Depois dos acontecimentos sangrentos da noite anterior e da declaração do Estado de Emergência, Bangkok passou uma noite calma onde parece que todos estão conscientes da necessidade de encontrar uma solução negociada e pacífica para sair, pelo menos temporariamente, do presente impasse em que nos encontramos.
O General Anupong Poachinda, mostrou grande serenidade na aproximação, afirmando que os militares não tomam parte nesta contenda. "Os soldados estão sempre do lado do povo, mas quando o povo esta dividido em dois os soldados não têm lugar e só podem estar no meio a evitar o confronto. Reafirmou a necessidade de se encontrar uma via negociada e nesse sentido fez os seus apelos.
Do lado do PAD ouviu-se pela primeira vez a hipótese de terminar a ocupação da Government House mediante quatro condições: Demissão de Samak, a promessa de que o Governo não altera a Constituição, a observância da decisão do Tribunal Constitucional sobre o disputado templo de Prasat Kaho Prha Viharn (isso já foi feito), a supressão de todos o mega projectos ( grandes projectos de desenvolvimento que o PAD clama o Governo usa para se subsidiar através de esquemas de corrupção), e, acrescentou Sondhi, como um pedido pessoal não discutido com os sues pares na liderança do PAD, o compromisso em serem levadas a cabo reformas públicas e aumentar a participação popular no processo político.
De qualquer maneira os lideres do PAD recusam-se a negociar sem que a primeira condição esteja aceite ou seja a demissão de Samak.
De igual modo os sindicados da empresas Públicas, que representam 200.000 afiliados, mas onde só 300 se envolveram efectivamente com o PAD, afirmou que a anunciada Greve no sector dos serviços públicos vai para a frente hoje e enviaram uma carta ao Gen. Anupong solicitando a este para tomar o poder. Essa carta vinha acompanhada da ameaça de que a água e electricidade seriam cortadas ao Ministério da Defesa, caso o pedido não fosse aceite. Pode acrescentar-se a esta hora, 2 da tarde em Bangkok, que a anunciada greve está a ser um fiasco e nenhum serviço foi afectado. Só um avião, de Bangkok para Phitsanulok, não descolou porque a tripulação disse não se encontrar em condição para voar.
Chamo a vossa atenção para este link que traduz a calma que se vive na cidade.
O UDD/DAAD reagrupou-se às portas da cidade em Samut Prakan, deste modo não violam a lei do estado de emergência, mas não parecem suficientemente organizados e os militares estão atentos. Entretanto pequenos grupos do PAD vão bloqueando partes da cidade, sem que a Polícia possa intervir de tal modo está manietada.
Grupos de académicos e a Federação da Industria mostraram-se descontentes com a imposição do Estrado de Emergência e solicitaram ao Governo para a retirar ou para o PM resignar como um gesto de boa vontade para o país.
A questão parece agora ser a forma de encontrar uma situação em que todas as partes saiam vitoriosas e em que o PM saia de cena, o PAD também e haja um pequeno espaço de tempo que permita pensar e encontrar soluções mais duradouras.
Como sempre na Ásia é importante não perder a face e isso todos sabem.
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