Os desenvolvimentos das últimas horas estão faer a aumentar a tensão em Bangkok.
Desde o sangrento dia 10 de Abril que o governo vem arquitectando uma teoria de que no meio dos manifestantes havia terroristas e que foram estes os responsáveis pelas mortes que ocorreram ou pelo menos pelo escalar dos incidentes pois há três dias o Coronel Sansern admitiu que as tropas utilisaram armas de fogo e dispararam sobre os manifestantes para se defenderem desses terroristas.
Hoje o governo avançou no seu plano e fez cercar um hotel na capital para apanhar os terroristas e alguns líderes da UDD, mas isso foi dito de tal forma que ficou na ideia de que os terroristas eram aqueles. O facto é que a operação acabou em fracasso mas com o caricato de um dos líderes da UDD ter saído do hotel por uma corda, alertado antes pela polícia. A questão dos melancias, verdes por fora mas vermelhos por dentro, é um dos problemas complicado com que o governo se debate, e hoje foi claro. Havia já no hotel agentes á paisana preparados para a acção de captura quando a polícia fez um tal aparato a chegar, para que se percebesse bem que isso estava a acontecer, que Arissaman, saíu do hotel pelos meios que pode e safou-se.
Contudo a questão dos "terroristas" não passa de um plano que agora salta mais à vista.
Porque é que o governo nunca apelidou de terroristas aqueles que já mataram mais de 4.000 pessoas no Sul do país? Porque é que agora, e depois dos fracassos que têm sido as operações de caça aos vermelhos, se prentende falar em terrorismo?
No passado Domingo o governo chamou toda a comunidade internacional. Estiveram cerca de 80 países presentes e assistiram ao anúncio dos bons intentos do governo em encontrar os culpados pelos acontecimentos da noite anterior.
A nomeação de uma comissão independente, a afiração do PM de não culpabilização de ninguém enquanto nada se soubesse foram elementos que se recolheram no rescaldo do dia 10. Passados 5 dias, e sem que essa comissão tivesse começado sequer a funcionar, o governo deciduiu atribuir a investigação ao DSI - Department of Special Investigation, da polícia subvertendo a sua própria decisão. A tal comissão independente, que a comunidade internacional aplaudiu não funcionou mas o governo não se esqueceu de, ele mesmo, sem conclusões nenhumas, afirmar de que havia terroristas no seio da UDD.
Criou-se assim um clima de medo e um clima também da necessidade de o estado actuar para a salvaguarda dos cidadãos que poderiam ser atacados pelos tais terroristas.
Entretanto hoje fez-se a tal operação falhada e o PM acaba de ir à televisão, ele que não falava á 4 dias por motivos de segurança (!), segundo afirmou Panittan, para atribuir ao General Anupong a responsabilidade de comandar o Centro de Operações para a Resolução do Estado de Emergência (CRES - o sucessor do CAPO). Anupong ficou com a batata quente na mão, bem com o seu desagrado e convocou para Segunda-feira á 1 da tarde uma reunião com todos, repito, todos os militares do cargo de Major General para cima.
Abhisit, ou mais apropriadamente os seu círculo próximo, cria medos para avançar com acções mas esquece-se que elas são executadas ou pela polícia ou pelos militares que apesar das baixas e humilhações sofridas até ao momento, continuam a ter uma disciplina e uma forma de actuar próprias.
Os próximos dias prometem.
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