quarta-feira, 18 de março de 2009

Moção de Censura


A Polícia prepara-se para enfrentar os camisas vermelhas, mas estes vão estar ausentes dizendo que querem que o povo se concentre em ouvir e entender o debate sobre a Moção de Censura que a partir de Sexta-feira, e até Domingo, sim os Deputados aqui trabalham ao Domingo quando é necessário, começa a ser debatida, para segundo a oposição ser derrubado o Governo de Abhisit Vejjajiva.

Dada a confortável maioria que a coligação no poder dispõe no Parlamento não é de esperar que a Moção venha a ser aprovada mas o facto é que ela está a fazer danos colaterais ao à coligação e essencialmente aos Democratas.

Os pontos em que se baseia a Moção são os seguintes:

1 - Existe uma investigação em curso sobre a transferência de 258 milhões de bath de uma empresa TPI Polene para uma outra empresa Messiah Business and Creation alegadamente para pagamento de uma campanha publicitária. Esta não foi visível e o dinheiro foi dividido entre pessoas muito próximas de vários Deputados do Partido Democrata. Isto passou-se em 2005

2 - No mesmo ano o mesmo departamento que investiga este caso encontro traços de 23 milhões de bath transferidos do Partido Democrata para a tal dita Messiah, como pagamento de material publicitário. Este dinheiro tinha vindo directamente do Estado de um fundo de apoio aos partidos políticos e igualmente não há traço visível da campanha.

3 - Uma candidata Democrata da província de Samut Prakan, às portas de Bangkok, foi desqualificada por compra de votos (aqui isso significa na verdade compra ou seja transacção de dinheiro). O Puea Thai pretende ligar este caso com os directores do partido o que levaria á dissolução do Partido Democrata como aconteceu com os Partidos ligados a Thaksin Shinawatra.

4 - Por fim vão continuar a insistir na não qualificação do Ministro dos Negócios Estrangeiros mostrando vídeos da sua participação directa na ocupação quer da Government House quer nos aeroportos.

Todos estes casos não parecem suficientes para levar á queda do Governo até porque na sua maioria estão ainda em investigação, e portanto o Governo pode sempre alegar que espera serenamente pelo desenrolar das averiguações e mesmo o caso de Kasit Piromya, o MNE, não parece vir a ser crítico a não ser que acabe por haver qualquer acordo e este venha a ser sacrificado, como aliás por várias vezes já foi sugerido.

Contudo no preparar para esta Moção muito tem acontecido fundamentalmente nas negociações atrás dos bastidores e naquilo que está em curso que é o redesenho do mapa partidário tailandês.

Já aqui referi os movimentos de Nevin Chidchob, o ausente pelo facto de não ter direitos políticos, sempre presente, que não para de através das negociações sobre quem apoia quem e quem vai votar como, de engrossar o Bhumjai Party. Hoje na comunicação social vinha referido que quem estaria na calha para se aliar a Nevin era nem mais nem menos o General Sondhi, o autor do golpe de Setembro de 2006, aliás como já tinha referido em Janeiro. Para além de Sondhi (general mão o do PAD embora não andem muito distantes) falava-se em Khunying Sudarat a única mulher que um dia foi apontada como possível Primeira-Ministro, aliada de Thaksin e "controleira" das bases de Bangkok que a estes eram fieis, mas inimiga de Nevin (como se isso fosse algum impedimento o facto de se ser inimigo).Nevin ao que parece estará prestes a fazer uma aliança com um dos partidos da coligação o Prachathai e têm sido intensas as negociações para que os Deputados que controla estejam alinhados com os de Snoh, o líder do Prachathai.

A Moção por si mesma é um sinal de alguma fraqueza dos Democratas e embora pareça seguro que esta não seja aprovada o facto é que lateralmente está dar a oportunidade para o realinhamento das forças políticas enquanto Abhisit continua a sua campanha isolado como porta bandeira de uma coligação que tem mais brechas do que cimento.

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