terça-feira, 14 de abril de 2009

Um Novo Dia


Após alguns dias de violência que deixaram dois mortos (as forças vermelhas reclamam mais), 50 pessoas hospitalizadas e outras cerca de 50 com escoriações menores os manifestantes, apoiantes do ex PM Thaksin, decidiram dispersar a abrir caminho para que a calma voltasse a Bangkok.

Dois lideres do movimento entregaram-se às autoridades (um diferença a salientar face aos amarelos), e solicitaram apoio para que as forças militares abrissem cordões e fornecessem os meios para que os manifestantes pudessem regressar de onde vieram.

Como referi no artigo anterior é tempo agora de iniciar o processo de reconciliação nacional. Saúda-se o facto de por parte do Governo não se ter cantado vitória. A única declaração veio do MNE mas esta foi dirigida á comunidade estrangeira explicando que nunca os seus elementos estiveram em causa e garantindo que o governo tudo continuará a fazer para tratar a crise política de forma a defender a segurança de todos.

É importante aproveitar o momento para solidificar a trégua e tentar avançar calma mas seguramente para uma solução que permita o país entrar numa via de respeito pela ordem e pela lei.

Compete agora ao Governo e a Abhisit essa tarefa que será difícil requerendo enorme capacidade de liderança e de paciência.

Não conheço os detalhes daquilo que se terá passado nos bastidores para que a paz tivesse regressado, mas as negociações, que por certo aconteceram, são sempre mais produtivas quando são feitas na calma dos encontros privados do que nas disputas de rua.

Abhisit, que sai vitorioso desta crise, mais o será se continuar a mostrar a calma e determinação que mostrou nos últimos dias. O país necessita de liderança mas de uma liderança que não escolha cores, uma liderança que recolha no seu colo todos os tailandeses amantes da paz e do seu país.

Espera-se que Thaksin, um homem com uma tremenda dificuldade em ouvir, tenha também aprendido alguma coisa e pelo menos por agora se cale e seja, pela sua ausência, também um elemento capaz de colaborar nesses desígnio de unidade que no fim é o desejo de todos os tailandeses.

Espera-se que por fim que a clique mais conservadora, receosa de perder o poder, entenda que o poder é de todo o povo, de todos os tailandeses, vermelhos, amarelos, azuis, ou outros, de todos os que querem trabalhar para o benefício comum.

O poder é e terá de ser daqueles que querem respeitar a lei e a ordem, estejam eles vestidos de verde, ou de outra cor, com os sem galões, com ou sem títulos. Sem o respeito pela lei, pela ordem será difícil criar algo de positivo e a Tailândia disso tanto necessita.

Está chegada a hora da união e Abhisit pode levar essa bandeira. Não a derrubem!

Sem comentários: