domingo, 19 de setembro de 2010

4/4

Comemora-se hoje o dia que foi apelidado pelo movimento vermelho o 4/4.

Quatro anos do golpe de Setembro de 2006 que depôs o governo de Thaksin e quatro meses sobre o avanço das tropas leais ao governo de Abhisit contra os manifestantes vermelhos pondo fim à ocupação do centro de Bangkok que causou 91 mortos e cerca de 2.000 feridos.

O quatro é o número que os chineses associam à morte visto a sua sonoridade ser semelhante à palavra “morte”, “azar”.

Diz hoje o Bangkok Post, no seu editorial, que passados quatro anos o país ainda está a fazer as contas aos prejuízos económicos e democráticos causados pelo golpe de estado.

Passados também quatro meses sobre o final dos incidentes de Rajaprasong continuam a haver, oficialmente , 212 presos sem acusação tendo muitos deles já ultrapassado o prazo legal para a detenção sem acusação em condições normais mas o facto d estarem presos ao abrigo do Estado de Emergência permite que tal aconteça.

Por outro lado as várias comissões constituídas para investigar o sucedido e a causa das mortes não conseguiram ainda começar a produzir trabalho fundamentalmente pelo facto de não possuírem orçamento para tal. Num encontro que recentemente tive com o presidente de uma dessas comissões, nomeado pelo Primeiro Ministro, ele referia-me que tem estado a funcionar com pessoal cedido em regime de part-time por vários ministérios e ele próprio subsidia do seu bolso várias actividades da comissão.

A UDD anunciou uma conjunto largo de manifestações simbólicas que terminam com um comício em Chiang Mai no qual são esperadas cerca de 20.000 pessoas. Em Bangkok serão colocadas flores junto das prisões onde se encontram militantes da causa, fitas vermelhas em Rajaprasong e lançados balões para lembrar a ocasião. Há também cerimónias religiosas em vários templos para lembrar todos os que morreram nos recentes confrontos.

Faz hoje também um ano que o monarca, Rama IX, se encontra hospitalizado no hospital Sisiraj mas os jornais não fazem disso eco.

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