não cumprem as suas ordens e de igual modo actuará a polícia mesmo com o protegido de Abhisit á cabeça. Por outro lado a comunidade empresarial está cansada e farta daquilo que consideram as indecisões do PM. O ultimato ontem emitida pelo PM dando 24 horas para que a UDD abandone Rajaprasong, já foi hoje suavizado pelo seu Ministro da Presidência que exigia ao movimento uma "rápida resposta".
Os Estados Unidos, numa acção sem precedentes, sentaram à mesa do Adjunto de Hillary Clinton, Kurt Campbell, líderes da UDD e seus apoiantes próximos de Thaksin numa sessão de "esclarecimento" que era pressuposto também contar com pessoas do lado dos Democratas e do governo que declinaram o convite.
Outro elemento de pressão sobre Abhisit veio hoje da Comissão Nacional de Eleições ao enviar para o Tribunal Constitucional mais um caso solicitando a dissolução do Partido Democrata.
São neste momento já dois os casos de irregularidades eleitorais cometidas pelo partido, que no tribunal aguardam julgamento, no mesmo dia em que os advogados do partido solicitaram mais 30 para responder ao primeiro, cujo prazo termina dia 12.
Mais do que nunca neste momento os melhores aliados mútuos são a UDD e Abhisit. Cada um pode ajudar o outro a sobreviver ou, caso contrário, serão os dois levados numa qualquer enxurrada que estará a ser preparada.
Por alguma razão Chuan Leekpai com discrição, mas não sem emitir a sua opinião contra o plano do PM, distanciou-se.