quinta-feira, 4 de setembro de 2008

A impervisibilidade


Inquietantes momentos os de agora.

Ontem Bangkok era a calma, a esperança no encontrar de uma solução. Esta manhã a incerteza.

O Ministro dos Negócios Estrangeiros, um homem com fortes ligações ao Palácio, e o único não pertencente a nenhum Partido, demitiu-se ontem à tarde aparentemente depois de ter recebido uma chamada telefónica que a tal o "aconselhou".

O PM foi mandado comparecer perante o Rei e falará esta manhã pelas 7.30 ao país. Especula-se que será para anunciar a sua demissão.

A Universidade Católica Assumption, realizou uma sondagem sobre o Estado de Emergência e o resultado não poderia deixar mais dúvidas sobre a divisão no país: 50,2% a favor e 49,8% contra.
Entretanto o UDD/DAAD anunciou que irá atacar a sede do Partido Democrata, o único na Oposição e que nunca condenou o PAD e inclusive o seu líder já visitou os manifestantes da Government House por duas vezes.

Os lideres do PAD solicitaram aos seus apoiantes que se prepararem para o melhor ou para o pior e pediram às pessoas das províncias que venham para Bangkok.

Estudantes de várias Universidades anunciaram que se irão manifestar, lembre-se que tal é ilegal durante o Estado de Emergência, em favor do PAD em Siam Square, mesmo no coração da cidade.

O debate no Parlamento que ontem tinha sido solicitado pelo seu Presidente, parece que não irá para a frente e o debate sobre o orçamento, que estava agendado para ontem foi adiado.

A imprensa internacional fala de anarquia, dos perigos para a Democracia aqui e aqui, do isolamento de Samak, da sua falta de opções, da descreça da comunidade internacional sobre os métodos não democráticos.

Um dos lideres do PAD falam da possibilidade de se suspender a Constituição para dar lugar a um não Deputado poder ser Primeiro Ministro, em oposição ao que outro dos lideres disse ainda ontem mesmo.

Advinha-se um dia confuso na capital com desenvolvimentos importantes e a mais que provável demissão de Samak, mas a imprevisibilidade dos comportamentos dos tailandeses, já torna impossível prever o que quer que seja.

Assim o melhor é esperar e confiar, como acontece em 99% das vezes que tudo se desenvolva de forma pacífica.

A total devoção, obediência ao Rei é um dos trunfos que esta frágil Democracia tem para além do Budismo que obsta a que muitos comportamentos mais violentos aconteçam. A História também sempre mostrou que no Sião/Tailândia a diplomacia e a cultura são mais fortes do que as armas.

Só mais tarde poderei relatar de novo, devido a compromissos toda a manhã, mas como sempre estarei atentos e tentando ler nas milhares de entrelinhas, o que vai acontecendo.

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