Antes refira-se que a cobertura do país foi a seguinte: Norte - Chiang Mai, Lamphun, Phitsanulok e Sukothai; Nordeste – Khon Kaen, Kalasin, Nakhon Ratchasima e Yasothon; Centro – Chonburi, Kanchanaburi, Singburi e Chantanaburi; Sul – Nakhon Si Thamarat, Phuket, Songklha/Haat Yai and Trang e Bangkok. O número de inquiridos em cada região teve em conta o número de votos que existe em cada província.
A primeira parte dizia respeito ao “Sentimento Nacional” e a primeira resposta aponta para que 58% dos inquiridos digam que o país vai na direcção errada contra 31% com a opinião oposta. O principal problema para os tailandeses é a má economia/falta de desenvolvidamente/pobreza/desemprego com 60% seguido, com 24% por conflito político/manifestações/confrontações. Somente 10% dizem que a economia e o governo vão na direcção certa. Perguntados como comparavam a situação pessoal actual com a que sentiam dois anos atrás 54% disse estar pior e 13% muito pior contra 15% que pensam estar melhor dos quais 1% diz ser muito melhor. No que respeita a satisfação com o governo 53% estão satisfeitos e 44% não estão. Dos primeiros 5% estão muito satisfeitos e dos segundos 7% estão muito insatisfeitos.
O segundo tema era “Reforma Constitucional e Reforma”.Perguntados sobre a reforma da actual Constituição 28% manifestam-se negativamente, 24% querem o regresso da anterior Constituição, a chamada Constituição do Povo de 1997, e 18% entende que deveria ser elaborado um novo texto que de acordo com 84% dos inquiridos deveria ser submetido a referendo. 67% das pessoas respondem que o processo de reforma constitucional deve ser feito envolvendo todos e consultando o povo. Sobre a questão se deveria haver eleições para reafirmar a legitimidade do Governo a resposta é de que se deve esperar pelo termo do mandato para 45% dos respondentes enquanto 30% entendem necessário esperar pelas reformas do sistema político. No tocante ao tão falado artigo 237 do texto constitucional que tem sido a causa da retirada de direitos políticos a tantos, claramente a resposta é manter. 63% é favorável à sua continuação enquanto 31% é favorável à sua substituição. Nesse mesmo sentido 69% dos inquiridos entende que os políticos condenados não devem ser amnistiados. Já em relação ao artigo que amnistia os autores do golpe de estado de 2006, 57% dos respondentes disseram que o perdão deveria ser retirado contra 32% que entende que deveria manter-se. O papel do exército é para 62% dos inquiridos importante no processo político. Enquanto 34% entende que o exército tem um papel demasiado importante nos desenvolvimentos do processo político. Sobre a questão de saber se a dimensão do exército é adequada ou não, 69% responde que está correcta a dimensão do exército. De alguma forma contraditório com a questão das dificuldades económicas que as pessoas sofrem quando as forças armadas são o único sector a garantir sempre não só uma grade fatia orçamental como o seu aumento contrariamente aos outros Ministérios. Em relação ao facto de metade dos membros do Senado serem nomeados, não eleitos, 63% manifesta-se contra e 28% a favor ao mesmo tempo que 74% dos inquiridos desaprova as propostas para uma nova política onde parte dos membros do Parlamento sejam não eleitos.
O terceiro tema é a “Descentralização” e 69% dos inquiridos são favoráveis à descentralização de poderes para os governos locais enquanto 27% se mantém favorável ao sistema actual centralizado. Em relação aos Governadores 75% dos inquiridos é a favor de serem eleitos directamente e não nomeados, como actualmente acontece.
O quarto tema “Democracia na Tailândia”. Na primeira pergunta tenta-se obter, a partir de respostas sugeridas qual era o mais importante no entendimento do que era democracia. E a resposta principal com 36% é para a questão eleições livres/participação popular/ governo da maioria. Segue-se com 20% igualdade de direitos 16% liberdade de actuação/vivo a vida como quero 12% liberdade de opinião 5% honestidade/igualdade/governação para a união e estabilidade e 8% que diz não saber o significado de democracia o que contradiz os 95% que apoiam a democracia como sistema político e desses 69%, fortemente. De igual modo 68% dizem ser o regime democrático melhor enquanto 30% diz ser necessário um líder forte que não necessita de ser eleito, algo que contradiz um pouco a resposta anterior, ou mostra um conceito de democracia distinto. 83% das pessoas dizem desaprovar, das quais 57% fortemente, as influências ou pressões sobre os eleitores e 90% dizem que os líderes religiosos devem abster-se de falar de questões políticas. Ao mesmo tempo 80% dos inquiridos dizem não serem influenciáveis na hora de votar, o que vai de acordo com algumas teorias sobre a “compra de votos” que dizem que os eleitores aceitam dinheiro de todos os partidos e depois votam como muito bem entendem. Num aspecto distinto perguntados sobre a influência que as instituições internacionais podem ter na melhoria da situação política na Tailândia as opiniões não podem ser mais divididas com 48% sendo favoráveis ao apoio internacional e 47% contra.
O quinto ponto “Sociedade Civil e Confiança” é aquele que mostra o muito que há a fazer no capítulo da educação cívica no país. A primeira pergunta era sobre a pertença/afiliação a alguma Organização da Sociedade Civil e as respostas são desoladoras pois somente uma pequeníssima parte da população toma parte em movimentos cívicos e mesmo assim é nas zonas rurais onde existe maior envolvimento fundamentalmente através da participação nos “Village Funds”, tipo caixas de aforro comunitárias criadas nas aldeias durante os governos de Thaksin. 87,7% dos habitantes das áreas urbanas não tomam parte em nenhum movimento da sociedade civil. No que respeita a confiança é também desanimador ver que 61% dos tailandeses dizer que não se poder confiar nas pessoas, a pergunta não fala em políticos, contra 35% que tem uma visão positiva. Esta pergunta foi feita também dividindo por regiões e perguntando, a todos, de que região as pessoas eram mais confiáveis sendo estas as respostas: 56% Norte, 37% Nordeste, 39% Bangkok, 26% Sul e 21% do Centro.
A última parte do longo inquérito respeitava as “Instituições Democráticas”. A percepção daquela com maior integridade foi para os Tribunais com 64% de vozes positivas, seguido pelo Parlamento 60%, Senado, 59%, Comunicação Social 52%, Exército 44%, Polícia 42%, Comissão Eleitoral 36% e ONGs 21%. Outra questão interessante foi colocada sobre a imparcialidade dessas instituições e os Tribunais são ultrapassados em um ponto pela Comunicação Social, 63 e 62% e o Exército aparece largamente à frente da Polícia, 37 contra 14%. Preocupante é a resposta à questão que é posta sobre a corrupção. 94% dos inquiridos entende que é uma prática corrente entre os agentes governamentais e só 1% diz ser rara. No respeitante à clareza do sistema eleitoral as posições estão outra vez bem divididas com 48% a dizer que as eleições não são transparentes e 47% a dizer que são. Não há nenhuma indicação sobre o género dos inquiridos mas quando perguntados sobre o papel que as mulheres devem ter na política 78% dos respondentes dizem dever ser aquela só para homens e só 3% respondem a favor da igualdade mas 92% dizem que as mulheres decidem por elas próprias no momento do voto embora ainda há 8% que entende que os homens deverão aconselhar as mulheres.