segunda-feira, 12 de abril de 2010

A Reunião com o Corpo Diplomático

A reunião de hoje foi uma perca de tempo, lamento dizê-lo.

O reafirmar de teorias gastas e o reconhecimento de que o Governo não tem nenhum plano.

Os protagonistas foram o Dr Panittan, e o Coronel Samsern. A apresentação foi feita pelo Permanent Secretary do Ministério dos Negócios Estrangeiros e depois cada um falou.

Primeiro Panittan e dele pode resumir-se o seguinte: Começou por lamentar as perdas de vida para a seguir afirmar que os militares seguiram a 100% as instruções que tinham e não dispararam uma bala e portanto todos os mortos, que actualmente são no número de 21 mas por certo irão subir, foram todos por acção dos vermelhos, mesmo os seus apaniguados que estariam, pasme-se, misturado com os militares quando os vermelhos dispararam!! Não estou a inventar. O Dr Panittan disse isso exactamente, e ele expressa-se em bom inglês.

Depois afirmou, uma grande verdade: que a liderança da UDD está separada e que cada líder é independente e toma decisões para o seu grupo. O Governo tem linhas de comunicação com todas as linhas mas mesmo assim é difícil o diálogo.

Disse ainda mais que o governo está disposto a falar para encontrar uma solução mas com todos os grupos, não só os vermelhos. Contudo em relação a estes disse haver uma condição que não há diálogo: a questão relacionada com a estação de televisão PTV que consideram uma questão de segurança de estado visto esta estação distorcer a verdade, segundo o governo.

Depois entrou num campo complicado pois acusou os países, apontando o dedo a "alguns entre os presentes" (estavam cerca de 80 embaixadores e representantes) que estariam a "ajudar" que essa estação pudesse ser usada contra os interesses do estado. Referiu-se depois que tinha dados de visitas ao lider que estava fora do país (referia-se por certo a Thaksin) quando tudo era planeado e depois executado e transmitido pela PTV. Foi mais além nas palavras pouco correctas em relação aos convidados o que levou dois embaixadores, um deles de uma grande potência, a abandonar abruptamente a sala. A arrogãncia e a falta de educação, não consigo ter melhor palavra para usar, foram evidentes e era o tema da conversa posteriormente.

Falou ainda de que o governo espera que com o Songkran as pessoas regressem á terra de onde vieram, se bem que a maioria é de Bangkok, o que possibilitará uma acção mais eficaz das forças da ordem, e nesse momento pediu ao Coronel Samsern que detalhasse. Houve um Embaixador que perguntou se isso seria uma nova carga (crackdown foi o termo usado) sobre os vermelhos mas mais uma vez a resposta foi de que tudo será feito de acordo com os príncipios determinados pelo Governo.

Outro aspecto importante foi a indicação de que tinha sido criada uma comissão para averiguar as causas das mortes, comissão essa que será presidida pela Polícia. Se for como as que tem investigado as bombas em Bangkok não vamos saber nada. O Embaixador do Japão, que se apresentava de gravata preta, solicitou acesso, o que foi negado, e que devolvessem à família do jornalista morto, que hoje chega a Bangkok, todos os seus haveres pessoais, incluíndo a sua câmara e gravador de vídeo.

Já o Coronel foi mais explicito dizendo que o país vive um momento complicado desde Abril do ano passado branqueando as acções do PAD. Quando um Embaixador lhe perguntou se o facto de os ocupantes do aeroporto e os manifestantes de Pattaya não terem sido acusados de nada não seria um incentivo para que os actuais não cumpram a lei, fez uma grande disertação sobre a forma como a UDD, actualmente viola a lei e apagou tudo o resto. Memórias curtas.

Depois detalhou todo o procedimento militar e falou longamente da questão da retirada da Thaicom dizendo que tinha sido uma retirada estratégica pois sabiam que a UDD se daria por contente com a abertura do sinal da estação e depois voltariam a Bangkok e assim a tropa podia mandar cortar o sinal outra vez. Também perguntado sobre o acordo que teria havido com a UDD de abrir o sinal e se a sua violação não seria uma questão importante por minar a confiança entre as partes, passou a palavra a Panittan que referiu que as partes não têm confiança entre si! Outra vez o espanto na paltei apois antes tinha dito estar o governo aberto ao diálogo,

Quando foi inquirido sobre o "road map", palavra usada por Abhisit, para a solução crise Panittan disse não haver própriamente um road map, mas sim três pontos focados pelo PM. A recuperação económica, mas essa estava em curso (!), a alteração da Cosntituição, assunto sempre de desacordo entre todos os partidos políticos, e o regresso à normalidade, o que se afigura pouco cedível vir a acontecer.

Conclusão a maioria dos presentes saiu de lá com a convicção de que não há um claro plano para a solução e que estará na calha uma nova acção militar contra os manifestates.

Entretanto realidades da situação. Os vermelhos ocupam agora áreas ainda maiores do que aquelas que ocupavam (de Rajaprasong até Silom), instalaram-se em Phan Fa com geradores, depósitos de água e outros bens necessários e parecem estar dispostos a por alí ficar.

Os avisos aos turistas são de não viajar para Bangkok e alguns para o país, Algumas companhias de aviação já cancelaram os seus vôos para a capital, os chineses tinham cancelado até ontem, portanto antes do que aconteceu, 100 vôos charter, etc, etc.

Onde está a solução?

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