domingo, 2 de maio de 2010

Ordens são para Cumprir?




Ontem às 12.00 o CRES ordenou à polícia que desalojasse os vermelhos da intersecção de Rama IV de modo a que fosse possível haver acesso ao Hospital Chulalongkorn. A mensagem era muito clara e dizia que se não conseguissem pressuadir a UDD a retroceder cerca de 150/200 metros até à intersecção de Sarasin, no canto noroeste do parque Lumpini, a força deveria ser usada.

Enfim os vermelhos teriam de sair a qualquer preço e o Vice Suthep ainda fez notar que se a acção falhasse tomaria acção contra a polícia e os agentes "culpados" poderiam procurar outro trabalho (sic).

Como sempre tem acontecido, nada aconteceu, ou seja a ordem não foi acatada e os vermelhos acabaram por, em vez de retirar os tais 150/200 metros, abrir um corredor, por entre a barricada, para que houvesse acesso ao hospital. Ainda se deram ao luxo de avisar que o tinham feito depois de Thaksin ter telefonado para dizer que o deveriam fazer.

Ou seja mais uma vez a actuação da polícia é feita de acordo com o que esta força quer e não como lhe é ordenado, ou talvez esteja enganado pois uma coisa é o que o CRES emite através das notas à imprensa, e de todos conhecidos, e outra serão as ordens que os superiores da polícia transmitem aos seus homens no terreno.

Quer a polícia quer os militares continuam a fazer só aquilo que entendem dever fazer e raramente as ordens que recebem são cumpridas exactamente como emitidas.

Entretanto o governo num conselho extraordinário, hoje realizado, onde se poderia esperar alguma decisão importante, até este momento não anunciada, atribuíu um orçamento extraordinário para a Polícia no valor de 245 milhões de bath (5,7 milhões de euros). Por certo um prémio pelo bom comportamento.

As fotografias acima mostram o novo visual da intersecção junto ao hospital de Chulalongkorn, onde agora parece que a polícia está a guardar os manifestantes.

A constante reinterpretação dos comandos está sempre presente nesta campanha que deveria ter como objectivo desalojar os vermelhos. A imagem do PM acaba fortemente desgastada quer interna quer internacionalmente com esta sequência de não cumprimentos das ordens emitidas.

Sem comentários: