sábado, 8 de maio de 2010

Silom

Ontem à noite percorri a maior parte de Silom no regresso de um jantar no hotel Sofitel.

Tinha decidido não levar o carro e por isso fiz o percurso a pé.

Enquanto andava estava a pensar que Silom tinha pouco a pouco regressado à normalidade numa nova mistura estranha.

Tinham regressado os vendedores de rua, com saliência para o mercado de Patpong que estava de novo a funcionar, embora áquela hora, 10.15 da noite, se preparava para ir fechar mais cedo, segundo me disseram.

Para além das tendas de rua vendendo um pouco de tudo, especialemnte artigos contrafeitos, havia os habituais angariadores de incautos, meninas e meninos vendedo os seus atributos, bêbados e outros nem tanto mas à procura de uma cerveja, os bares de diversão mais compostos de pessoas, mais lojas abertas, enfim um retorno à normalidade de uma das ruas mais movimentadas, iluminadas e animadas desta capital.

Tudo isto no meio do arame farpado e de centenas de militares e policias que patrulhavam a rua e faziam vários controlos das viaturas que passavam.

Os tailandeses, muito à semelhança dos portugueses, acomodam-se a novas realidades com enorme facilidade e a vida estava a ressurgir.

Eis senão quando alguém que não concorda com isso resolve estragar “a festa” que é esta rua verdadeiro cartaz da animação de Bangkok.

Primeiro um ataque a tiro a um conjunto de policies e soldados por um homem que passava numa moto. Os disparos causaram ferimentos em 3 policias e 2 transeuntes do qual resultou a morte de um Capitão da Polícia que não resistiu aos ferimentos no estômago. Isto aconteceu por volta das 10.45 perto do cruzamento de Silom com Saladaeng.

Quando cheguei a esse ponto da rua, sem nada saber do acontecido, já que por ali tinha de passar para ir para a minha rua, Saladaeng, verifiquei que as lojas tinham fechado na sua maíoria , ao contrário da zona de Patpong, e que o número de forças estava a aumentar com a chegada de mais policias.

Pouco menos de 3 horas mais tarde, do outro lado da Rama IV, na intersecção do acampamento vermelho, outro ataque ocorreu, presume-se que desta vez à granada, causando mais 8 feridos, 5 polícias e 3 soldados, sendo que um dos policias viria a falecer já no hospital.

Num momento em que se pensava que a calma estava de regresso a Bangkok, voltou a violência, na sua pior e mais cobarde forma, com os ataques a forças militares e da ordem, em zonas repletas de civis.

Quem continua esta onda de ataques é um claro inimigo de qualquer tipo de solução para os destinos deste país.

Está contra qualquer plano seja ele de quem for para se conseguir a reconciliação e o único objectivo é provocar o caos e apelar, como o fizeram os amarelos à tarde, à imposição da Lei Marcial e à intervenção dos militares suprimindo todos os direitos e liberdades.

Da mesma forma como acontece no Sul do país, onde ocorrem, quase que diáriamente, como esta manhã em Yala, explosões mais ou menos violentas, também em Bangkok isso vem acontecendo desde o inicio dos protestos da UDD e nunca, mesmo nunca ninguém é identificado e acusado como autor.

A única coisa que acontece são comentários para a imprensa, para servir facções políticas, acusando este e aquele, mas não identificando os verdadeiros criminosos, inimigos declarados deste país, que atentam contra as vidas das pessoas diáriamente.

O falhanço e a ineficácia de qualquer tipo de investigação criminal (casos importantes: Somchai Neelapaijit, Takbai, Aeroporto, Santika, Pattaya, etc) é um incentivo para os criminosos continuarem a actuar livremente e a fazerem correr sangue trazendo o caos a este país.

Ontem, com o clima de alguma acalmia que se vivia vários países tinham descido o nível dos seus alertas aos viajantes para a Tailândia. Hoje por certo irá de novo subir.

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