segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Rak Chiang Mai 51

E ainda por cima são poucos

Há vários meses formou-se em Chiang Mai um grupo, afiliado com os vermelhos, e liderado por Phetchawat Wattanapongsirikul, candidato às eleições intercalares de Janeiro pelo Puea Thai em Lamphun.

Este grupo, cujo nome significa os 51 que amam Chaiang Mai, tinha tido uma postura bastante equilibrada enquanto clamavam contra as actividades do PAD a quem eles apelidavam, e com razão, desordeiros não cumpridores da lei e da ordem.

Assim que os Democratas tomaram conta do poder, com o apoio das forças que também apoiavam o PAD, envolveram-se numa senda de actos negativos, verdadeira oposição aos próprios príncipios que advogavam anteriormente.

Não espanta assim que Phetchawat tenha perdido as eleições em Janeiro, num local tradicionalmente dominado pelos "vermelhos" pois uma coisa estes grupos podem estar certos, embora o PAD diga o contrário, o povo não é nem estúpido nem cego e quando vota sabe muito bem votar naqueles que lhes trazem paz e prosperidade.

Desde que negou os príncipios porque se batia, o dito 51 já fez as seguintes "brincadeiras" como se donos de Chiang Mai fossem.

Primeiro romperam dentro de uma reunião de alunos na Universidade de Chiang Mai porque não concordavam com o tema em debate. Depois cada Ministro do actual Governo que vai ou foi a Chiang Mai é recebido à pedrada, com ovos e impropérios. Cercaram a estação de Televisão TPBS e exigiram que o seu Director em directo pedisse desculpas de ter afirmado que os activistas dos "vermelhos" eram pagos para participar nas manifestações. O pai de Terdsak Jiamkitwattana, um dos lideres do PAD foi morto numa confrontação com este grupo no norte de Chiang Mai. Na última semana impediram a realização do Gay Pride de Chiang Mai e obrigaram, à força, os organizadores a desmontarem o palco que para isso tinham preparado. Para terminar a semana em cheio envolveram-se em forte pancadaria com a UDD (reclamando esta serem os "vermelhos" genuínos) donde resultaram alguns feridos, mas quando é entre irmão desculpa-se sempre.

Tal como Somkiat é um Deputado Democrata e lider do PAD Phetchawat era um candidato a Deputado pelo Puea Thai e este tipo de envolvimento dos políticos com organizações que se põem elas mesmo à margem da lei em nada beneficia o país nem a credibilidade dos políticos.

Estes acontecimentos vêm no momento em que a UDD prepara movimentações em massa (veremos! Continuo céptico acerca das capacidades financeiras e organizativas do movimento), para a partir de amanhã avançar para Government House e "atacar" durante a cimeira da ASEAN que se realiza em Cha-am a partir de Sexta dia 27, curiosamente um ano exactamente após o regresso de Thaksin ao país.

Desta vez, sem surpresas, os militares decidiram estar do lado do governo e a zona onde se encontra os ministérios e governo vai ficar sob vigilância militar e não da polícia como sempre aconteceu durante os governos do PPP. Nessa altura os militares sistemáticamente recusaram-se a cumprir as ordens do governo mesmo no caso mais gritante das ocupações violentas e ilegais dos aeroportos..

Existe contudo um problema que se o governo não resolve vira-se contra si próprio.

Enquanto os instâncias judiciarias e policiais não actuarem e prenderem os 21 lideres do PAD que têm neste momento mandados de captura todos os outros agrupamentos se sentem "legitimados" a seguir as pisadas deles. O país sofreu prejuízos incalculaveis com as acções levadas a cabo pelo PAD e continuam completamente impunes todos aqueles que as cometeram, e não é necessário solicitar mais provas de tão evidentes que elas são. Inclusivé a tão falada lèse-majesté. O guarda do PAD que foi fotografado por toda a comunicação social empunhando uma pistola numa mão e o retrato do Rei na outra atirando contra os taxistas em Viphawadi deveria ser incriminado sob essa lei visto ser esta atitude uma verdadeira ofensa ao monarca.

É a segunda vez que existem mandados de captura contra os lideres do PAD mas não são executados por questões técnicas alegam uns e outros.

Quando a justiça não funciona abre a porta para a prática legitimada da sua própria violação.

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