sábado, 9 de agosto de 2008

Olimpíada

Gostei muito de Portugal. A ideia dos cachechois foi boa e deu uma visão alegre, descontraída como deve ser a de Portugal e não a daquele país cabisbaixo e sorumbático que muitas vezes fazemos passar.

O espétaculo foi esmagador. Penso que é a melhor palavra que encontro para uma sequência de luzes e movimentos de espantar.

Extremamente chinês, onde não faltou o lembrar-nos constantemente de que são muitos. Não sei se foi intencional mas as cores utilizadas, sempre cinzentos e cores pastel, davam um frescura ao show que contrastava com o calor que todos sentiam. Talvez o director, o realizador Zhang Yimou, quisesse deste modo refrescar o ambiente.

Uma pergunta fica sempre no ar para mim. Como é que se consegue ensaiar todo este espectáculo de 4 horas e com recursos a tecnologia fantásticos sem que seja tudo conhecido anteriormente? Onde, pois o estádio não foi acabado à tanto tempo como assim?

Claro que existem muitos estádios mas é necessário testar a tecnologia utilizada, e neste caso a dos arrastamentos verticais de pessoas e objectos não terá sido fácil, daí a minha eterna questão.

Os vários momentos do espectáculo sempre sobre o tema da Paz e Harmonia são inesquecíveis pela qualidade. Os tambores no ínicio, os aneis olímpicos, o desenhar dos caracteres pelos dançarinos, a pequena Li Muzi, que só com um ano de prática não se embaraçou perante o melhor pianista Chinês Lang Lang, habitué dos melhores palcos mundiais , o coro das crianças das 56 etnias chinesas a cantar o hino olímpico ao mesmo tempo que os austeros soldados faziam subir a bandeira. Este contraste entre a suave e carinhosa China com a outra da disciplina e rigor esteve em sempre presente no espetaculo.



Jin/Jan as duas facetas da mesma realidade foram uma pernanência perante as 91.000 pessoas que se encontravam no "Ninho de Passarinhos" embora nunca explicitamente mencionadas.

O acender da chama por Li Ning foi de grande espectularidade e foi interessante o estádio ter sido sempre aproveitado como ecran para a projecção de imagens, neste caso a viagem da torcha pelo Mundo.

Para os ocidentais o que pode ter parecido mais confuso foi a ordem do desfile mas ela regeu-se pelo numero de traços do nome do país, excepto como sempre a Grécia e o país anfitrião. Assim ao contrário de virmos a seguir à Polónia, como é costume, fomos a 174 Nação a desfilar e como comecei fizemo-lo muito bem. Foi também interessante a focagem que fizeram da Naide Gomes como reconhecimento às suas capacidades como a melhor saltadora mundial no momento.

O contraste não poderia ser maior do que no final o gigante Yao Min com o pequeno sobrevivente do tremor de terra de Sichuan.

Que os atletas e os juízes cumpram com o seu juramento.

Vivam as XXIX Olímpiadas da era Moderna - Beijing 2008

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