segunda-feira, 3 de maio de 2010

Chulalongkorn Hospital

Há dois dias falei da deplorável invasão do hospital Chulalongkorn pelos vermelhos e da história que estava por detrás da acção. O receio que os vermelhos tinham de que o hospital estivesse a ser utilizado para infiltrar soldados para atacar o acampamento deles.

Qualquer hospital, mesmo em tempo de guerra, é terreno neutro e este ainda por cima é gerido pela Cruz Vermelha Internacional o que acrescenta algo a essa qualificação.

O acto dos vermelhos excedeu todas as regras de boa conduta pois o que lhes tinha sido autorizado era procederem a uma busca por certo sem perturbar o funcionamento dos serviços e muito menos os doentes ou causar algum pânico entre os presentes. Tudo errado e acabaram por receber a devida condenação pela acção selvagem.

O Governo e as forças aliadas, imprensa e alguns grupos de pressão, utilizaram o acontecimento para ampliar o que aconteceu e ganharem os dividendos emocionais e políticos daquela acção.

Vieram agora a público, em jornais de língua tailandesa, imagens que provam ter havido, não se sabe quando, dentro do hospital, soldados armado e preparados para a acção. Não me parece que estejam em posição de defender o estabelecimento e os doentes. Também condenável.

Note-se que um dos soldados usa sapatilhas cor-de-rosa, as mesmas que são usadas pelos doentes de Chula. Os outros estão á entrada da Emergência.

A mediatização actual acaba por fazer que quase nada passe despercebido a pelo menos um câmara indiscreta.

Mas a história, infelizmente, não acaba aqui.

Na Terça-feira, portanto dois dias antes da invasão, o director do Hospital já tinha decidido, e posto em prática, a evacuação dos doentes de um dos dois edifícios que fazem parte do complexo.

Na noite seguinte, uma parte do batalhão de soldados aquartelados em Suriwongse, na parte oeste do Hospital, num número calculado em cerca de 400, entraram nos terrenos do hospital por Rama IV, acompanhados por alguns civis com camisas azuis (os famosos homens de Nevin?), enquanto no passeio oposto um pequeno grupo de amarelos distraia os vermelhos gritando abusos contra eles enquanto acenavam com bandeiras do Rei.

Mais tarde os soldados foram descobertos pelos vermelhos, e retiraram para Silom, atravessando a rua e disparando 12 rajadas de metralhadora para o ar. Entretanto não havia luz nos edifícios do Hospital.

Os vermelhos requeram investigar o local com medo de que houvesse mais soldados o que foi autorizado pelo Director e acordado com a liderança da UDD.

Só que aí tudo correu mal.

A vermelhada actuou como uma turba desordenada e violenta e a direcção do Hospital enganou a liderança da UDD pois deu entrada á multidão vermelha para o edifício que estava com doentes e não para o outro que já estava evacuado e que era o alvo da pesquiza.

Depois seguiu-se toda a produção mediática mostrando o Supremo Patriarca a ser transportado e alguns doentes entubados a passearem pelos jardins do Hospital. Que seja conhecido nenhum hospital transporta os seus doentes de e para ambulâncias através dos jardins das suas instalações. As entradas das urgências estão preparadas para isso.

Parece claro que houve uma grossa violação pelos vermelhos das regras de conduta e abusiva dos direitos humanos e que houve por parte da direcção hospitalar um verdadeiro plano, extrememente bem organizado, para provocar e explorar toda a situação.

Triste usarem-se pessoas que necessitam de atenção e cuidados, mais do que quaisquer outras, para fins políticos sejam eles quais forem.

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