sexta-feira, 2 de abril de 2010

A Fuga e a "Caça"


Desde que o presente governo tomou posse que uma das tarefas levadas a cabo pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros tem sido seguir os movimentos de Thaksin Shinawatra.

Há não muito tempo foi criado um novo posto, o de Secretario de Estados dos Negócios Estrangeiros e o detentor do cargo está encarregado daquela tarefa.

Seguir os passos dele, municiar a comunicação com esses elementos e anunciar que vai ser pedido a extradição do fugitivo são tarefas diárias no MNE tailandês.

Isso é parte da máquina de informação em que se viu transformado. Actualmente o ministério envia às missões diplomáticas noticias diárias sobre as acções do governo na presente crise, como se deve calcular, sem nenhuma isenção.

Vem isto tudo a propósito da estadia de Thaksin na Suécia.

No passado fim de semana o ex PM esteve em Estocolmo, onde é visita regular para se encontrar com o seu amigo e ex PM sueco, Goran Persson.

A sua estadia no pais logo levantou grandes discussões na comunicação social e muitas perguntas se o senhor poderia ou não viajar na Europa.

Acontece que contrariamente ao que se quer fazer acreditar, Thaksin pode viajar para a maioria dos países europeus visto não constar o nome dele em nenhuma lista negra da Interpol nem haver pendente nenhum pedido de extradição sobre o dito.

Explique-se: Thaksin só não pode entrar na Alemanha visto ter violado a lei alemã ao ter obtido residência no pais em 2009 através de documentos não válidos. Tal foi descoberto, o senhor expulso e declarado personna non grata, o que lhe não permite entrar, legalmente, no pais, a não ser que tal seja revogado.

Visto não constar de nenhuma “lista negra” nem haver nenhum pedido de extradição por parte da Tailândia, enquanto as autoridades de imigração de um pais o entenderem ele pode circular livremente.

E não existe nenhum pedido de extradição pelo simples facto de que tal é totalmente impossível ao contrario daquilo que o MNE tailandês quer dar a entender.

Thaksin está condenado por “conflito de interesses”, o que não é crime visto não estar descrito em nenhum código criminal (aqui na Tailândia chama-se criminal e não penal). Mesmo a condenação do passado dia 26 de Fevereiro não é de um caso criminal mas tão somente civil e ainda não transitou em julgado. Thaksin apelou da decisão e esse apelo virá, primeiro a ser admitido ou não, e se admitido o Tribunal elaborará sobre o mérito do apelo e decidirá. Só nessa altura, e se o tribunal confirmar a sentença de Fevereiro é que haverá condenação mas mesmo assim como disse ainda não se trata de uma condenação criminal e portanto não será possível avançar com nenhum pedido de extradição a não ser que as autoridades tailandesas entendam sujeitar-se á chacota internacional de verem liminarmente rejeitados os seus “pedidos”.

Voltando ao caso da recente passagem de Thaksin pela Suécia, mais uma vez o MNE acaba prestando um mau serviço á diplomacia ao anunciar que Thaksin deixou o pais porque as autoridades suecas isso solicitaram.

Veio agora o esclarecimento de Estocolmo, os suecos são melhores diplomatas e não quiseram chamar desmentido, onde as autoridades suecas afirmam que não contactaram Thaksin durante a sua estadia no pais e que ele é livre de entrar no pais.

Thaksin tem tanto com que ser acusado de praticas criminais, basta ler o que Michael Konnors ou a Human Rights Watch escrevem para isso entender, que não se compreende que após quase quatro anos de o “homem” ter sido apeado do poleiro ainda não tenha sido possível fazer mais nada do que criar factos quase que artificiais á volta dos seus crimes, que os.

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