quinta-feira, 1 de abril de 2010

O Impasse

Polícias destacados na operação de segurança descansam
Embora ambas as partes falem em mais reuniões o facto é que o impasse está agora totalmente instalado.

Korbsak, um dos negociadores do lado do Governo, falou com os "vermelhos", segundo ele a pedido de Abhisit, para se analisar a possibilidade de retomar negociações, mas acrescentando logo que o governo não baixaria a sua proposta de eleições dentro de 9 meses.

Por outro lado a UDD diz estar aberta a negociar mas continua a bater na tecla dos impossíveis 15 dias e prepara activamente os seus planos para os próximos dias.

Vários movimentos começaram a mostrar a sua face e todos convergem no sentido de que as partes deverão negociar e que a presente situação não interessa ao país.

Quer o governo quer os vermelhos estão em perca, mais estes últimos do que os primeiros até porque não têm a trabalhar para eles a máquina da comunicação social, cada vez mais controlada pelos militares. Um exemplo disso foi a ordem emitida, públicamente denunciada e não contraditada, pelo comando do exército aos canais 3 e 9 da televisão àcerca do conteúdo da informação que deveriam incluir nos noticiários. Ao menos a cara fica visível.

Para o próximo fim de semana a UDD prepara uma nova manifestação em toda a Bangkok e anunciaram que a partir de Segunda-feira irão levar a cabo uma manifestção do mesmo tipo dia sim dia não.

O país está cansado e os custos quer directos ao erário público quer indirectos nos danos causados á economia são visíveis.

Em relação aos custos que o governo está a suportar dia a dia com as forças de segurança eles são gigantescos causando grande mal estar noutros sectores e igualmente lavantando perguntas em todos os cantos como é que é possível o governo ter dezenas de milhares de soldados e polícias envolvidos na segurança à capital e diáriamente haver granadas que são atiradas para edifícios com importância suficiente para estarem a ser vigiados. Para além disso as investigações a esses actos criminosos não conseguiram até ao momento identificar um único suspeito, pelo menos que seja conhecido do público.

Como na grande maioria dos casos nunca se consegue indiciar ninguém por um acto criminoso pois quando as investigações chegam a um ponto onde existe alguém suspeito com "padrinhos" a investigação desvia-se ou termina. Este um dos grandes problemas de todas as investigações no país como, por exemplo, o famigerado caso Santika, onde embora o próprio Ministério da Justiça tenha levantado graves suspeitas sobre um comandante da polícia, pretensamente o proprietário do clube. Como se sabe ainda nada aconteceu e por certo serão um dia condenados os empregados ou o arrumador de carros que é legalmente o gerente.

No entretanto o Camboja aproveita para entrar na campanha de desinformação e ontem um dos mais lidos jornais no país dizia que a Tailândia tinha reduzido os efectivos militares na fronteira em 50% para fazer frente aos problemas na capital. Isto vem na sequência do anúncio feito há duas semanas pelo comandante das forças cambojanas sitiadas na zona do templo de Phrae Viharn de que recentemente tinham morto 88 soldados tailandeses por invasão do território do país. Tal foi hoje, e só hoje, negado pelo exército tailandês.

Com as dificuldades que o país sente em todas as fronteiras, especialmente com a Birmânia e com o Camboja e com a situação no Sul onde estão estacionadas 120.000 elementos das várias forças de segurança, a questão da segurança nacional começa a ser posta em causa e comentada nos corredores militares como ontem mesmo pude constatar numa alargada reunião no Comando Supremo das Forças Armadas onde estive presente.

Um mediador, independente, respeitado e sem cor necessita-se urgentemente, só que não consigo lembrar-me de nenhum nome e também os tailandeses com quem contacto não.

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