Tulsathit Taptim, o Editor do jornal The Nation, é, a para do seu patrão Sutichai Yoon, um dos principais colunistas do jornal.
Ambos são tidos por muito próximos do actual poder, como anteriormente referi, mas ambos têm uma qualidade presente sempre nos bons jornalistas que é a de não serem "cegos" e apesar da linha de opinião em que acreditam são capazes de ver o que se passa em redor.
Hoje Tulsathit escreve um artigo de opinião intitulado "Não confiamos uns nos outros inclusive no mais simples pormenor" onde aborda o caso da concessão das licenças de telefonia de 3ª geração.
A história é basicamente a seguinte:
Na sequência da entrada em vigor da Constituição de 1997 deveria ter sido constituída uma comissão nacional reguladora dos serviços de tele e rádio difusão. Acontece que as lutas pela partilha do poder e por controlo dos acessos às bandas de rádio fez que essa comissão nunca se constituísse. O golpe de estado de 2006 veio revogar a Constituição de 1997 e com isso introduzir mais confusão e permitir todo o tipo de interpretações sobre as questões pendentes de aplicação baseadas na anterior lei fundamental. Conclusão: passados 13 anos existe uma comissão mas não é claro se essa comissão tem poderes e se os tem quais os poderes que tem.
Decidiu essa comissão avançar com o mais que atrasado concurso para a atribuição de licenças de telefonia de 3ª geração. O processo iniciou-se, apresentaram-se concorrentes e no exacto momento em que se deveria ter dado início ao leilão, vem um dos incumbentes apelar para o Tribunal Administrativo alegando que a comissão não tem competência conseguindo com isso parar todo o processo.
A credibilidade internacional do país ficou uma vez mais abalada pois na realidade é difícil para os investidores estrangeiros, a principal fonte de criação de riqueza no país, prosseguirem os seus objectivos quando têm de trabalhar num terreno tão pantanoso e cheio de incertezas.
Como diz Thulsathip " ao fim de treze anos (ele escreve bloody years), ainda estamos a discutir quem tem a autoridade. Cada vez que damos um passo para a frente damos dois passos de gigante para trás". Comparando a Tailândia com o Laos e o Camboja, países que fazem parte da lista dos países menos desenvolvidos, diz que "se um tailandês for a esses países o melhor é não dizer de onde vem", tocando numa tecla fundamental do orgulho tailandês que é o facto de verem os seus vizinhos bem mais atrás em termos de desenvolvimento que não em termos de acesso ás novas tecnologias. "Como foi possível que os nossos vizinhos nos deixassem no pó do seu chão no que toca à tecnologia de 3ª geração", pergunta à frente Tulsathit!
Afirma o articulista que a próxima vez que ouvir alguém apelar ao "interesse nacional" ou o agarram ou ele cometerá um massacre. "Todos e cada um dos grupos da sociedade estão tão somente interessados no seu próprio ganho pessoal ou corporativo e nada lhes diz o interesse geral".
Esta questão do poder dos grupos de interesses existentes numa sociedade se por um lado pode ser considerado positivo na realidade aqui não o é pois não existe nem uma entidade reguladora independente nem quem defenda os direitos dos consumidores e ponha travão nas disputas dos vários grupos unicamente ansiosos dos possíveis ganhos existentes nos grandes projectos.
Muitos outros exemplos há neste particular e basta referir a linha de metro até ao aeroporto que só entrou em funcionamento 9 meses depois de ter sido dada como apta a funcionar pelo consórcio que a construiu porque se debatiam os vários ministérios sobre quem iria fazer a gestão do projecto ou seja quem vai ter acesso aos futoros concurso (ganhos) para a expansão e compra de materiais, já que a exploração é por si deficitária. Caso muito semelhante aconteceu com a extensão do metro aéreo e, se bem que estejam em funcionamento duas estações ainda não está esclarecido quem é o operador para essa extensão.
Atribulações duma casa onde o patrão não manda.
Entretanto alegre-se o país. Nadal vem jogar o Tailand Open e essa é a grande notícia do dia com fotografias de primeira página por todo o lado.
Ambos são tidos por muito próximos do actual poder, como anteriormente referi, mas ambos têm uma qualidade presente sempre nos bons jornalistas que é a de não serem "cegos" e apesar da linha de opinião em que acreditam são capazes de ver o que se passa em redor.
Hoje Tulsathit escreve um artigo de opinião intitulado "Não confiamos uns nos outros inclusive no mais simples pormenor" onde aborda o caso da concessão das licenças de telefonia de 3ª geração.
A história é basicamente a seguinte:
Na sequência da entrada em vigor da Constituição de 1997 deveria ter sido constituída uma comissão nacional reguladora dos serviços de tele e rádio difusão. Acontece que as lutas pela partilha do poder e por controlo dos acessos às bandas de rádio fez que essa comissão nunca se constituísse. O golpe de estado de 2006 veio revogar a Constituição de 1997 e com isso introduzir mais confusão e permitir todo o tipo de interpretações sobre as questões pendentes de aplicação baseadas na anterior lei fundamental. Conclusão: passados 13 anos existe uma comissão mas não é claro se essa comissão tem poderes e se os tem quais os poderes que tem.
Decidiu essa comissão avançar com o mais que atrasado concurso para a atribuição de licenças de telefonia de 3ª geração. O processo iniciou-se, apresentaram-se concorrentes e no exacto momento em que se deveria ter dado início ao leilão, vem um dos incumbentes apelar para o Tribunal Administrativo alegando que a comissão não tem competência conseguindo com isso parar todo o processo.
A credibilidade internacional do país ficou uma vez mais abalada pois na realidade é difícil para os investidores estrangeiros, a principal fonte de criação de riqueza no país, prosseguirem os seus objectivos quando têm de trabalhar num terreno tão pantanoso e cheio de incertezas.
Como diz Thulsathip " ao fim de treze anos (ele escreve bloody years), ainda estamos a discutir quem tem a autoridade. Cada vez que damos um passo para a frente damos dois passos de gigante para trás". Comparando a Tailândia com o Laos e o Camboja, países que fazem parte da lista dos países menos desenvolvidos, diz que "se um tailandês for a esses países o melhor é não dizer de onde vem", tocando numa tecla fundamental do orgulho tailandês que é o facto de verem os seus vizinhos bem mais atrás em termos de desenvolvimento que não em termos de acesso ás novas tecnologias. "Como foi possível que os nossos vizinhos nos deixassem no pó do seu chão no que toca à tecnologia de 3ª geração", pergunta à frente Tulsathit!
Afirma o articulista que a próxima vez que ouvir alguém apelar ao "interesse nacional" ou o agarram ou ele cometerá um massacre. "Todos e cada um dos grupos da sociedade estão tão somente interessados no seu próprio ganho pessoal ou corporativo e nada lhes diz o interesse geral".
Esta questão do poder dos grupos de interesses existentes numa sociedade se por um lado pode ser considerado positivo na realidade aqui não o é pois não existe nem uma entidade reguladora independente nem quem defenda os direitos dos consumidores e ponha travão nas disputas dos vários grupos unicamente ansiosos dos possíveis ganhos existentes nos grandes projectos.
Muitos outros exemplos há neste particular e basta referir a linha de metro até ao aeroporto que só entrou em funcionamento 9 meses depois de ter sido dada como apta a funcionar pelo consórcio que a construiu porque se debatiam os vários ministérios sobre quem iria fazer a gestão do projecto ou seja quem vai ter acesso aos futoros concurso (ganhos) para a expansão e compra de materiais, já que a exploração é por si deficitária. Caso muito semelhante aconteceu com a extensão do metro aéreo e, se bem que estejam em funcionamento duas estações ainda não está esclarecido quem é o operador para essa extensão.
Atribulações duma casa onde o patrão não manda.
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