quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Crise Económica e a Tailandia


A recente evolução da crise com o pedido de protecção da Lehman Brothers e da falta de liquidez da AIG que levou à intervenção salvadora do Federal Reserve em aprovar um empréstimo de emergência de 85 mil milhões de dólares capaz de obviar a entrada em processo de incumprimento por parte do maior grupo segurador Americano, também teve as suas reprecussões no mercado tailandês.

No caso Lehman há três bancos afectados num total de cerca de 1.000 milhões de euros, o Bangkok Bank, o maior banco comercial do país, o Bank of Ayudhya e o Krung Thai Bank, que tinham operações com o Lehman. Contudo nem as direcções dos Bancos se mostram muito preocupadas nem o Bank of Thailand. Ambos se mostraram convictos de que a exposição e as percas serão correctamente absorvidas pelas instituições sem medidas necessárias de intervenção central. Outro risco associado com o Lehman é a sua posição como um grande proprietário de imóveis em Bangkok que se postos á venda, a saldo, pode vir a criar alguma perturbação no sector.

Por outro lado a subsidiária do AIG, a AIA é a maior seguradora vida no país mas também já veio a público esclarecer a sua posição no contexto do grupo e afirmar que as reservas de 271 mil milhões de bath cerca de 5 mil milhões de Euros são suficientes para fazer face às responsabilidades em carteira que atingem o valor de 7,5 mil milhões de Euros. acrescentam, de uma forma infantil e jocosa como sempre acontece, que nada podem fazer pela casa mãe visto serem só 1,0036% do total. O Regulador veio também a solicitar calma e sabedoria aos segurados reafirmado a solidez das reservas da AIA e que estas estavam separadas da da casa mãe.

Um dos Bancos a operar no mercado do crédito imobiliário o Land &House Bank, apresentou hoje os seus resultados que são bastantes positivos na ordem dos 150 milhões de Euros.

O pior do mercado na Tailândia tem sido a bolsa de onde os investidores institucionais estrangeiros já retiraram este ano mais de 3 mil milhões de Euros, fazendo cair a capitalização do Bolsa de Bangkok quase um terço.

Apesar disso o forte comportamento das exportações, como ontem referi, mantém viva a economia do país. Convém explicar que a Tailândia é um país bastante semelhante a Portugal visto a sua economia depender essencialmente nas exportações. Os recursos naturais não são abundantes. Há algum petróleo e gás natural no Golfo da Tailândia mas a balança energética é fortemente negativa. O grande contributo da terra e da industria são as grandes riquezas deste país. Deste modo quando as exportações se comportam bem, sejam de produtos agrícolas sejam de produtos industriais, a economia vai sempre crescendo e aguentando impactos negativos de uma forma melhor.

O SET, índex da Bolsa de Bangkok perdeu ontem 4,3% em consonância com as outras praças asiáticas estando a ficar perto do uma barreira psicológica que são os 600 pontos. Actualmente encontra-se a 604, 43 descendo perigosamente para essa meta psicológica.

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