sábado, 23 de agosto de 2008

Crise Económica


A crise que se abateu sobre o Mundo ao que parece está ainda longe de controlada e de toda a parte surgem sinais preocupantes de que está instalada e para durar. Em Portugal o consumo privado no mês de Julho, onde normalmente devido aos subsídios de férias há mais dinheiro para gastar, diminuiu. Nos EEUU as duas maiores empresas de crédito já não têm valor, afirma Warren Buffet ao International Herald Tribune. Os sinais apontam para a estagnação da economia no Reino Unido, e isto tudo no momento em que o petróleo recua em Nova Yorque e o dólar recupera.

A crise Mundial é actualmente afectada muito mais por razões relacionadas com o crédito, e o consequente abrandamento no consumo e investimento, do que devido ao aumento dos preços dos combustíveis e dos bens alimentares.

A incerteza sobre a solvabilidade dos devedores e as enormes debilidades do sistema financeiro, não somente o bancário, tem tido repercussões quer no consumo quer no investimento e o Mundo caminha, se não está já lá, para a recessão que será mais difícil de combater que anteriores crises visto esta ser induzida por uma multiplicidade de factores vindos de todos as direcções. As tradicionais receitas, quer das autoridades monetárias quer das fiscais, ou dos reguladores não serão suficientes para remendar a crise no curto prazo. Parece-me necessário novas teorias e diferentes acções do que aquelas que experimentámos no passado.

Entretanto na Tailândia o país não esta imune à crise embora ela se manifeste de form diferente. Não há por agora sinais de crise no sector do crédito imobiliário, com dimensões preocupantes, e o crédito ao consumo continua de alguma forma controlado embora em alerta, laranja como se dirá agora em Portugal.

O Banco da Tailândia subiu a taxa de juro numa medida tendente a cortar um pouco o consume e controlar a inflação, mal grado o Governo entender que deve ser feito o contrário para dinamizar mais a economia e as empresas mas os indíces que anteontem saíram a público vieram dar razão ao Banco Central.

As exportações tailandesas em Julho aumentaram um espantoso 43,9% comparado com o mesmo mês em 2007, para um total de 16.96 mil milhões de USD. Na primeira metade do ano as exportações atingiram o valor de USD 105 mil milhões, um pouco mais de 75% do PIB anual em Portugal e espera-se que até ao final do ano o aumento continue a verificar-se de modo progressivo visto ser, por norma, a melhor época do ano. As exportações foram fundamentalmente impulsionadas pelos produtos agrícolas que registaram um aumento de 71,8% especialmente o arroz, a borracha e congelados. A produção industrial também subiu 39,4% fundamentalmente à custa de aparelhagem eléctrica e automóveis ( a Tailândia é o sétimo maior produtor mundial de automóveis e bastante forte também no sector de peças ). Isto tudo acontece quando os mercados importadores estão em perca, devido ás suas fragilidades internas e contracção no consumo, mas os mercados asiáticos, ainda fortes, começam a ser os predominantes nas importações.

As economias asiáticas em geral, excepto o Japão continuam a dar sinais de grande vitalidade e, por exemplo Singapura, um dos países mais ricos do Mundo, continua a ter crescimentos á volta dos 8% ao ano.

Nem tudo são boas notícias pois a factura petrolífera aumentou bastante e um país com uma população de cerca de 65 milhões de pessoas e com uma forte indústria consume muita energia. Embora o petróleo seja unicamente a quarta fonte energética após o gás natural, a energia hidríca e o carvão mesmo assim a sua factura subiu 98,2% para 4,20 mil milhões de USD.

Apesar de tudo, que rica crise a que se vive por estas bandas.

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