sábado, 5 de fevereiro de 2011

Actualiazação do Conflito


Durante esta manhã houve mais troca de tiros entre as tropas tailandesas e cambojanas da qual resultou a morte de alguns soldados tailandeses (oficialmente fala-se de 1 mas não oficialmente fala-se de 3) e ferimentos em vários outros.

Neste incidente não houve feridos em populares da região visto este terem sido evacuados ontem para escolas públicas.

Não é conhecido se houve ou não feridos ou mortes do lado cambojano já que nenhuma fonte, nem daqui nem do lado cambojano, fala disso.

Parece evidente, mas isto é especulação, que estarão a ser as tropas do país vizinho quem está a ter a iniciativa no momento e são as que se encontram mais avançadas na zona mista, visto quer os desalojados quer os acidentados serem sempre do lado tailandês.

Entretanto ao início da tarde os comandantes militares dos dois países na região chegaram a um acordo de cessar fogo acordando igualmente em não deslocar mais efectivos para o local de forma a reduzir a tensão.

Conflito na Fronteira


Ao mesmo tempo em que o Ministro Kasit afirmava no Camboja de que os dois países estavam de mãos dadas para encontrar soluções pacificas para o conflito que persiste na fronteira e que a continuação das reuniões do Joint Border Committee era a resposta para para as diferenças de interpretação dos vários mapas, soldados envolveram-se em escaramuças junto à fronteira.

Ambas as partes acusam a outra de ter invadido o território e de ter provocado a outra, e nunca se saberá quem na verdade deu o primeiro passo pois ambos os campos têm de "vender" internamente a sua história.

O facto é que tiros foram trocados entre as forças estacionadas perto de Huay Thip, uma pequena aldeia tida por estar no distrito de Kantaralak, província de Si Sa Ket, por parte dos tailandeses e em território cambojano pelo outro lado, e dessa troca de tiros resultaram variados feridos e a morte de um aldeão tailandêss e um soldado do Camboja.

As trocas de fogo são a menos de 1 km de uma área tido por ser zona em disputa e como se sabe o cruzar, por uns e por outros, daquilo que é território próprio para zonas mal demarcadas acontece diariamente.

O porta voz do exército tailandês afirmou pensar que o que aconteceu foi por acidente e não premeditado ou estudado e os comandos dos dois exércitos estiveram de imediato em contacto no sentido de acalmar a situação.

Kasit continua a nada conseguir no seu objectivo de obter a libertação dos tailandeses detidos em Phnom Penh e hoje termina o prazo dado pelo PAD ao governo de Abhisit para solucionar o diferendo, passado o qual é pressuposto que os manifestantes amarelos avancem para a Government House para onde 17 companhias de polícia foram deslocadas. Serão assim mais os polícias do que os manifestantes, a manterem-se os números de presenças durante esta semana, mas a motivação dos amarelos é grande e para eles causar perturbação e uma eventual intervenção militar parece ser o objectivo já que os falhanços tidos com o Partido da Nova Política no jogo democrático mostra que só resta ao PAD a manifestação dos seus argumentos da forma que sempre o souberam fazer, na rua.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

As Cores

Dantes por norma tínhamos de nos preocupar à vez ora com os amarelos ora com os vermelhos mas, como tudo no país, também os tempos mudam.

Já há dias referi aquilo que rotulei de "laranjada"ou seja o apelo feito por um dos líderes dos Patriotas Tailandeses para que os vermelhos se juntassem a eles com o objectivo de derrubar o governo de Abhisit já que tal parece ser neste momento o objectivo comum.

Pelo menos os últimos tiveram o bom senso de nem sequer responder e por enquanto vamos "saboreando" outros frutos que não laranjas.

Contudo as actuações dos dois movimentos vão se conjugando e na realidade neste momento ambos pressionam Abhisit deixando-lhe pouco tempo para respirar. Para acrescentar a estes grupos de vez em quando aparece uma ou outra manifestação contra o atormentado PM como na passada semana um grupo de agricultores, descontente com as políticas do Ministério do Comércio no que respeita aos produtos por eles produzidos, apontou armas contra a residência de Abhisit que mais parece um "bunker" do que casa onde se viva. A zona adjacente foi tomada pelo exército com veículos de intervenção rápida pois mesmo sendo umas poucas centenas os pacíficos manifestantes o medo é tanto que as sirenes de alarme soam sempre muito alto.

No que respeita os dois mais coloridos grupos a situação é a seguinte:

Os amarelos deram ao PM até ás 17:00 de amanhã Sábado, hora local, para que seja resolvido o problema dos detidos no Camboja e o Ministro Kasit mantém-se na capital vizinha a tentar algo que se conseguir será por certo uma vitória de Pirro com altos custos para a Tailândia visto o Camboja nada ter a ganhar em fazer concessões à Tailândia.

Caso o ultimato não seja aceite, o que se prevê extremamente improvável, já anunciaram que aumentarão a sua pressão sobre o governo, sem ter sido explicado o que isso significa, deixando no ar contudo a ideia de que irão avançar sobre o complexo da Government House. Entretanto Abhisit mandou a Polícia fazer exercícios para dispersar manifestações afirmando que tal se destinava a ser posto em prática se o PAD avançar sobre as instalações do Governo.

A seguir nas próximas horas.

Entretanto houve mais um elemento do PAD que foi preso, o ex Senador Karun Saingbam, por acusações relacionadas com a ocupação dos aeroportos da capital em 2008 (note-se que até ao momento só foram presos por esse facto três activistas menores do PAD), tendo sido posteriormente libertado sob fiança de 200.000 baht, como sempre tem acontecido aos elementos do PAD.

Do lado vermelho está em preparação a manifestação mensal do dia 19 (lembre-se que celebram nesse dia os sangrentos acontecimentos de Maio de 2010), que até aqui têm sido pacíficas, ordeiras e curtas, embora tenham atraído bastantes pessoas, mas este mês vai haver uma nuance que pode ser importante.

Vendo a continuada diferença de tratamento quer da polícia quer dos tribunais entre vermelhos e amarelos (lembre-se que os líderes vermelhos continuam presos, sem acusação, desde Maio de 2010 e o único que foi libertado sob fiança teve de pagar 2 milhões de baht, 10 vezes o valor do que pagou Karun), a UDD interpôs mais um recurso para libertação dos seus principais líderes (sete no total) e declarou que se não houver resposta positiva ao pedido a manifestação do próximo dia 19 será uma manifestação sem fim marcado, ou seja poderá ser iniciado um novo ciclo como em 12 de Março de 2010 quando os vermelhos começaram o ajuntamento que só veio a terminar a 19 de Maio e com os resultados que se conhece.

Olhando para a direita temos os amarelos acampados desde 25 de Janeiro em Makawan, o mesmo local onde iniciaram a sua manifestação de 2008 que durou 192 dias e terminou com 300.000 turistas "prisioneiros" no país devido ao encerramento pelo PAD dos aeroportos da capital e todos os outros danos para o país que se conhece.

Olhando para a esquerda temos a UDD de alguma forma a desafiar reiniciar o processo de 2010 que tantos amargos de boca, mortes e destruição deixou na capital e no país.

Uma verdadeira e transparente justiça que funcionasse sem ser movida por intenção políticas parece-me que seria o melhor remédio para estas maleitas que atormentam o doente, o país.

Entretanto no Sul, mas isso tem pouca importância, morreram devido a atentados à bomba mais duas pessoas, dois elementos dos grupos paramilitares formados por iniciativa real.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

A Guerra da Bandeira

A guerra da bandeira está instalada entre a Tailândia e o Camboja.

Do lado tailandês Abhisit tentou por várias vezes conseguir algum ascendente na situação da fronteira de modo a acalmar os (poucos mas barulhentos) amarelos do PAD até agora sem grande sucesso.

Os soldados vizinhos retiraram as placas que marcavam de algum modo a soberania sobre a zona em disputa mas hastearam uma bandeira, bem visível, sobre um pagode existente naquela área.

Abhisit entretanto viu a pressão aumentar com o ultimato do PAD para que o PM resolvesse, no prazo máximo de 3 dias, o caso dos dois líderes amarelos, acusados pelas autoridades do país vizinho de espionagem e que foram condenados a 8 e 6 anos de cadeia anteontem em Phnom Penh,

Hoje mesmo Abhisit "despachou" para a capital cambojana o Ministro dos Estrangeiros, o Vice-Ministro responsável pela segurança e o secretário-geral do Conselho Nacional de Segurança numa tentativa de algo conseguir por parte de Hun Sem, PM Cambojano que continua numa posição extremamente confortável. A única opção que lhe pode ser desfavorável será uma agressão militar por parte da Tailândia, país significativamente melhor equipado do que o seu, mas se tal acontecer a Tailândia terá toda a comunidade internacional contra si e será uma violação grosseira da Constituição da ASEAN, o que penalizaria fortemente Bangkok.

Entretanto os tailandeses continuam a colocar tropas na fronteira, numa demonstração de força e de igual modo para tentar acalmar a "amarelada", e ontem hastearam uma grande bandeira tailandesa no seu campo de modo que possa ser bem visível do lado cambojano.

No meio disto tudo quem vai sofrendo são as populações locais, que por uma vez já se manifestaram contra o PAD quando este resolveu ir provocar directamente no local os soldados do Camboja, visto as populações de ambos os lados da fronteira conviverem, desde sempre, em harmonia vivendo essencialmente de todo o comércio transfronteiriço como sempre acontece nestes casos. Quem conhece o distrito de Kantaralak na província de Si Sa Ket, a zona onde fica do lado tailandês a fronteira com o templo de Prhae Vihearn, sabe bem que as gentes das povoações locais, de cá e de lá, são as mesmas, falam um dialecto comum, casam-se entre si e levam uma vida partilhada e assim tem sido ao longo dos anos e séculos.

A política doméstica, nos dois países, continua a comandar os assuntos que os habitantes da região gostariam de ver resolvidos por si que não nas capitais.

Entretanto todos se esquecem mas nos últimos 10 dias já morreram no Sul da Tailândia mais de 30 pessoas em atentados bombistas indiscriminados mas isso parece não importar muito os políticos, e infelizmente também os habitantes, da grande metrópole que é Bangkok.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Immigration Detention Centre

Esta manhã visitei o Immigration Detention Centre (IDC) ou seja a cadeia supostamente temporária para aqueles que estendem a sua estadia na Tailândia para além do permitido no visto de entrada. A estadia no IDC pode prolongar-se por bastante tempo dependendo da gravidade da ofensa (abuso de visto por longos períodos) ou da falta de meios do detido para sair do país (falta de dinheiro para comprar um bilhete de avião para o país de origem).

Todo o cidadão que entra no Reino tem que obter um visto que varia em duração. Mesmo a ideia de que não é necessário obter visto par a maioria dos ocidentais não é inteiramente verdade pois o carimbo aposto no passaporte no momento da entrada funciona como um visto (sem prévio requerimento) e é dado ao visitante um tempo para permanecer no país, normalmente 29 dias.

Acontece que muitos, ou porque são ilegais procurando emprego (fundamentalmente dos países vizinhos) ou porque vêm fugindo à procura de um lugar para refazer a vida (caso dos norte-coreanos) ou porque pensam que a Tailândia é um país "fácil" para o exercício de actividades ilegais (caso de africanos e de provenientes do sub-continente asiático) ou ainda porque simplesmente se deixam ficar envolvendo-se em demasiadas facilidades e festas que nem sempre são boas conselheiras (a maioria dos ocidentais de mochila às costas), acabam como "residentes" temporários do IDC.

Sem surpresas o IDC não é um hotel de 5 estrelas. É uma cadeia e em principio quem lá está é porque violou a lei, embora possa ser considerado que não é um caso criminal grave, e por isso têm de passar por esse processo de detenção.

Quando uma pessoa pretende estender o seu visto pode dirigir-se ao centro da imigração e solicitar tal, que normalmente será concedido mediante um pagamento. Por outro lado se uma pessoa é "apanhada" no aeroporto tendo ultrapassado um dia pode sair sem problemas e se forem dois dias paga, no local, uma multa de 500 baht (12 euros) e deixa o país sem problemas. Acontece que na maioria dos casos dos ocidentais deixam acabar o dinheiro, desleixam-se em tudo e acabam numa cela à espera que alguém da família envie dinheiro para poderem sair do país. Há contudo muitos que nem sequer têm família no país de origem ou quando a têm a família simplesmente não quer saber deles e por ali ficam até ser encontrada uma solução. Um dos "residentes" há um ano é um cidadão inglês de provecta idade, doente, sem dinheiro cá ou em Inglaterra, onde a família o não quer e portanto sem solução. Não pode ser expatriado contra vontade nem pode ser libertado pois não tem condições para viver aqui no país.

Voltando à visita a primeira impressão que se tem é de que as instalações são bastante razoáveis. Não é de esperar luxo mas são muito melhores do que em muitos lugares que já visitei. Hoje havia 1.092 detidos de inúmeras nacionalidades e como se pode compreender o espaço por vezes é escasso mas é interessante ver como se organizam os detidos e como são capazes de saber conviver com a situação.

Os norte-coreanos, gente que sabe que normalmente após uns meses ali acabam sendo aceites ou pela Coreia do Sul ou pelos Estados Unidos, têm as duas celas onde se encontram os homens em estado impecável de limpeza e arrumação. Eventualmente sentem-se melhor ali, e pelo menos com fundada esperança, do que no seu passado e parecem aceitar este hiato na vida muito bem. O oposto se passa nas zonas que acolhe os ocidentais e os africanos. Pouco cuidada, mal cheirosa e como me disseram com frequentes conflitos entre os detidos. Os primeiros muito provavelmente queixam-se das condições dizendo que "se fossa na Europa não era assim". Eventualmente têm razão mas o facto é que se não tivessem violado a lei não estariam ali e portanto só se deveriam queixar deles próprios e não do sistema. Falei com uma mulher de um país da Europa que dizia estar ali há 8 meses, obviamente queixando-se das condições e da comida, porque "tinha ficado no país um dia mais", por certo tentando que tivesse pena dela e promovesse qualquer coisa em seu favor totalmente fora das minhas capacidades, deveres ou interesse. Uma mulher coreana que estava perto dela, bem pelo contrário, ao ver-nos veio saudar-nos e desejar um Bom Ano Novo Chinês. Diferenças de sentimentos bem marcantes daquilo que são os favores que a vida teve com pessoas diferentes.

Vi as crianças, que acompanham as mães detidas, a saírem para ir para a escola que existe nas instalações, a forma organizada como o sector das mulheres norte-coreanas (provavelmente o resto da família dos que estão na ala dos homens) falava com um representante da embaixada da Correia do Sul que ali estava a prestar apoio (os do Norte não vão lá), enfim vi uma cadeia, pois é disso que se trata, onde no fim são os detidos que fazem o seu dia a dia melhor ou pior visto as condições básicas serem iguais mas aceitáveis.

Uma só nota muito negativa mas essa tem não a ver com o IDC mas sim com agentes exteriores.

Disseram-me que às Segundas-feiras é o dia que entram mais detidos, na sua grande maioria homens dos países vizinhos. Perguntei porquê? Resposta simples: muitas empresas contratam mão-de-obra ilegal (cambojanos, laocianos e birmaneses) e o pagamento é normalmente feito às Segundas. Alguns patrões no Domingo chamam (compram) a polícia que vai ou à fábrica ou ao estaleiro da obra e prende todos os ilegais e assim no dia seguinte não há salários para pagar. Verdadeiro abuso de todos os direitos e exploração dos já de si desprotegidos imigrantes ilegais.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Abhisit - PAD

O gabinete reúne-se hoje. Para além do tema quente das multas que as incumbentes no sector das telecomunicações pretendem impor aos operadores móveis, no valor de mais de 2 mil milhões de US Dólares, invocando irregularidades cometidas durante os governos de Thaksin Shinawatra e que ainda irá fazer correr muita tinta, o governo vai debruçar-se sobre o assunto – conflito com o Camboja.

Abhisit está fortemente pressionado pelo PAD e pela frente Patriótica. Estes últimos interpuseram uma acção penal contra o PM e outros ministros acusando-os de "traição à pátria" visto no entender do grupo o governo, através da sua negligência, deixa que o vizinho "roube" território nacional.

Num primeiro esforço Abhisit conseguiu que o Camboja retirasse as placas, uma dizendo serem os tailandeses uns invasores e outra "aqui é Camboja". Posteriormente tentou estabelecer uma ponte com o PAD dizendo que ambos têm o mesmo objectivo que é defender o país mas eventualmente haverá diferente informação pelo que apelou ao grupo amarelo que se sentasse á mesa e partilhasse com o governo a informação que têm de que os terrenos em questão "são tailandeses". A esta última responderam que nada havia a falar e que Abhisit a única coisa que tinha afazer era aceitar os pedidos do PAD.

Agora o governo veio, através de um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros, reafirmar a intenção de resolver o conflito através dos instrumentos legais internacionais e solicitar ao país vizinho que retire as bandeiras cambojanas que flutuam por cima de um pagode situado na zona em disputa. Os cambojanos já responderam considerando tal uma afronta e portanto não retiram as bandeiras.

O pior estava para vir quando ontem o Ministro da Defesa tailandês, o General Pravit Wonsuwon, dá uma "bofetada" no PM dizendo: "os cambojanos já retiraram as placas. O que é que quer mais (referindo-se ao PM)?" para continuar com o seguinte comentário: "parece querer reduzir a pressão doméstica e tenta fortalecer a sua imagem como Hun Sem mas no fim quem sofre somos nós (soldados) que somos colocados numa situação difícil". Para além do ministro o comandante da 2ª Região militar que responde pela zona afirma também "o Camboja não é uma criança ao qual se ordena para fazer isto ou aquilo".

A clara distanciação do comando militar da forma como Abhisit está a tentar lidar com um problema que na realidade é mais do foro da política doméstica e da inabilidade de alguns no governo em lidar com os amarelos do PAD, é um assunto a seguir com extrema atenção.

Já várias vezes referi, e assim acontece sempre, os militares dos dois países tem uma excelente relação e sabem bem, apesar de uma ou outra esporádica escaramuça, que as disputas não se resolvem à morteirada. Têm sido sempre eles a terem as portas abertas dos quartéis de um e de outro lado da fronteira.

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Abhisit e os Media

Mais uma vez aproveito os "cartoons" para ilustrar o sentimento corrente no país.

A manifestação amarela continua, contudo sem chame nem rumo. É quase generalizada a opinião de que o movimento está a lutar pela sua sobrevivência e o fim-de-semana não conseguiu ver o número de manifestantes a crescer, bem pelo contrário. Mesmo assim mantêm-se desafiantes e determinados na sua causa ao ponto do General Chamlong ter recusado qualquer iniciativa do PM Abhisit para diálogo afirmando que a única coisa que o PM teria de fazer era responder positivamente aos pedidos do PAD.
Abhisit, para além de anunciar a intenção de dialogar, pensava ter apaziguado as "tropas" com a remoção da placa marcando o território feita pelos cambojanos mas o facto de estes terem substituído a dita placa por bandeiras ainda piorou a situação pois tornou-se mais evidente a "reclamação territorial e de soberania". Agora Phnom Penh reage ao pedido de Abhisit para a remoção das bandeiras classificando-o "provocativo".

De igual modo os vermelhos, que estão, no momento, a ganhar apoio com a forma cuidada como têm mostrado os seus "dentes", vão-se organizando e continuando as suas actividades tendo já marcado e anunciado o calendário para os próximos tempos.

Outro dos sectores atento são os militares e uma vez mais correm os rumores de um golpe de estado o que de um ponto de vista meramente estatístico está correcto já que desde que há monarquia constitucional no país há um golpe de estado em média cada 4 anos e o último foi em 2006. É uma análise profundamente rudimentar mas com alguma lógica se é que golpes de estado fazem alguma lógica.
Abhisit entretanto esteve pressente no Fórum de Davos e numa entrevista ao correspondente da Bloomberg na Tailândia reafirmou a sua intenção de convocar eleições deixando no ar a ideia de que poderia ser um pouco mais cedo do que aquilo que se previa e, se assim for, poderemos vir a ter eleições no início do segundo trimestre do ano.

Entretanto os dois "cartoons" que hoje se publicam no Bangkok Post e no The Nation mostram bem a forma como muitos vêm o PM que na realidade luta diariamente pela própria sobrevivência no meio de tantos que tão pouco o consideram e nele confiam.