domingo, 12 de abril de 2009

Estado de Emergência


Aparentemente sem necessidade Abhisit Vejjajiva declarou o Estado de Emergência em Bangkok, Nonthaburi e alguns distritos nas províncias de Samut Prakhan, Pathum Thani, Nakhon Pathom and Ayutthaya.

A razão invocada foi a necessidade de devolver a ordem ao país.

Imediatamente após a declaração do Estado de Emergência os "camisas vermelhas" a a Polícia envolveram-se em escaramuças dentro do Ministério do Interior em mais uma demonstração da incapacidade das forças da ordem para serem exactamente isso, forças capazes de impor a ordem.

Segundo me comentaram a declaração do Estado de Emergência foi uma imposição dos militares ávidos de instrumentos que lhes permitam controlar, ainda mais a situação sem terem de recorrer ao golpe de estado que lhes corre nas veias, qual sangue que os alimenta.

Suthep Thaugsuban, o Vice Primeiro Ministro, ficou encarregado de impor a observância do Estado de Emergência, ele que é no Governo o responsável pelas questões de segurança e o elo principal na relação com o General Anupong.

Hoje começa na Tailãndia o Songkran, o festival da água e estou intrigado como é que as forças da "ordem" vão lidar com os bandos de jovens que irão correr toda a cidade festejando o evento. Como se sabe durante o Estado de Emergência é proibido ajuntamentos, tal qual aqui em Portugal no tempo "da outra senhora". Será que mais uma vez uma medida do Governo será só para anunciar na Televisão mostrando alguma autoridade mas na prática ninguém a acatará?

Está a tornar-se por demais evidente que o cumprimento da lei passa ao lado do funcionamento do dia a dia do país e isso vê-se pela forma simples e eficaz como quer os vermelhos quer os amarelos no ano passado, atravessavam barreiras da polícia e de militares, violavam todas as leis em vigor perante o sorriso daqueles que as deveriam fazer cumprir.

Abhisit cada vez mais mostra ser uma figura perdida no mar de contradições que é esta coligação no poder que na realidade não tem poder nenhum visto eles estar sediado noutras paragens.

Quando é que alguém será capaz de entender que só no momento em que todos e nesta palavra cabem mesmo todos, acatem a lei, cumpram os deveres constitucionais e respeitam a autoridade, não a das armas mas a do poder emanado das regras de convivência democrática e cumpridora dos preceitos de respeito pelo ser humano?

A partir desse momento talvez seja possível começar a pensar o país e a reconstruir a credibilidade que já se perdeu no contexto das nações, o que é extremamente penalizador para um país tão dependente do exterior como é a Tailândia.

2 comentários:

Unknown disse...

Aparentemente sem necessidade (?????) Abhisit Vejjajiva declarou o Estado de Emergência......olhe que já deveria ter sido declarado há mais tempo....
Rui

Unknown disse...

Como terá visto o Estado de Emerg~encia não é acatado por ninguém, já o foi no passado, e só incendeia mais os ânimos. A solução é fazer com que os militares e os polícias cumpram o seu dever. O Estado de Emergência está declarado no Sul há quase 5 anos e desde esse momento já morreram mais de 4.000 pessoas