quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Próximos Passos

Chaowarat o PM interino. Um homem para poucos dias

Decorem intensas negociações entre os vários quadrantes políticos envolvidos, Partidos da coligação, Partido da oposição e militares no sentido de se encontrar uma solução que não seja nem um golpe de estado Constitucional com a suspensão (abolição) da Constituição e a nomeação de um governo de iniciativa real, nem a intervenção dos militares nomeando eles um governo, nem o regresso do PAD às ruas de Bangkok.

Parece haver um consenso de que o novo PM tem de ser uma personalidade que não traga o PAD de volta imediatamente. Todos querem calma no país de forma que uma tréguas no caos instalado possam dar alguma capacidade de os vários actores encontrarem uma forma de civilizada de convivência.

O PAD anunciou que se oporá a qualquer retorno ao que eles entendam como o continuar das políticas de Thaksin e é conhecido o último aviso de que bloqueariam Bangkok por completo, tornando inoperativos as principais 50 intersecções viárias na cidade, uma acção que poderia ser ainda mais danoso do que o fecho dos aeroportos.

A maioria dos Deputados do PPP passaram-se para p novo PTP mas uma das facções que controla cerca de 60 Deputados já afirmou estar a estudar todas as hipóteses sobre a mesa.

Muitas consultas, muitas negociações estão neste momento em curso e pode ser que saia uma solução que permita, não resolver a crise no país, mas encontrar um espaço e um tempo em que seja possível respirar.

A solução para a crise é mais difícil de encontrar do que uma agulha, e fina, num palheiro, e grande. A divisão existente na sociedade tailandesa é fracturaste, não ao ponto da haver uma guerra civil, isso está totalmente fora de questão, mas a aproximação de dois modelos de sociedade tão distantes como os existentes é um trabalho para ser levado a cabo por novas gerações já que esta não é de tal capaz.

Com um agradecimento, muito fraternal, ao Miguel Castelo Branco pelos seus cumprimentos ao tenho escrito, penso que nesse texto as pessoas podem, também, encontrar matéria interessante para perceberem os desafios que se colocam à sociedade tailandesa para encontrar uma saída de tão profunda crise.

1 comentário:

Nuno Castelo-Branco disse...

O que seria fantástico era a atitude dos europeus e americanos deixarem de se meter onde não são chamados, até porque a Europa tem telhados de vidro. vejam o caso vergonhoso da Irlanda, que será obrigada a a ir a referendos, até "dizer sim".
Vivi apenas seis meses na Tailândia e não tendo amigos ricos por aí, sempre escutei uma opinião unânime. Já nos tempos de Barnharn Silpaarcha (era assim o nome?), a egnte da rua apenas confiava em Rama IX. Quanto aos políticos, enfim, são como em todo o lado. Recordo-me da grande inindação do vale do Mae Nam e do desespero dos "génios" do governo, que ao fim de uma semana ainda tinham dezenas de milhar de pessoas empoleiradas nos telhados. Como Rama IX conhece muito bem o país, pediu autorização para it à TV e disse exactamente o que devia a tropa fazer. Nem foi preciso recorrer apenas aos militares, porque milhares de populares abriram canais de escoamento das águas e a situação resolveu-se em pouquíssimo tempo. Isto é verdade, eu estava aí e vi! Esta história parece um pouco "maoísta", mas é apenas um episódio evocativo da mentalidade oriental, que às vezes bem podia enraizar-se entre nós, acompanhando as lacas, charões, porcelanas e sedas.