Esta semana espera-se que a Comissão Nacional de Eleições legitime os restantes deputados necessários para que o Parlamento se possa reunir na semana próxima.
Até ao momento há 402 deputados já aprovados pela CNE e para que a assembleia inicie trabalhos terá de haver um mínimo de 475 ou seja 95% do número total de deputados. Depois disso terá de ser publicado um decreto real que dará por constituída a assembleia legislativa.
A primeira sessão tem de realizar-se no dia 2 de Agosto, como prevê a Constituição, escolhendo o seu Presidente que posteriormente será empossado através de uma audiência com o Rei. Só após isto se dará início á votação dos candidatos a primeiro-ministro (é normal o partido mais votado apresentar o seu candidato e a oposição um outro) e depois de aprovado o candidato escolhido iniciará os trabalhos conducentes à formação do executivo.
Entretanto enquanto todo este moroso processo prossegue a questão no momento é a sequência de acidentes com helicópteros do exército que no escasso período de 8 dias já fez 17 vítimas mortais e um ferido grave.
No dia 16 de Julho um helicóptero levando a bordo militares e jornalistas despenhou-se numa área de floresta mesmo na fronteira com a Birmânia aparentemente devido a condições climatéricas adversas. Nesse acidente pereceram 5 passageiros incluindo um general do exército tailandês. Os corpos, encontrados por patrulhas pedestres, foram transportados para uma base na região de onde seriam posteriormente trazidos para Bangkok. Para tal foi enviado no dia 19 um helicóptero Black Hawk com 9 tripulantes, incluindo outro general e mais duas altas patentes, que acabou por se despenhar não muito longo de onde tinha caído a primeira aeronave. Todos a bordo perderam a vida.
Ontem de manhã um Bell 212 destinado a transportar os corpos dos 9 militares falecidos no passado dia 19 caiu quando se deslocava para o local e com ele perderam a vida mais 3 tripulantes tendo um deles ficado ferido ainda que com gravidade.
Muitos se interrogam por esta série de incidentes e há mesmo quem atribua tudo a magias negras ou poderes sobrenaturais dos "deuses da floresta" do parque nacional de Kang Krachan. Entrevistam-se residentes para substanciar estas crenças e esses são unânimes de que as forças da floresta são demasiadamente poderosas e os helicópteros foram por elas deitados abaixo.
A realidade é que pereceram 17 pessoas e o facto está a criar bastante consternação no seio do exército e a levantar inúmeras questões que não são respondidas.
Não se ouviu até agora nem o governo, através do Ministro da Defesa, nem o exército através do seu CEME, anunciarem a abertura de nenhum inquérito mas penso que deverá acontecer se bem que as suas conclusões não serão por certo conhecidas do público. Aqui lembro o caso de dois F-16 que se despenharam há poucos meses, e ao mesmo tempo, na província de Chayaphum. É sabido de muitos as razões que fizeram com que esses dois aparelhos se despenhassem, razão que tem só a ver com a obsolescência de materiais usados pelos pilotos e nada com as aeronaves, mas oficialmente nunca houve nenhuma explicação para o incidente.
Este tipo de acidentes, como quase tudo que envolva patentes, acaba por ser decididos "debaixo da mesa" evitando-se qualquer tipo de publicidade sobre as causas reais o que, se bem que possa calar sentimentos no curto prazo, é uma solução com custos pesados no sentir da população e nada ajuda ao prestígio dos envolvidos.