sexta-feira, 30 de abril de 2010

Abhisit e a Polícia


O Bangkok Post titula hoje na primeira página que o PM Abhisit está desagradado com o facto de a Polícia não obedecer ás suas ordens para que a lei e a ordem sejam impostas em Bangkok. O cartoon que também publicam, é um excelente exemplo da liberdade de acção da vermelhada enquanto a um canto o Polícia dorme.

Nesse sentido foram sondados alguns dos comandos da Polícia para passarem a estar representados no CRES e se envolverem nas decisões aí tomadas. Até ao momento nenhuma resposta foi dada.

Há que lembrar que desde Agosto, no momento em que Abhisit demitiu o anterior comandante geral da Polícia, general Patchawarat, irmão do actual Ministro da Defesa, que a instabilidade se instalou dentro da corporação. Por duas vezes o PM tentou nomear o seu candidato e por duas vezes foi derrotado. A luta pelo controlo do posto principal na Polícia foi inclusive referida como uma luta muito mais intensa do que o que aparecia á superfície e levou à demissão do secretário do PM Niphon Prompan, que era tido por ser o emissário de uma das partes.

Abhisit acabou por nomear comandante interino o seu candidato, General Pateep e assim se mantém o comando da Polícia até á data. Toda a cadeia de comando exerce-o interinamente com a consequente dificuldade para fazer impôr as ordens, como se observa. O general Pateep não foi nenhum dos três generais sondados para colaborar no CRES sinal de que Abhisit já lhe terá tirado a confiança.

A inacção das forças da Polícia tem sido uma constante na sua actuação preferindo os "homens de castanho" o diálogo e a não confrontação do que qualquer acção que possa colocar em perigo as suas promoções e carreira. Como há tempos me disse um comandante da Polícia. O importante é contentar o nosso chefe, mas o chefe a que ele se referia não era o topo da pirâmide mas o chefe próximo. E contentar significa que da acção da Polícia não cause nenhum problema, nenhum conflito.

Para agravar esta situação ontem o CRES teve de admitir que o indivíduo que foi apanhado com um saco com 63 granadas na refrega em Viphawady, na quarta-feira, onde morreu um soldado, era um polícia e não um vermelho como rapidamente tinham acusado, e que as granadas tinham vindo de arsenais do exército.

O homem em questão, um sargento da Polícia, nada mais era do que um traficante de armas que vendia cada granada a 1.200 bath (25 euros).

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