O Primeiro Ministro Abhisit Vejjajiva disse ontem numa conferência que deu no National Defence Studies Institute (NDSI), que "não estava confiante no sucesso da implementação do plano de reconciliação nacional", que tinha apresentado no dia anterior.
Mesmo que 80% da população adira ao plano não é suficiente. Continuou dizendo que a divisão na socieade é tão grande e tão profunda que se torna necessário um concenso de mais de 95% dos tailandeses para que o plano possa ter sucesso. Como é sabido concensos desse tipo só são possiveis em sociedades onde as intenções de voto ou de opinião são dirigidas como por exemplo em Cuba ou no Zimbabué onde os líderes são sempre "eleitos" por 99% dos votos.
Falou depois para afirmar que os problemas que dividem a sociedade são problemas que vêm do passado e irão demorar muito tempo para sarar as feridas existentes.
Terminou mesmo assim convicto de que está a fazer todos os possíveis para alcançar o objectivo que se propôs mas, afirmou, que os ainda recentes assassinatos de dois líderes da segumda geração da UDD são exemplos das divisões e facções que se encontram fortemente impregnados e activas na sociedade.
Todo este conjunto de afirmações um dia após o relançamento do plano e da constituição de quatro Comissões, com a escolha dos seus Presidentes, para observar e coordenar a sua implementação, não agura nada de bom e só vem dar voz à oposição que sempre tem clamado que o que Abhisit quer com os seus planos é ganhar tempo para se manter no poder.
O próprio PM está a dar os trunfos ao inimigo mas há que confessar que o seu discurso é genuíno, As divisões dentro de todos os escalões da socieade são tão profundas que qualquer ideia de reconciliação é quase que uma miragem.
Talvez se lembrem de eu uma vez ter escrito o que o Director do Centro de Medecina Legal da municipalidade de Bangkok afirmou, no contexto das autópsias aos corpos das vítimas de 10 de Abril. Segundo ele era impossível fazer-se um relatório de uma autópsia com correcção e independência porque havia interesses "amarelos" e "vermelhos" irreconciliáveis entre os médicos que deveriam estar a fazer um trabalho científico e não um acto de propaganda política.
Mas infelizmente é assim que acontece.
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