sexta-feira, 5 de setembro de 2008

104 Dias


Passam hoje 104 dias que o PAD começou os seus protestos, a 25 de Maio, e 11 dias que entrou naquilo que se pode chamar, a ofensiva final, e o que é que o país ganhou?

Divisão, incerteza, insónias, enormes percas, para além de um morto.

Divisão pois a sociedade tailandesa em vez de aproximar as diferenças cada dia as acentua mais. Numa sondagem feita pela Assumption University sobre se o Estado de Emergência resolvia a situação no país o sim teve, 50.2% e o não 49,8%. Ao PAD juntaram-se, do outro lado da barricada, o espelho deles, o UDD/DAAD.

Incerteza pois ninguém é capaz de apresentar uma proposta com sinal positivo para resolver a crise. Para além da teimosia de Samak, ontem o gabinete propôs a realização de um referendo. A Comissão de Eleições vem hoje dizer que isso demorará entre 6 a 7 meses. Como se sabe não há esse tempo todo. Antes disso o Governo vai cair devido à, mais que provável, dissolução do PPP lá para Dezembro ou Janeiro.

Insónias pelas noites sem sono, pelo cansaço que os bankokianos sentem com a situação, pelo stress que se vai acumulando, mesmo entre os manifestantes e contra manifestantes, enfim pela falta de luz e esperança numa solução.

Percas em todos os sectores. A capitalização bolsista na Tailândia já desceu este ano mais de 30 mil milhões de Euros e a Associação das Agências de Viagens afirmou que os cancelamentos até ao final do ano já somam para cima de 25 milhões de Euros.

E um morto e um morto na luta não por acidente. Pode-se dizer que não é nada comparado com o que, infelizmente se passa todos os dias noutras partes do Mundo, mas é sempre um sinal de desconforto, um sinal de que as boas palavras são fracas e as que saem de tantas bocas cheias de ódio são as que prevalecem.

Olhando para Bangkok, cheia de sol como hoje está e com um fim de semana à espreita, apetece dizer que bela cidade, cheia da calma e dos sorrisos, mundialmente reconhecidos, dos seus habitantes.

Porque é que é permitido a um punhado de arregimentados estragarem isso? Prendam-se aqueles que seguram as cordas destas marionetas.

Talvez não seja por acaso que nos dois principais jornais de língua inglesa vinha na primeira página e em grande destaque a mesma fotografia, inserida acima, mas tirada por fotógrafos diferentes. As pessoas estão cansadas.

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