sábado, 20 de março de 2010

Caravana

A UDD já iniciou a esta hora, que inicio este escrito, uma caravana que irá percorrer toda a cidade de Bangkok durante cerca de 9 horas segundo o plano que ontem anunciaram. Prudente e avisadamente anunciaram que a caravana iria evitar todas as zonas consideradas sensíveis.

Ás 8.30 começou a organização, a acreditação da imprensa e todos os preparativos para que a marcha arrancasse pelas 10 da manhã. Pelo que se soube ontem será como que um corso a desfilar pela cidade toda numa jornada de propaganda do movimento.

Entretanto o governo ainda não respondeu à declaração aa UDD de estar pronta para se sentar à mesa de negociações tendo o PM Abhisit tentando desviar a atenção tentando pôr outra vez a conversa ao nível Governo-Thaksin, inquirindo sobre qual o papel do fugitivo no movimento. Este entretanto, e numa bofetada de luva branca (caso raro em Thaksin), mas muito devida à forma pouco cuidada como o governo actua, regressou ao Dubai. No início da semana o Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros tinha afirmado que os Emiratos tinham expulso Thaksin e que tinha recebido essa informação do encarregado da Missão em Bangkok. Falhou e perdeu a face.

A liderança da UDD entretanto perguntou porque é que era tão difícil a Abhisit dissolver o Paralamento e convocar eleições lembrando ao PM as suas palavras recentes de que o Partido Democrata obteria nas próximas eleições mais de metade dos votos e Deputados.

Um facto novo e de relevo foi o apoio recebido pela Federação dos Estudantes Tailandeses que emitiu um comunicado onde se manifesta solidária com o movimento e destaca a postura não violenta do mesmo.

Assim se espera que a jornada de hoje continue, não violenta, organizada e que os residentes de Bangkok possam também ver ou não ver, aderir ou não, mas de uma forma pacifica e respeitadora.

Ás 3.10 da tarde a Televisão anunciava que o última comitiva estava prestes a sair de Phan Fa, onde se ncontra o centro das actividades da UDD, enquanto a primeira acabava de chegar. Aquilo que o Bangkok Post anuncia como a onda vermelha vai continuar ao longo do dia pela cidade.

Pude testemunhar a passagem da caravana por uma da zona próxima de onde moro e tudo decorreu com grande civilidade e mesmo sem grandes transtornos para o trânsito. Os manifestantes passaram buzinando, agitando bandeiras e lembrando os seus slogans, os transeuntes, uns manifestavam-se em apoio, acenando aos manifestantes, outros passavam indiferentes mas não se viu ninguém a lançar qualquer tipo de desagravo para a caravana o que evita qualquer mal entendido.

Interessante foi ouvir uma velha senhora vendedora ambulante de panquecas, dizento isto é só de gente que come demais e não tem nada para fazer, mas isto tudo num conversa só com as suas panquecas.

Ao contrário do que alguns eruditos (?) pensam não são só os pobres que apoiam os vermelhos. Uma ex dama de compahia da Rainha, Thanphuniying Viryia, falou na passada Quarta-feira no palco montado em Phan Fa sem esconder a sua origem. Também não são só os ricos que apoiam os amarelos. As pessoas, aquelas que vivem e lutam pelo dia a dia, sabem bem a quem querem e a grande riqueza delas é poderem manifestar-se com independência e liberdade.

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