domingo, 9 de maio de 2010

Domingo


O Domingo nasceu soalheiro depois de uma chuva para limpar a poeira do ar.

Aos domingos o The Nation traz sempre um conjunto de citações ditas durante a semana pelos actores mais evidentes no país e como seria de prever todas elas se referem à presente situação e ao road map de Abhisit para a reconciliação.

Há duas que sobressaem. A do antigo Primeiro Ministro Chuan Leekpai, consultor sénior do partido Democrata, considerado, como já referi, o pai político de Abhisit que se declarou contrário á dissolução do Parlamento como o PM avançou no seu plano.

Chuan para além de ser uma figura de prestígio consegue ser escutada em muitos foruns pois, ganhou a confiança dos tailandeses durante a sua governação. Para além disso é uma voz sempre sensata e nunca se ouve o velho, 73 anos, político levantar a voz ou falar de forma rude.

A sua declaração e ausência marcante nas celebrações dos 60 anos da coroação do Rei Rama IX na passada Quarta-feira, são um golpe para o PM que vai tentando navegar nestas águas muito conturbadas de forma a conseguir equilibrar o barco a meter água por muitos porões.

Outra declaração de realce é a do secretário-geral do PAD e do Partido da Nova Política, o braço político do movimento amarelo, Suryasai, que depois de o seu partido se ter manifestado contra o plano do PM e de ter requerido que os militares avançassem para a declaração da Lei Marcial e desalojamento dos vermelhos a qualquer custo, vem agora nada mais nada menos do que pedir a demissão de Abhisit e a sua substituição por outra personalidade embora não avancem com nenhum nome.

No momento em que Abhisit tinha conseguido o acordo minimo com os vermelhos, quer através das declarações proferidas quer através das negociações que continuam a existir nos bastidores, mas por todos conhecidas e por ninguém negadas, elementos do seu campo mais próximo tornam-se nos seus inimigos de momento e a requererem a sua atenção num momento em que o PM gostaria de estar concentrado a 100% no diálogo construtivo com a UDD.

Para além disso os incidentes de Sexta-feira levados a cabo por gente não interessada num processo de paz, sendo fácil de ver quem são embora não mostrem a cara, ainda mais complicam a já tão difícil vida do jovem PM. Só os que não sabem ver é que atribuem, com a costumada ligeireza das suas análises, as culpas para os grupos que estão combatendo na boca de cena.

Acresce a extrema dificuldade que Abhisit continua a ter no diálogo com as várias facções dentro dos militares e da polícia.

Entretanto a UDD reforçou as suas hostes com a chegada de, segundo os vários periódicos, mais de 5.000 simpatizantes vindos da província.

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