sexta-feira, 17 de abril de 2009

Ultímos Acontecimentos


Ontem à tarde ABhisit recebeu o corpo diplomático para um debriefing sobre a situação e os passos que o Governo tenciona seguir de seguida.

Usando pela primeira vez um carro à prova de bala o PM chegou a Government House para falar para diplomatas de cerca de 70 países acreditados na capital.

Após cerca de 15 minutos onde o PM fez a descrição de como via a situação, falou do projecto de reconciliação nacional em que o Governo se compromete.

Irá ser realizado um debate no Parlamento na próxima semana, Quarta e Quinta, e espera que a oposição dê o seu acordo para um processo de revisão do sistema político incluindo a revisão da própria Constituição e um processo de amnistia para todos aqueles acusados de "acções ilegais de carácter político", as palavras utilizadas, embora reconhecesse a dificuldade de traçar a diferença. Nesta abordagem do problema. e respondendo a questões que lhe foram postas o PM não fechou as portas a novas eleições embora tenha dado prioridade à reforma do sistema político. Recorde-se que a oposição à revisão constitucional foi uma das grandes lutas do PAD e a que esteve na origem dos acontecimentos sangrentos do dia 7 de Outubro de 2008.

Depois da exposição do PM seguiu-se um período de perguntas e respostas. As questões focaram-se na existência ou não de outras vítimas para além daquelas que estão oficialmente anunciadas. Um diplomata inquiriu se os corpos que foram encontrados a boiar no Chao Praya eram de vítimas ou não. A estas questões o PM respondeu dizendo que tinha ordenado inquérito claro que pudesses responder a essas questões. Igualmente, e na sequência de uma outra pergunta sobre os processos contra os lideres do PAD e a diferença de tratamento existente, pois enquanto três lideres da UDD estão presos os do PAD nunca sofreram tal punição, o PM respondeu dizendo que tinha solicitado ao comando da Polícia para que apressasse as acções legais contra eles. Há que referir que os lideres do PAD já foram notificados formalmente e o processo está (ou pelo menos deveria estar pelo sistema processual) para acusação pelo Ministério Público e não pela Polícia.

Ficou claro que Abhisit, o ganhador da "batalha" do fim de semana aos olhos dos tailandeses, está ainda navegando em águas muito tumultuosas e mostra-se pouco seguro e pouco convicto. Essa foi a impressão generalizada dos presentes.

Para contradizer as suas palavras de harmonia, reconciliação e amnistia e Polícia realizou buscas em Bangkok, Chiang Mai e Lampang em estações de TV e Rádio, encerrando as suas emissões e mandou para o Ministério do Informação e Comunicação o nome de 67 sítios de internet que deveriam ser removidos ou bloqueados. Pelo que pude constatar alguns já o foram.

Entretanto esta manhã, e para piorar a já frágil situação política, o líder do PAD Sondhi Limthongkul foi alvejado quando se dirigia para o seu grupo editorial e está, segundo o primeiro relatório médico em situação crítica. Neste momento está a ser operado para que lhe seja removida uma bala alojada no crânio. A acção foi altamente profissionalizada e os assaltantes, que se transportavam numa pick-up, sem matrícula, atiraram para os pneus para imobilizar o veículo de Sondhi e depois saindo da viatura, alvejaram a seu bel-prazer o carro imobilizado, utilizando espingardas AK47 que se sabe têm vindo a ser introduzidas na Tailândia provenientes do Cambodja desde 2006.

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