sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Reforma Constitucional e os Tailandeses


A The Asia Foundation acaba de apresentar em Bangkok um estudo que fez em todo o país sobre o tema “Constitutional Reform and the Thai People”. É um extenso inquérito feito a 1.500 pessoas e abaixo apresentam-se parte das conclusões. As entrevistas foram todas feitas, cara a cara, durante o segundo trimestre de 2009.

Antes refira-se que a cobertura do país foi a seguinte: Norte - Chiang Mai, Lamphun, Phitsanulok e Sukothai; Nordeste – Khon Kaen, Kalasin, Nakhon Ratchasima e Yasothon; Centro – Chonburi, Kanchanaburi, Singburi e Chantanaburi; Sul – Nakhon Si Thamarat, Phuket, Songklha/Haat Yai and Trang e Bangkok. O número de inquiridos em cada região teve em conta o número de votos que existe em cada província.

A primeira parte dizia respeito ao “Sentimento Nacional” e a primeira resposta aponta para que 58% dos inquiridos digam que o país vai na direcção errada contra 31% com a opinião oposta. O principal problema para os tailandeses é a má economia/falta de desenvolvidamente/pobreza/desemprego com 60% seguido, com 24% por conflito político/manifestações/confrontações. Somente 10% dizem que a economia e o governo vão na direcção certa. Perguntados como comparavam a situação pessoal actual com a que sentiam dois anos atrás 54% disse estar pior e 13% muito pior contra 15% que pensam estar melhor dos quais 1% diz ser muito melhor. No que respeita a satisfação com o governo 53% estão satisfeitos e 44% não estão. Dos primeiros 5% estão muito satisfeitos e dos segundos 7% estão muito insatisfeitos.

O segundo tema era “Reforma Constitucional e Reforma”.Perguntados sobre a reforma da actual Constituição 28% manifestam-se negativamente, 24% querem o regresso da anterior Constituição, a chamada Constituição do Povo de 1997, e 18% entende que deveria ser elaborado um novo texto que de acordo com 84% dos inquiridos deveria ser submetido a referendo. 67% das pessoas respondem que o processo de reforma constitucional deve ser feito envolvendo todos e consultando o povo. Sobre a questão se deveria haver eleições para reafirmar a legitimidade do Governo a resposta é de que se deve esperar pelo termo do mandato para 45% dos respondentes enquanto 30% entendem necessário esperar pelas reformas do sistema político. No tocante ao tão falado artigo 237 do texto constitucional que tem sido a causa da retirada de direitos políticos a tantos, claramente a resposta é manter. 63% é favorável à sua continuação enquanto 31% é favorável à sua substituição. Nesse mesmo sentido 69% dos inquiridos entende que os políticos condenados não devem ser amnistiados. Já em relação ao artigo que amnistia os autores do golpe de estado de 2006, 57% dos respondentes disseram que o perdão deveria ser retirado contra 32% que entende que deveria manter-se. O papel do exército é para 62% dos inquiridos importante no processo político. Enquanto 34% entende que o exército tem um papel demasiado importante nos desenvolvimentos do processo político. Sobre a questão de saber se a dimensão do exército é adequada ou não, 69% responde que está correcta a dimensão do exército. De alguma forma contraditório com a questão das dificuldades económicas que as pessoas sofrem quando as forças armadas são o único sector a garantir sempre não só uma grade fatia orçamental como o seu aumento contrariamente aos outros Ministérios. Em relação ao facto de metade dos membros do Senado serem nomeados, não eleitos, 63% manifesta-se contra e 28% a favor ao mesmo tempo que 74% dos inquiridos desaprova as propostas para uma nova política onde parte dos membros do Parlamento sejam não eleitos.

O terceiro tema é a “Descentralização” e 69% dos inquiridos são favoráveis à descentralização de poderes para os governos locais enquanto 27% se mantém favorável ao sistema actual centralizado. Em relação aos Governadores 75% dos inquiridos é a favor de serem eleitos directamente e não nomeados, como actualmente acontece.

O quarto tema “Democracia na Tailândia”. Na primeira pergunta tenta-se obter, a partir de respostas sugeridas qual era o mais importante no entendimento do que era democracia. E a resposta principal com 36% é para a questão eleições livres/participação popular/ governo da maioria. Segue-se com 20% igualdade de direitos 16% liberdade de actuação/vivo a vida como quero 12% liberdade de opinião 5% honestidade/igualdade/governação para a união e estabilidade e 8% que diz não saber o significado de democracia o que contradiz os 95% que apoiam a democracia como sistema político e desses 69%, fortemente. De igual modo 68% dizem ser o regime democrático melhor enquanto 30% diz ser necessário um líder forte que não necessita de ser eleito, algo que contradiz um pouco a resposta anterior, ou mostra um conceito de democracia distinto. 83% das pessoas dizem desaprovar, das quais 57% fortemente, as influências ou pressões sobre os eleitores e 90% dizem que os líderes religiosos devem abster-se de falar de questões políticas. Ao mesmo tempo 80% dos inquiridos dizem não serem influenciáveis na hora de votar, o que vai de acordo com algumas teorias sobre a “compra de votos” que dizem que os eleitores aceitam dinheiro de todos os partidos e depois votam como muito bem entendem. Num aspecto distinto perguntados sobre a influência que as instituições internacionais podem ter na melhoria da situação política na Tailândia as opiniões não podem ser mais divididas com 48% sendo favoráveis ao apoio internacional e 47% contra.

O quinto ponto “Sociedade Civil e Confiança” é aquele que mostra o muito que há a fazer no capítulo da educação cívica no país. A primeira pergunta era sobre a pertença/afiliação a alguma Organização da Sociedade Civil e as respostas são desoladoras pois somente uma pequeníssima parte da população toma parte em movimentos cívicos e mesmo assim é nas zonas rurais onde existe maior envolvimento fundamentalmente através da participação nos “Village Funds”, tipo caixas de aforro comunitárias criadas nas aldeias durante os governos de Thaksin. 87,7% dos habitantes das áreas urbanas não tomam parte em nenhum movimento da sociedade civil. No que respeita a confiança é também desanimador ver que 61% dos tailandeses dizer que não se poder confiar nas pessoas, a pergunta não fala em políticos, contra 35% que tem uma visão positiva. Esta pergunta foi feita também dividindo por regiões e perguntando, a todos, de que região as pessoas eram mais confiáveis sendo estas as respostas: 56% Norte, 37% Nordeste, 39% Bangkok, 26% Sul e 21% do Centro.

A última parte do longo inquérito respeitava as “Instituições Democráticas”. A percepção daquela com maior integridade foi para os Tribunais com 64% de vozes positivas, seguido pelo Parlamento 60%, Senado, 59%, Comunicação Social 52%, Exército 44%, Polícia 42%, Comissão Eleitoral 36% e ONGs 21%. Outra questão interessante foi colocada sobre a imparcialidade dessas instituições e os Tribunais são ultrapassados em um ponto pela Comunicação Social, 63 e 62% e o Exército aparece largamente à frente da Polícia, 37 contra 14%. Preocupante é a resposta à questão que é posta sobre a corrupção. 94% dos inquiridos entende que é uma prática corrente entre os agentes governamentais e só 1% diz ser rara. No respeitante à clareza do sistema eleitoral as posições estão outra vez bem divididas com 48% a dizer que as eleições não são transparentes e 47% a dizer que são. Não há nenhuma indicação sobre o género dos inquiridos mas quando perguntados sobre o papel que as mulheres devem ter na política 78% dos respondentes dizem dever ser aquela só para homens e só 3% respondem a favor da igualdade mas 92% dizem que as mulheres decidem por elas próprias no momento do voto embora ainda há 8% que entende que os homens deverão aconselhar as mulheres.
Aqui ficam os dados para as muitas interpretações sempre possíveis destes inquéritos mas estes estudos são de louvar pois sem estes dados muitoo dos trabalhos de investigação social ficam incompletos.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

O "Julgamento"

Terminou, como se esperava com uma sentença de condenação o "julgamento" de Daw Aung San Suu Kyi. Juntamente foram condenados, no mesmo processo o americano que nadou até sua casa, sete anos, curiosamente um ano por ter violado a proibição de nadar em lagos públicos, e duas das empregadas que servem a prémio Nobel da Paz.

A única diferença neste processo para o tradicional tratamento a que os ditadores que lideram a junta Birmanesa nos habituaram foi o facto de o "julgamento" ter demorado vários meses mostrando bem ao Mundo o medo que os tiranos ainda têm daquela que representa a esperança de uma vida democrática para o país.

Acabou condenada a três anos de cadeia e trabalhos forçados, comutados para 18 meses de prisão domiciliária pelo ditador Than Shew, que ainda teve a coragem de afirmar que estava muito incomodado com o julgamento mas que não tinha querido interferir no processo judiciário.

18 Meses são suficientes para obstar a que Suu Kyi esteja fora do processo eleitoral que acontecerá na primeira metade de 2010 e essa sua ausência, bem como a de todos os que se opõem ao regime actual tirará qualquer legitimidade a esse processo e não serve o objectivo que se diz prosseguir que é o da reconciliação nacional. É demasiado fácil fazer reconciliação somente entre aqueles que nos apoiam.

De todo o Mundo vieram as condenações com pedidos de libertação e de imposição de sanções mas sanções que possam ir directamente ao centro do poder e não afectar o povo da Birmânia.

Da ASEAN vieram duas reacções bastante fortes, Filipinas e Malásia, com este último país a requerer a realização de uma reunião de urgência para debater o caso. Singapura também se mostrou bastante incomodada apelando a que a condenação fosse encurtada de forma a permitir a participação de Suu Kyi nas eleições de 2010. A Tailândia, presidente em exercício do agrupamento, depois do Ministro Kasit ter demorado um dia a reagir dizendo estar à espera do relatório da sua Embaixada em Rangoon, afirmou estar a ASEAN "muito desapontada" com as conclusões do "julgamento" e requerendo a libertação de todos os prisioneiros políticos na sequência das decisões recentemente tomadas no seio da ASEAN e ARF. Contrariando estas declarações, que assinou, o governo do Camboja, veio mostrar-se feliz pela redução da pena e afirmou "que tinha sido dado um passo no processo democrático em curso no país". Na Indonésia uma reunião de dissidentes Birmaneses que estva programada para ontem e hoje foi cancelada devido a aparente pressão dos ditadores de Napitaw. O porta-voz do MNE disse reconhecer o desapontamento pela decisão sobre o caso mas que o governo Indonésio não podia permitir que "um governo no exílio" de um país amigo reunisse em solo indonésio.

A China, o sempre aliado do regime Birmanês, solicitou ao Mundo que respeitasse a decisão do tribunal na sua habitual política de "não interferência em assuntos internos", como entendem ser este. Para mim foi uma surpresa pois ainda não há dois meses numa reunião do ASEAN Regional Fórum, em que estive presente, a chefe da delegação Chinesa falando sobre o mesmo assunto disse que "o processo de reconciliação nacional na Birmânia só poderia ser atingido envolvendo todas as partes". Isto foi dito num contexto em que se discutia o início do julgamento que agora terminou.

Suu Kyi já deu luz verde aos seus advogados para apelar da sentença, mas isso será uma mera formalidade processual e nada, por certo, será alterado.

Os ditadores em Napithaw insistem que deste modo afastando todos os que se lhe opõem conseguem reunificar a nação e avançar num processo que traga paz e prosperidade ao país.

Para já trás por certo grande prosperidade a eles e ás suas famílias, como é sabido, e de todos conhecido, mas enquanto a China e a Índia não puserem um travão no apoio que dão ao regime não se conseguirá encontrar uma solução para um povo que tanto sofre.

A Tailândia, não só na sua capacidade dentro da ASEAN, mas também como um país fronteira e com o qual a Birmânia tem fortes relações em todos os domínios tem sempre uma palavra a dizer e é pena que apesar de um inicio muito promissor do governo de Abhisit neste particular, agora se contraia e seja muito parco e comedido em declarações contra os ditadores no seu vizinho de noroeste.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

O Dia da Mãe

Hoje, dia 12 de Agosto celebra-se por todo o país o dia da mãe no dia do aniversário da Rainha Sirikit a mãe de todos os tailandeses, assim é entendido. Da mesma forma o dia do aniversário do Rei, a 5 de Dezembro, é o dia do pai.

Para além dos festejos oficiais onde a Rainha esteve presente (o Rei quedou-se por Hua Hin, a sua habitual residência) e que se desenrolaram durante todo o dia, os tailandeses aproveitam o feriado para aquilo que é considerado o grande dia da família.

Mais do que qualquer outro este é o dia em que as famílias se reunem à volta da figura da mãe, saindo, passeando e acabando quase sempre a comerem fora. A mãe é a figura pivotal da família tailandesa como acontece um pouco pela Ásia toda.

Estive no parque de Phutthamonthon, parque que foi construído para celebrar a chegada ao meio do ciclo de vida budista de 5.000 anos. É um imenso e belo parque na província de Nakhon Pathom onde estavam literalmente milhares e milhares de pessoas fazendo as suas orações, passeando, fazendo piqueniques, enfim disfrutando da beleza do parque e também da beleza do dia que esteve, quente mas bonito.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Lin Ping

Quase a fazer três meses a panda, o icon da pandamia que atingiu a Tailândia, foi baptizada e chama-se Lin Ping.

Lin por parte de mãe e Ping por parte da cidade onde nasceu, Chiang Mai, banhada pelo rio Ping.

Foram enviados mais de 22 milhões de postais onde as pessoas escolhiam, entre quatro nomes possíveis que chegaram à final nesta competição cujo prémio é 1 milhão de bath ou seja um pouco mais de 20.000 Euros, aquele que era de sua eleição

Desses 22 milhões mais de 13 escolhera Lin Ping como o nome favorito e de entre essa montanha de postais foi escolhida uma sortuda, uma rapariga de Sakhon Nakhon no nordeste do país para receber o prémio.

Como se pode ver pelas fotografias a "criança" tem crescido e apresenta-se bem de saúde

Patcharawat, o Homem do Momento

Após ter sido “despachado” para a China naquilo que foi anunciado como um período de férias, o General Patcharawat Wongsuwan, regressou no passado Domingo e ontem mesmo reassumiu o seu posto de Comandaste Nacional da Polícia. O Genaral afirmou que regressava devido ás notícias sobre o mau tempo na China e devido ao facto de ter de preparar as suas forças para o aniversário da Rainha afirmando que os seus subordinados continuariam a viagem de trabalho.

Afinal a viagem era oficial, a desculpa agarrada à família real é a sempre utilizada, mesmo sabendo-se que não se prepara eventos destes em dois dias, Segunda e Terça, e o mau tempo não afectou Pequim e pelos vistos tal não é preocupação no que respeita aos seus subordinados.

No próprio Domingo, Patcharawat, enviou uma mensagem ao PM Abhisit anunciando o seu retorno e também informou todos os seus subordinados do facto para que ficasse claro que estava de regresso.

A sua abrupta partida, foi antecedida de várias afirmações públicas quer por Abhisit quer pelo seu número dois, Suthep, sempre contraditórias, tendo mesmo chegado a ser atribuídas a Abhisit a declaração de que o lento andamento da investigação sobre a tentativa de assassinato de Sondhi L. era uma das razões para a necessidade de Patcharawat ter um tempo de descanso. Outra das questões que era aflorada era a lista, que todos os anos é elaborada, nesta altura do ano, das movimentações nos comandos da corporação, que não seria do agrado do Primeiro Ministro. Na realidade Abhisit, na sua habitual comunicação via televisão aos Domingos disse que havia nomes nessa lista que não lhe pareciam adequados, e mais não disse visto a Constituição ser clara em proibir todos os titulares de cargos políticos de interferir nessa movimentação sob pena de perca de mandado.

Abhisit entretanto nomeou um Comandante interino que acaba por exercer esse posto somente dois dias. Também essa nomeação foi controversa visto o número dois na corporação, ex cunhado de Thaksin e que já por 22 vezes exerceu essa posição nas ausências de Patcharawat, se queixou de ter sido afastado por motivos políticos. Há que referir que Priewpan, o General em questão, subiu na carreira de forma irregular devido ao facto de ter sido fortemente privilegiado nas suas rápidas promoções pelo seu ex cunhado quando este estava no poder.

Abhisit, “comprou” assim uma guerra para a qual parece ter ido sem armas adequadas pois está neste momento em confronto com todos os detentores do verdadeiro arsenal bélico.

Patcharawat, Prawit e Anupong

Prawit, o Ministro da Defesa e irmão de Patcharawat, e como já referi, homem forte do grupo que mais manobra na sombra, há bastante tempo que não toma parte em nenhuma actividade do governo a que pertence. Não esteve presente em nenhum dos últimos Conselhos de Ministros nem na apresentação das actividades dos primeiros 6 meses no poder feita há 4 dias por Abhisit com toda a pompa e presença dos seus Ministros. Já não foge a ninguém o distanciamento entre Prawit e Abhisit e correm rumores de que este, Patcharawat e o próprio Anupong poderiam demitir-se abrindo um grave crise no seio das forças armadas.

Entretanto Prawit faz hoje 64 anos e são esperados na sua residência todos os pesos pesados militares e da polícia e por certo Patcharawat não deixará de ser o principal tema para conversa.

Abhisit, tropeçando mais uma vez, anunciou que Patcharawat seria enviado numa missão para o Sul da Tailândia, sem especificar qual, logo após as celebrações do aniversário de SM a Rainha Sirikit, que se comemora amanhã, e que voltaria a ser nomeado o mesmo Comandante interino, uma afirmação que já levantou inúmeras vozes de espanto pois Patcharawat é o Comandante nacional e sendo o Sul parte da Tailândia como pode haver dois comandantes nacionais da mesma força em simultâneo.

Porventura não será estranho a esta sucessão de casos “mal contados” à imprensa o facto de que o porta-voz do Primeiro Ministro acabe de ser substituído. Panitan, que vinha exercendo esse cargo vai ser substituído pelo antigo governador de Bangkok e adjunto do PM, Apirak Kosayodhin. Apirak teve de se demitir de governador devido a ter sido constituído arguido num caso de corrupção, que também envolve o ex PM e ex governador de Bangkok, Samak, devido à compra de carros para os bombeiros da capital.

Resta referir que no que respeita a tentativa de assassinato de Sondhi L. foi emitido um mandado de captura contra um sargento do exército. Há contudo quem afirme que estarão envolvidos quatro generais do exército e um alto comando da polícia, mas sabe-se que nas redes acaba por vir sempre peixe míudo.

domingo, 9 de agosto de 2009

O Sol que Não Brilha


O Semanário lisboeta Sol publicou no passado dia 4 e a propósito da queda de um avião da Bangkok Airways, como relatei de imediato, o seguinte:

Tailândia
Pelo menos 10 pessoas perderam a vida 41 ficaram feridas quando um avião comercial da Bangkok Airways chocou contra a torre de controlo do aeroporto da ilha turística de Koh Samui

Não compreendo onde é que a redacção de O Sol foi buscar a fonte para a notícia pois, e apesar da informação não ter sido a mais clara no momento do desastre, o que normalmente sempre acontece, nunca li em nenhuma fonte qualquer referência a 10 mortos nem a 41 feridos. De igual modo a informação de que o avião teria sofrido um incêndio é desmentida fácilmente pelas fotografias que de imediato estiveram disponíveis.

Na realidade houve um morto, o piloto, e sete feridos graves entre os quais o co-piloto que se encontra em estado crítico.

Pouco mais de 3 horas após o desastre VdB publicou a lista dos passageiros e informou da não existência de nomes portugueses afectados.

Fez me lembrar quando anos atrás um respeitável jornal de Lisboa publicou uma crónica sobre o muito bom concerto que um cantor tinha dado na noite anterior numa sala da capital. Acontece que esse concerto tinha sido cancelado por doença do artista.

Assim não se faz informação. O que se "atira cá para fora" é disinformação e quem sofre é quem lê que ainda quer acreditar naquilo que os meios de comunicação nos trazem.

Para agravar a questão, enviei ao Director do Semanário um email. Sem resposta!