O dia foi, até agora, pródigo em incidentes e confrontos entre os militares e os "combatentes" vermelhos e há explosões e som de tiros continuamente.
A zona interdita foi alargada no que respeita a Rama IV (agora vai de Sam Yarn até Klong Toey) mas mesmo assim houve violentos combates dentro de todo o seu perímetero dos quais resultou, segundo informação do CRES, mais um morto a acrescentar ao de ontem. Não há referência ao número de feridos mas é sabido que um reporter estrangeiro foi atingido durante esses confrontos. A France 24 acaba de mostrar o incidente e um colega do reporter ferido dise que foi atingido numa perna por uma bala de uma M16, arma usada pelo exército tailandês.
A Al Jazeera fala em três mortos e relata uma grande explosão que terá acontecido há minutos na zona.
As televisões tailandesas de sinal aberto pouco mais informam excepção feita para os comunicados do CRES. Contudo pode ver-se numa que estão em Rajaprasong muitos milhares de pessoas.
Agora existem fatalidades diárias e ainda não está nesse número o General Katthya embora os rumores que correm é que já faleceu embora o hospital desminta talvez com medo de represálias.
Falando em hospitais anote-se que foram postos em alerta mais 30 hospitais na zona de Bangkok por ordem do Ministro da Saúde Pública.
Os vermelhos incendiaram parte das barricadas e na zona de Saladaeng encheram os pneus de gasolina deitaram-lhes fogo e fizeram-nos rolar contra os soldados que entretanto disparavam contra eles.
Natthawhut Saikua um dos líderes da UDD falou para anunciar uma total rejeição de qualquer possível proposta do governo exigindo de imediato a retirada das forças, a dissolução do Parlamento, o levantamento do Estado de Emergência e a saída de cena de Abhisit e de Suthep. De igual modo afirmou que esta noite uma grande tragédia irá acontecer e o povo tailandês irá sentir para sempre o efeito dessa tragédia. Não explicou ao que se referia mas pelo menos obteve para já que o CRES anunciou que esta noite as tropas não irão atacar o acampamento de Rajaprasong.
Abhisit mesmo que saia "vencedor" desta contenda, o que duvido pois continuo a acreditar que vai acabar por ser banido da política pelo sistema judicial no máximo dentro de um mês, tem a sua carreira política totalmente comprometida pois nunca mais conseguirá ser o Primeiro-ministro de "todos os tailandeses" e, como já de algum modo agora acontece, não terá a possibilidade de pôr o pé fora de Bangkok. Recorde-se que Abhisit vive há dois meses no Regimento de Infantaria 11 e a sua família encontra-se escondida em parte incerta.
O facto de ter deixado esta crise arrastar-se até ao ponto caótico onde chegou só lhe trouxe inimizades mesmo dentro do seu Partido sendo o caso mais importante o de Chuan Leekpai.
Ainda me lembro de sempre pensar, e tal ter aqui escrito, ser Abhisit o único político capaz de, neste momento, encontrar uma terceira via fora do contexto em que vem vivendo, há muitos anos, a política tailandesa. Capital que desperdiçou.
Aquilo que se pode considerar o centro de Bangkok é agora uma zona interdita uma zona onde existem combates, por vezes violentos, incêndios e onde o que reina não é a lei, não é a ordem mas o caos na sua expressão mais elevada.
1 comentário:
Que triste... pls be safe! xxxx
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