sexta-feira, 4 de julho de 2008

Previsões


Há cerca de três semanas, Thaksin Shinawatra disse, após ter consultado o seu vidente, que o dia 2 de Julho seria o dia que marcaria a viragem da situação política na Tailândia e que a partir de aí tudo "seriam rosas".

Imediatamente outro vidente, do campo oposto, veio dizer que as conjugações astrais para o dia 2 de Julho eram as piores possíveis e que esse seria o pior dia do ano.

Afinal hoje estamos a 4 de Julho ( e vivam os Estados Unidos), e nada aconteceu nem de tão dramático para o país nem nada de bom para o campo TS.

Contudo várias coisas aconteceram que podem ditar mudanças importantes nos tempos mais próximos. Não há dois dias mas exactamente ontem e hoje.

Em primeiro lugar o PM, que está de visita à China e ao Brunei, disse que havia uma conspiração para o prender quando ele chegasse ao aeroporto de Bangkok. Mais uma vez mostrou a sua incapacidade para utilizar os meios de comunicação social ou então tem uma estratégia de comunicação muito sui generis.

O Comandante da Polícia teve que desmentir e anunciou que iria proceder a um inquérito sobre o fundamento da notícia.

O Puen Pandi , o terceiro maior partido da coligação no poder, viu agora o seu líder receber um cartão vermelho por possíveis irregularidades durante as eleições, que como se sabe foram a 23 de Dezembro. De acordo com a Constituição, que tanto querem mudar os apoiantes de TS, o Puean Pandi está agora, passados os prazos de possíveis apelos, sujeito a uma eventual dissolução com as consequências que isso terá sobre a coligação. Recorde-se que tal facto pode igualmente acontecer quer ao PPP, se for provado que o antigo líder da House of Representatives e executivo do Partido, violou as regras eleitorais ( o caso irá a julgamento no próximo dia 8), quer ao Chart Thai, por igualmente o seu líder estar envolvido em possíveis irregularidades durante as eleições. Tudo isto se passa mais de seis meses depois do acto eleitoral.

Outro facto é o caso de TS ter sido impedido de se ausentar do país, ele que, depois do seu regresso a 27 de Fevereiro, tinha podido movimentar-se livremente quando e para onde queria. esta mudança pode significar que estará par breve o início de algum dos casos sobre os quais está indiciado ou é uma clara retaliação sobre a conduta dos seus advogados no já triste caso dos 2 milhões de bath.

Outro facto relevante, e não descrito na imprensa é o caso de o Parlamento ainda não ter ratificado a Constituição da ASEAN, já que não aprovou ainda uma única(!!!) lei desde que entrou em funcionamento em finais de Janeiro. A Tailândia vai iniciar a Presidência da ASEAN, agora a 25 de Julho e não a 18 como inicialmente previsto, sem que tenha ratificado a Constituição o pilar principal do seu discurso nos últimos seis meses sobre a Organização.

O País não consegue encontrar saídas para nenhuma das suas várias frentes da crise e não existe ninguém capaz de ter uma palavra de sensatez neste momento.

Entretanto o PAD está a reflectir a nova estratégia visto ter perdido força nos últimos dias.

Parece claro que os tailandeses começam a estar fartos de uns e dos outros mas falta-lhes uma solução de saída.

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